JOGOS OLÍMPICOS

Após abandonar final do salto em altura, Valdileia chora ao lembrar morte do pai

Valdileia Martins abandonou a final do salto em altura por uma entorse no tornozelo esquerdo; atleta chorou ao lembrar morte do pai
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Não deu para Valdileia Martins na final do salto em altura nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Com o tornozelo esquerdo lesionado desde as eliminatórias, a brasileira não conseguiu iniciar a corrida para fazer o primeiro salto na decisão e abandonou a prova. 

Valdileia explicou, em entrevista à TV Globo na saída da pista, que sentiu uma forte dor no tornozelo ao fazer o movimento de corrida. Antes da prova, a equipe médica da Seleção Brasileira de Atletismo fez uma bandagem no local, mas não foi o suficiente. 

“Eu não consegui me recuperar porque acho que foi alguma lesão séria. Estava com dificuldade de andar. Colocamos gelo para ver se eu conseguia me recuperar para a final”, disse.

A brasileira se classificou para a decisão superando a barra em 1,92 metros. Com isso, Valdileia igualou o recorde brasileiro de Orlane Maria dos Santos, que atingiu a marca em Bogotá, na Colômbia, em 1989. 

No entanto, na oportunidade, ela se machucou ao tentar saltar 1,95 metros. Mesmo assim, avançou à final com a sexta melhor marca da bateria e a 11ª colocação geral. 

“Eu gostei muito do resultado, a gente vinha trabalhando bastante para saltar 1,90 metros e isso aconteceu aqui. Para que eu chegasse à final, eu teria que saltar acima de 1,90 metros. Eu vim com a cabeça boa para fazer isso. Eu queria quebrar o recorde, mas acabei igualando. Estou muito satisfeita com o feito. É um recorde muito antigo, desde 1989. Eu sei que eu posso ir além”. 

– Valdileia Martins, atleta do salto em altura.

Valdileia chora ao lembrar morte do pai

Valdileia também se emocionou muito na entrevista ao lembrar a morte do pai. Ela precisou lidar com o luto durante a competição em Paris. Israel Martins morreu aos 74 anos na última segunda-feira (29/7), vítima de um ataque cardíaco.

“Foi bem difícil. Na segunda-feira, minha irmã me ligou e falou que meu pai tinha falecido. Foi muito difícil (choro). Mas a minha família me deu força, minha mãe e meus irmãos. Eles falaram para eu ficar e competir pelo meu pai. Eu sabia que seria a prova mais difícil do ano. Então, sexta-feira eu fiz por ele, em homenagem a ele. Eu sei que ele está feliz por mim. Agora é uma fase muito difícil, mas eu tenho que superar. Meu pai é minha motivação maior”, finalizou. 

Israel foi o grande incentivador de Valdileia no início da carreira como atleta. Ela iniciou no atletismo com treinos em um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e deu os primeiros saltos com equipamentos improvisados.

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