POLÊMICA NO CICLISMO

Lance Armstrong revela como enganou mais de 500 exames antidoping

Ex-ciclista, que venceu o Tour de France em sete oportunidades consecutivas, burlou mais de 500 exames antidoping com substâncias ilegais

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Ex-ciclista profissional, o norteamericano Lance Armstrong revelou como enganou mais de 500 exames antidoping ao longo da carreira. Hoje aos 52 anos, o ex-atleta era considerado um dos melhores de sua geração.

Lance Armstrong estabeleceu recordes impressionantes no ciclismo. Ele venceu o Tour de France sete vezes consecutivas entre 1999 e 2005.

Apesar disso, o prestígio do norteamericano foi abalado quando um relatório da Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA) provou que o ex-ciclista se fez valer de substâncias ilegais durante a maior parte da trajetória no esporte.

A investigação se deu a partir da análise do histórico de amostras de sangue coletadas pelas organizações das competições que Armstrong participou. O relatório constatou que o ex-ciclista foi responsável pelo “programa de doping mais sofisticado e profissionalizado que o esporte já viu”.

Naquela altura, Lance se declarou inocente. Um ano depois, em 2013, voltou atrás e admitiu culpa, perdendo premiações da prova francesa e sendo proibido de voltar a competir.

Lance Armstrong revela como enganou antidoping

Em participação no podcast Club Random, Lance Armstrong explicou a estratégia que utilizou durante a carreira. Ainda assim, destacou que nunca foi reprovado no controle de doping.

“De certa forma, era como contrariar o sistema. O que eu sempre dizia — e não estou tentando justificar o que eu disse, apenas repetir novamente — era: ‘Eu fui testado 500 vezes e nunca reprovei no controle de doping’. Isso não é mentira, é a verdade”, argumentou.

Em seguida, o ex-ciclista justificou que algumas das substâncias que utilizou tem “meia-vida” menor. É o caso da eritropoietina (EPO), que estimula a medula óssea a produzir mais hemácias.

“Não tinha como escapar do exame. Quando eu urinava no copo, eles analisavam a urina no copo, isso aconteceu. A verdade é que algumas dessas substâncias, especialmente as que trazem um ganho maior, tem uma meia-vida de quatro horas”, relembrou.

“Cannabis e anabolizantes tem uma meia-vida muito mais longa. Com EPO, que era como um combustível de foguete para qualquer esporte de resistência, a meia-vida é de quatro horas. Ela sai do corpo rapidamente”, acrescentou.

Por fim, Lance Armstrong não incentivou a prática. O ex-atleta garante que ele e outros eram induzidos a acreditar que as substâncias eram seguras com a devida administração médica.

“Eu não quero encorajar ninguém a fazer algo que não precisam fazer. A verdade é que havia uma droga indetectável, extremamente benéfica para a performance e recuperação. Ambos são importantes, mas especialmente a performance… Nós éramos induzidos a acreditar, e eu não discordo disso, que as substâncias são seguras caso administradas por um médico.”

Lance Armstrong, ex-ciclista profissional
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