Rio de Janeiro – Baiano ou mineiro? Ao ouvir essa pergunta, Isaquias Queiroz riu e respondeu: “Baiano, uai, sô”. A interação em uma conversa informal se deu porque o campeão olímpico nasceu em Ubaitaba, no sul da Bahia, mas se mudou em 2014 para Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O atleta, que representará o Brasil na Olimpíada de Paris 2024, ainda apontou raízes em Minas Gerais e elogiou o povo mineiro.
Em entrevista exclusiva ao No Ataque, Isaquias Queiroz falou sobre a escolha por Lagoa Santa como casa há uma década. Dono de quatro medalhas olímpicas – duas pratas e um bronze no Rio de Janeiro, em 2016, e um ouro em Tóquio em 2021 -, o atleta é uma das grandes esperanças do Brasil na Olimpíada de Paris, competição que começa em 26 de julho.
“Uai, sô, tô lá em Minas Gerais desde 2014 comendo pão de queijo. Eu gosto muito de Lagoa Santa. Eu morei no Rio de Janeiro e para mim não dá. Muito trânsito. Morei também em São Paulo: caótico. Quando a gente chegou em Minas Gerais, em Lagoa Santa, uma cidadezinha bem tranquila, aconchegante. O pessoal recebeu a gente de braços abertos. Quando estou treinando na lagoa, o pessoal passa gritando: ‘Bora Isaquias, força’. Isso é muito importante”
Isaquias Queiroz, ícone do esporte olímpico brasileiro
Nos Jogos Olímpicos de 2016, Isaquias ficou com a medalha de prata nas categorias C1 1km e C2 1km – junto de Erlon de Souza -, e bronze na C1 200m. Esse desempenho “em casa” fez Isaquias se tornar o primeiro e único brasileiro a conquistar três medalhas em uma única edição de Olimpíada. Cinco anos depois, no Japão, ele ficou com o ouro na prova de C1 1km. Em Paris, ele defenderá o título na categoria e também deve disputar a C2 500m.
Raiz em Minas Gerais, mas orgulho da Bahia
Mesmo com os elogios a Minas Gerais, Isaquias Queiroz fez questão de destacar o sentimento em relação à Bahia, a terra natal do esportista de 30 anos. Porém, a década em Lagoa Santa fez o atleta baiano se encantar com o tratamento carinhoso dos atuais conterrâneos mineiros.
“Eu tenho muito orgulho da minha ‘terrinha’, da Bahia, da minha cidade, Ubaitaba. Mas eu também fico muito grato à cidade de Lagoa Santa e aos mineiros que, para onde eu vou – sempre estou em Belo Horizonte, no Minas Shopping -, o pessoal me reconhece, me parabeniza pelos meus resultados. Eu sou feliz de poder estar ali. Estou na minha casa, pego meu carro, estou no treinamento. Não pego trânsito nenhum. Sossegado. Para mim, é uma felicidade estar treinando em Lagoa Santa”
Isaquias Queiroz, representante do Brasil em Paris 2024
Só que a década na Região Metropolitana de Belo Horizonte teve uma interrupção recente. Em 2023, Isaquias morou no litoral baiano, em Ilhéus, mas retornou à Lagoa Santa no atual ano olímpico e criou raízes na cidade de 75.145 habitantes, segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022.
“Fui para Ilhéus em 2023, passei um ano lá e voltei agora para treinar em Lagoa Santa. Antes, eu não tinha nenhuma raiz lá. Agora, eu tenho duas casas em Lagoa Santa. Já comprei para morar lá em definitivo. Eu fico muito feliz de estar criando a minha história em Minas Gerais”, disse Isaquias Queiroz.
O repórter viajou ao Rio de Janeiro a convite da Petrobras para o evento de apresentação do time da empresa. Acompanhe o No Ataque nos próximos dias e veja mais entrevistas exclusivas com atletas que disputarão a Olimpíada e Paralimpíada de Paris, como Ana Patrícia e Duda Lisboa, dupla do vôlei de praia, Keno Marley, do boxe, Laura Amaro, do levantamento de peso, Milena Titoneli, do taekwondo, e Petrúcio Ferreira, do atletismo paralímpico, além de mais falas de Isaquias Queiroz.
