Rio de Janeiro – Paris 2024 pode colocar um atleta da canoagem no posto mais alto da história brasileira em Jogos Olímpicos. Dono de um ouro, duas pratas e um bronze em duas edições – Rio de Janeiro 2016 e Tóquio 2021 -, Isaquias Queiroz pode se tornar o maior medalhista do Brasil nas Olimpíadas. O atleta, que disputará duas provas na competição multidesportiva na França, comentou a chance de se isolar como o recordista do Time Brasil.
Nos Jogos Olímpicos de 2016, Isaquias ficou com a medalha de prata nas categorias C1 1km e C2 1km – junto de Erlon de Souza -, e bronze na C1 200m. Esse desempenho “em casa” fez Isaquias se tornar o primeiro e único brasileiro a conquistar três medalhas em uma única edição de Olimpíada. Cinco anos depois, no Japão, ele ficou com o ouro na prova de C1 1km.
Em Paris, Isaquias defenderá o título na categoria C1 1km e também disputará a C2 500m. Desta forma, se ganhar uma medalha, ele se igualará a Robert Scheidt e Torben Grael, atletas da Vela, que possuem cinco medalhas – disputaram sete e seis edições, respectivamente – e não estarão em Paris.
Logo, se conquistar duas medalhas na França, Isaquias Queiroz será o único brasileiro da história a ser dono de seis medalhas olímpicas. E isso é motivo de orgulho para o atleta que treina em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, como o próprio afirmou em entrevista exclusiva ao No Ataque.
“Vai ser difícil algum atleta do Brasil, tanto da canoagem [quanto de outro esporte], poder chegar no nível de conquista que eu tenho. Agora poder chegar em Paris, […] poder ganhar mais duas medalhas e se tornar um dos maiores atletas olímpicos do Brasil – lógico, espero que tenham outros atletas que possam bater esse feito – para mim é muito gratificante. E mais gratificante vai ser ainda quando o pessoal tiver mais reconhecimento [pelo esporte], que já tem pelo meu trabalho, pela minha equipe”
Isaquias Queiroz, destaque do Time Brasil nos últimos Jogos Olímpicos
Isaquias é o grande nome da canoagem brasileira. Ele foi responsável pelas únicas quatro medalhas olímpicas do país na modalidade, sendo uma de dupla ao lado de Erlon de Souza. Até por isso, o esportista baiano sabe da sua importância em popularizar o esporte no Brasil.
“Eu fico feliz porque saí da cidade do sul da Bahia, Ubaitaba, que em tupi-guarani [significa] cidade das canoas; de estar em um esporte onde o Brasil não tinha muito conhecimento da modalidade; de poder levar para toda a torcida brasileira o que é a canoagem de velocidade; e de poder escrever meu nome no esporte olímpico brasileiro, isso não tem preço. […] Eu vou ficar muito feliz [com o possível recorde] e mais feliz ainda quando a canoagem se tornar um dos grandes esportes do Brasil”, ressaltou Isaquias Queiroz.
O Brasil terá três canoas na canoagem velocidade masculina: duas na C1 1km e uma com dois esportistas no C2 500m, prova que é novidade no programa olímpico em Paris 2024. Isaquias estará nas duas provas, como confirmado pelo próprio atleta, mas a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) ainda não confirmou quem será a dupla do multimedalhista no C2 500m e quem estará no outro barco no C1 1km.
O repórter viajou ao Rio de Janeiro a convite da Petrobras para o evento de apresentação do time da empresa. Acompanhe o No Ataque nos próximos dias e veja mais entrevistas exclusivas com atletas que disputarão a Olimpíada e Paralimpíada de Paris, como Ana Patrícia e Duda Lisboa, dupla do vôlei de praia, Keno Marley, do boxe, Laura Amaro, do levantamento de peso, Milena Titoneli, do taekwondo, e Petrúcio Ferreira, do atletismo paralímpico, além de mais falas de Isaquias Queiroz.