CICLISMO

Ciclismo: campeão brasileiro pego no doping atribui alterações a hemorroidas

Atleta de mountain bike argumenta que a anemia, decorrente dessa condição de saúde, provocou alterações em seu passaporte biológico

Compartilhe

O ciclista brasileiro Guilherme Müller, recentemente suspenso por doping pela União Ciclística Internacional (UCI), surpreendeu o público ao compartilhar seu prontuário médico, indicando um histórico de um ano e meio de luta contra hemorroidas. O atleta de mountain bike argumenta que a anemia, decorrente dessa condição de saúde, provocou alterações em seu passaporte biológico, resultando na penalização. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (23/11), pelo colunista Demétrio Vecchioli, no site Uol.

O passaporte biológico, que registra o histórico de exames sanguíneos ao longo do tempo, é um modelo inovador que permite identificar indícios de dopagem de maneira abrangente. Diferentemente dos métodos convencionais, focados na detecção direta de substâncias proibidas, o passaporte oferece maior controle sobre práticas como transfusões de sangue.

A UCI alega que entre fevereiro e abril de 2022, Müller realizou “transfusões de sangue como forma de doping genético, alterando as taxas sanguíneas e consequentemente seu rendimento esportivo”, conforme informado pela equipe Audax, onde conquistou o título brasileiro de MTB maratona em agosto de 2022.

Em sua defesa, Guilherme Müller declarou em suas redes sociais: “Sigo com minha consciência tranquila, sei da minha índole e caráter. Não sei o que o futuro me reserva, mas sigo com muita Fé em Deus acreditando que tudo acontece com um propósito e que algo de bom está sendo preparado”.

Diagnóstico de anemia

O ciclista compartilhou documentos, incluindo exames e receitas médicas, evidenciando que em dezembro de 2020 foi diagnosticado com uma hemorroida. Os sangramentos tornaram-se frequentes no final de 2021, levando ao diagnóstico de anemia.

Em março de 2022, durante um exame antidoping surpresa, Müller mencionou os sangramentos, as hemorroidas e a anemia. No entanto, os documentos não incluem autorizações de uso terapêutico (TUE), que permitiriam o uso de medicamentos proibidos para tratamento.

Após competir em abril, o ciclista teve novos sangramentos e passou por uma cirurgia em junho de 2022. Desde então, obteve resultados expressivos, incluindo o título brasileiro de maratona, o décimo lugar no Campeonato Continental e o segundo lugar na etapa de Goiânia da Taça Brasil. Aos 30 anos, ocupa a 128ª posição no ranking mundial, sendo o sexto melhor brasileiro.

Apesar de reconhecer o empenho de Müller, a equipe Audax optou por dispensá-lo. Em comunicado, a Audax afirmou: “Como uma empresa séria e comprometida com o esporte fidelizado com a verdade, repudiamos veementemente qualquer atitude que fira o código de ética e a integridade do ciclismo”.

Compartilhe
Sair da versão mobile