ATLETISMO

Professora que superou grave doença e virou maratonista sonha com Paralimpíada

Patrícia Mara dos Santos, de 38 anos, encontrou no esporte a fórmula para se reabilitar de aneurisma hemorrágico sofrido em 2009
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A maratonista Patrícia Mara dos Santos, de 38 anos, participa neste sábado (11/11) da terceira e última etapa do Circuito Central Vale do Aço, no Parque Ipanema, em Ipatinga. A largada da prova de cinco quilômetros será às 18h30.

Patrícia vai competir na categoria de pessoas com deficiência e terá como principais adversárias atletas cadeirantes. Ela se destacou na Maratona de Florianópolis ao completar os 42 quilômetros com a ajuda de órtese na perna esquerda e uma muleta na mão direita. A corredora perdeu parte dos movimentos por causa de um aneurisma hemorrágico quando tinha 24 anos.

“Eu venci a primeira etapa, que foi disputada em Timóteo, no primeiro semestre e quero repetir o resultado. Treinei muito pra isso acredito num bom desempenho nessa etapa”.

Patrícia Mara dos Santos

Patrícia era professora de filosofia. Aos 24 anos, dava aula em uma escola pública de Ipatinga, em 2009, quando sofreu o aneurisma e perdeu os movimentos do braço e da perna esquerdos.

“Nasci com má-formação arteriovenosa (MAV). Só é possível detectar por tomografia. No entanto, como não tinha sintomas, nunca me preocupei, assim como meus pais. A vida seguiu. Pois nesse dia, na sala de aula, eu me emocionei e aconteceu o aneurisma hemorrágico. Minha pressão baixou, e as veias da cabeça, três, estouraram”.

Patrícia Mara

Recuperação e sonho paralímpico

Patrícia passou por três cirurgias na cabeça para a retirada das veias. Na recuperação, conheceu a fisioterapia. Ela conta que, até então, a sensação era de impotência.

Na época em que passou a usar muleta, Patrícia ia e voltava a pé da academia, num percurso total de três quilômetros. “Foi quando decidi correr. Eu podia mais. Percebi que poderia me tornar um exemplo. Virei corredora”, relembra.

Em 2017, Patrícia passou a usar uma muleta no braço direito. Isso, segundo ela, mudou sua vida. A partir dali, decidiu participar de corridas. Começou nas menores. Na última, em 27 de agosto, na Maratona de Florianópolis, completou 42 quilômetros na primeira prova na distância.

Agora, a maratonista quer mais. Sonha com a criação de uma categoria para sua condição de saúde e almeja competir nos Jogos Paralímpicos.

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