A experiente Flávia Maria Lima nos 800m e o jovem Renan Gallina nos 200m avançaram para a semifinal de suas provas nesta quarta-feira, na pista do Centro Nacional de Atletismo de Budapeste, na Hungria. O Brasil também colocou uma atleta na final do Campeonato Mundial de Atletismo: Jucilene Sales de Lima, no lançamento do dardo.
O calor está tão forte na capital húngara, Europa Central, que a World Athletics fez mudanças no programa horário do quinto dia de competições. Anunciou a classificação de ‘bandeira preta’ do clima, lesivo para a saúde dos atletas. Os 5.000m foram transferidos para a noite e as provas da manhã antecipadas.
Jucilene Sales de Lima
Jucilene Sales de Lima ficou com a penúltima vaga para a decisão de medalhas no lançamento do dardo, com a marca de 59,76m (11ª). A melhor marca na qualificação foi da atleta da Letônia Lina Muze-Sirmã, com 63,50m. A final será na sexta-feira, às 15h20 (de Brasília).
“Hoje é um dia muito feliz, sei que minha família e amigos estão me assistindo, porque fazia muito tempo que eu sonhava com uma final. Estava muito preparada, treinei muito para isso, estava me sentindo bem e sabia que era o meu momento. Graças a Deus, aos que estão comigo e ao meu treinador João Paulo (Alves da Cunha), estou na final“.
A atleta também disse que “todo mundo numa final pode brigar por medalha”, mas para isso precisará consertar o fim da corrida. “Dá para consertar”, afirmou a paraibana de Taperoá. A melhor marca de Jucilene é 62,89m, de 2014, recorde brasileiro.
Flávia Maria Lima
Apesar do calor de 32 graus na hora de sua prova, a paranaense de Campo do Tenente Flávia Maria Lima, de 30 anos, passou pela qualificação dos 800m com 2min00s92, sua melhor marca no ano, ao finalizar em terceiro a série 6. Foi a 31ª na classificação geral, mas ganhou a vaga por sua posição na série (entre as três primeiras). A semifinal dos 800m será na sexta-feira, às 15h25.
“É muito bom voltar a correr na casa dos 2 minutos. A última vez que fiz isso foi em 2015 e por vários fatores, a gestação, voltar depois demorou…, mas não me arrependo de nada porque foi um processo pelo qual eu tinha de passar para estar mais forte hoje e brigar fora do Brasil”.
Renan Gallina
O paranaense de Maringá Renan Gallina, de 19 anos, em seu primeiro Mundial adulto, foi o segundo colocado na série 4 dos 200m, com 20s44 (- 0.2) – os três primeiros garantiram vaga na semifinal. Mesmo longe de sua melhor marca pessoal, de 20s12, Renan comemorou a qualificação (21º no geral) numa temporada em que praticamente não competiu por causa de uma lesão. A melhor marca da qualificação foi de Zhamel Hughes (GBR), o único a correr abaixo dos 20 segundos: 19s99 (0.0). As semifinais dos 200m serão nesta quinta-feira, a partir das 15h20.
“Estou voltando de lesão, tenho 19 anos, é meu primeiro Mundial, uma oportunidade muito boa para mim, corri numa bateria boa e estou contente por me classificar com uma marca aceitável porque estou voltando ainda, com calma”, disse Renan, admitindo no entanto que para ir à final terá de correr para a melhor marca de sua vida.
“Como esses caras estão correndo aí de acordo com aqueles 100m, tenho de fazer um PB muito forte, correr abaixo dos 20 segundos. É a meta, mas estou satisfeito por estar disputando o Mundial, na semifinal, vivendo coisas diferentes.” Agradeceu seus patrocinadores e disse que a treinadora Sandra Crul, assim como os seus pais “devem estar malucos” vendo pela TV.
Jorge Vides ficou em sexto na sua série com 20s80 (-0.1) e não avançou (34º colocado). Lucas Rodrigues fez 20s86 (-0.1) e também ficou fora da semifinal (foi o 36º).
Nos 200 m feminino Ana Carolina Azevedo foi a penúltima na série 1, com 23s45 (-0.4), a 34ª no geral, e Vitória Rosa foi a última na série 6 (23s86, -0.3), a 44ª colocada.
