JOGOS OLÍMPICOS

Paris 2024 terá maratona para amadores; quase 200 brasileiros estão inscritos

Jogos Olímpicos de Paris vão proporcionar a corredores amadores a possibilidade de correr a maratona pelas ruas da icônica cidade

A Olimpíada de Paris 2024 está inovando. Pela primeira vez desde a profissionalização dos esportes olímpicos, atletas amadores estarão participando. Será nesta sexta-feira (10/8), na Marathon Pour Tours (Maratona para todos), que reúne atletas amadores da maratona. Eles vão percorrer o mesmo percurso da competição oficial, mas sem disputa de medalha – o objetivo maior é honrar o patrimônio histórico de Paris. A estimativa é que serão 20 mil competidores, sendo que 195 deles são brasileiros.

O objetivo da prova é que os competidores parem nos monumentos e, em cada um deles, haverá uma atividade, A organização ainda não divulgou quais serão.

A prova terá largada às 16h (de Brasília) neste sábado (10/8), 13 horas depois dos corredores de elite. A distância a ser percorrida: 42.195 metros.

Leia mais sobre os Jogos Olímpicos de Paris

Mineiros na maratona da Olimpíada

Junea Portilho, de 51 anos, nutricionista; e Renato Jabutas, de 52, engenheiro, são dois dos 195 brasileiros que vão competir em Paris, na prova amadora. Para ambos, a realização de um sonho e, ao mesmo tempo, um feito, pois jamais pensaram em participar de uma Olimpíada.

“Em primeiro lugar, eu tinha receio. O treino para uma maratona é muito pesado. No entanto, correr, não é só um benefício físico, mas é também terapêutico”, diz Junea.

Ela conta que ir a Paris para correr se tornou um desafio. Em outubro do ano passado, a organização dos Jogos anunciou a prova para amadores mas, para participar, era necessário cumprir uma série de requisitos.

“Mandavam fazer uma quilometragem, numa semana. Eram desafios intensos. Mas fui cumprindo um a um”, diz Junea, que chegou a Paris no final de semana passado.

“Foi também uma forma de ver a Olimpíada, algo que nunca tinha feito. Tenho assistido, por exemplo, ao vôlei de praia. Vou lá na quadra. É fascinante.”

Segundo a nutricionista, o desafio a fez descobrir coisas boas: “Temos de fazer treinos intensos. No dia a dia. E o pior, é ter de acordar cedo e depois duas horas de treinos, ir trabalhar… Mas valeu a pena”.

Junea afirma também que embora o atletismo seja um esporte individual, tem um senso agregador, coletivo. “Todo mundo se ajuda. Uma amiga, um amigo, ligam pra saber como estão indo os treinos, perguntam que horas estou treinando. Digo que é às 4h ou às 5h. Aí, eles dizem que vão comigo, que não vou sozinha. Às vezes, três, quatro, cinco pessoas correm juntas.”

Ela diz ter começado a correr depois do nascimento das filhas: “Eu me tornei sedentária. Então, precisava dar um jeito. Aí, quando levava minhas filhas no balé, eu ia correr. Eu me tornei mais versátil. Gostei muito e agora sou uma atleta amadora”.

Sobre a prova em Paris, ela afirma quer aproveitá-la ao máximo: “Não haverá tomada de tempo. Não haverá vencedor. Portanto, quero aproveitar cada lugar que passar e aproveitar a corrida”. Não abre mão, contudo, de uma coisa: “Quero estar entre as primeiras brasileiras”.

Metas a cumprir em Paris

Já Renato Jabutas comenta que desde que soube que tinha a possibilidade de participar da maratona em Paris passou a se empenhar. Fez sua inscrição pelo site e passou a acompanhar tudo pelo computador. Experiente nesse tipo de prova, ele vai disputar a 10ª maratona.

“Eles faziam exigências, que cumpri. Eles mandavam cumprir uma distância, em tantos dias. Eu cumpria, no prazo. Tinha de correr 10 mil metros, em quatro dias. Eu corri”, conta.

Renato levanta, todos os dias, às 5h, para correr, ou na Pampulha, ou na Lagoa Seca, no Belvedere. Faz isso religiosamente. Ele embarcou, na quarta-feira, para Paris e conta que tem metas a cumprir.

“Primeiro, que será muito marcante pra mim, pois será a 10ª maratona da minha vida. Quero cumprir o percurso em 3h20. Esse é o meu ideal. O recorde mundial é de 2h11min. Longe da marca que quero, mas seria muito bom conseguir. E quero ser o melhor brasileiro. Seria o prêmio maior, mesmo sabendo que não haverá uma premiação para nós, atletas amadores”, diz o engenheiro.

Compartilhe