JOGOS PARALÍMPICOS

Qual o limite de Petrúcio Ferreira? Paratleta mais rápido da história revela metas

Representante do Brasil no atletismo nas Paralimpíadas do Rio 2016 e Tóquio 2021, Petrúcio Ferreira buscará tricampeonato paralímpico em Paris
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Rio de Janeiro – Bicampeão paralímpico e tetracampeão mundial nos 100m na classe T47, além de ser o paratleta mais rápido da história. Qual é o limite de Petrúcio Ferreira? Ao ser perguntado sobre isso, o paraibano de 27 anos não hesitou e deixou claro: baixar o próprio tempo de 10s29, que já entrou para o Guinness Book, o livro dos recordes, por ser a marca mais baixa de um paratleta. O esportista que representará o Brasil na Paralimpíada de Paris também falou sobre suas metas na carreira.

Atleta da classe T47 – para pessoas com braço amputado -, Petrúcio Ferreira disputou os Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro e em Tóquio e conquistou cinco medalhas: um ouro (100m) e duas pratas (400m e 4x100m misto) em 2016, e um ouro (100m) e um bronze (400m). Em Mundiais, o esportista é tetracampeão da prova dos 100m: ficou na primeira colocação em Londres 2017, Dubai 2019, Paris 2023 e Kobe 2024. 

Além disso, Petrúcio Ferreira alcançou a marca de 10s29 em março de 2022 e se tornou o paratleta mais rápido da história. Até onde irá a carreira do paraibano de São José do Brejo da Cruz? Em entrevista exclusiva ao No Ataque, o representante do Brasil na Paralimpíada de Paris comentou – em terceira pessoa – a busca pelo limite do próprio corpo. 

“O Petrúcio almeja, cada vez mais, procurar o limite. E esse limite seria cada vez mais baixar os próprios resultados. Sei que é difícil [correr em menos de 10s], mas não é impossível. […] A gente se dedica todos os dia para tentar acertar tudo em 10s. Então, você já vê que não é fácil, né? Você treina quatro anos para tentar acertar tudo em 10s. E, algumas vezes, com a emoção do momento, da competição, às vezes acontece de não conseguir entregar tudo aquilo que você treinou. O Petrúcio procura esse limite cada vez mais para chegar nas competições, acertar tudo que eu vinha treinando, tentar baixar o resultado e procurar o meu limite. Então ele não encontrou o limite ainda”

Petrúcio Ferreira, paratleta mais rápido da história

Só que para buscar o limite, que seria baixar o recorde mundial, Petrúcio conta com a forma física apurada. E o atleta deixou claro que está chegando ao auge, segundo a opinião do próprio treinador. Aos 27 anos, o atleta nascido em 18 de novembro de 1996 falou sobre esta questão e também aproveitou para destacar a importância do Brasil ter um expoente no esporte para pessoas com deficiência. 

“O treinador mesmo costuma falar que o auge do atleta é aos 28 anos. O corpo humano consegue entregar 100% da forma física. Então, o Petrúcio está chegando à sua melhor forma física. Estou com 27, tenho que aproveitar isso. E chegando a essa melhor forma física, eu quero representar o meu país cada vez mais nessas grandes competições, para que isso consiga abrir mais portas, mais visibilidade para outras pessoas, para outros jovens acreditarem no seu talento, no seu potencial, independente das posições que se encontram. A gente precisa de um sonho e a vontade de vencer”, ressaltou Petrúcio. 

Metas da carreira já vitoriosa de Petrúcio Ferreira

Não faltam títulos, feitos e recordes. Ele já é um paratleta histórico. Porém, em todos os momentos da entrevista exclusiva ao No Ataque, Petrúcio Ferreira fez questão de enfatizar que tem metas na carreira. O esportista ainda ressaltou a sua importância como representante do Brasil nas Paralimpíadas. 

“[Objetivo é] sempre trazer motivação para aqueles que, através de um esporte ou através de estudos, sonham em dar uma condição melhor para suas famílias. E isso pra mim é o que sempre vem me motivando hoje, de ser um espelho, de ser uma inspiração, de sempre buscar a transparência da minha caminhada, mostrando que não é fácil chegar nessas grandes competições, que não é fácil, algumas vezes, a realização de um sonho, mas que isso não é impossível”

Petrúcio Ferreira, representante do Brasil na Paralimpíada

“[O intuito é] entregar cada vez mais, trazendo visibilidade para o cenário paralímpico, porque hoje represento a bandeira da pessoa pela deficiência, do Brasil, do povo nordestino, até mesmo sempre lembrando da minha origem, onde o Petrúcio saiu, onde ele está e onde ele pretende chegar”, concluiu o atleta. 

Além da presença do bicampeão olímpico Petrúcio Ferreira, o Brasil terá outros representantes no atletismo na Paralimpíada de Paris, que começa em 28 de agosto. Ao todo, o país já garantiu 40 vagas para a modalidade que mais deu medalhas ao Time Brasil na última edição, em Tóquio: foram oito de ouro, nove de prata e 11 de bronze.

O repórter viajou ao Rio de Janeiro a convite da Petrobras para o evento de apresentação do time da empresa. Acompanhe o No Ataque nos próximos dias e veja mais entrevistas exclusivas com atletas que disputarão a Olimpíada e Paralimpíada de Paris, como Ana Patrícia e Duda Lisboa, dupla do vôlei de praia, Isaquias Queiroz, da canoagem, Keno Marley, do boxe, Laura Amaro, do levantamento de peso, e Milena TItoneli, do taekwondo, além de mais falas de Petrúcio Ferreira.

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