BASQUETE

Técnico do Minas sonha alto em final do NBB: ‘Ainda não estamos satisfeitos’

Minas inicia neste sábado (7/6), contra o Franca, disputa pelo título inédito do Novo Basquete Brasil, após cinco anos parando nas semifinais

Após 17 anos de participação no Novo Basquete Brasil (NBB), a principal liga de basquete do país, o Minas chega à final de forma inédita. O clube disputa o torneio desde a primeira edição, em 2008, mas só agora, sob o comando de Léo Costa, a equipe está na decisão. O treinador admite que o momento é especial, mas destaca: “Ainda não estamos satisfeitos”.

O Minas disputará o título do NBB contra a equipe do Franca em uma final de cinco jogos. O primeiro, neste sábado (7/6), será na cidade paulista. Na Arena Uni-BH, na capital mineira, as equipes se enfrentarão nos dias 12/6 (quinta-feira) e 14/6 (sábado). Os ingressos podem ser adquiridos na internet e no site do clube.

Em entrevista ao No Ataque/Estado de Minas, Léo Costa afirmou estar vivendo um “ano especial”. Ele se refere à temporada regular do Minas, que liderou de ponta a ponta a competição, com 29 vitórias e apenas cinco derrotas. As boas atuações continuaram nos playoffs – o time minas-tenista “varreu” os três adversários (Mogi, Vasco e Bauru), com nove vitórias em nove jogos.

Léo Costa chegou ao Minas em 2019, e esta é a temporada com o melhor rendimento da história do clube no NBB.

“Fico muito orgulhoso por este passo. A gente bateu na trave duas vezes contra Franca, nas duas últimas temporadas, as semifinais foram para o jogo cinco, e o Franca acabou saindo campeão do NBB. Mostra que a gente estava jogando em alto nível, de igual para igual com o time que acabou se sagrando campeão”, diz o treinador.

Nas duas situações, o Minas decidiu as séries fora de casa. Já agora, com a liderança isolada conquistada na fase de classificação, jogará três das cinco partidas possíveis da final diante da torcida – incluindo o quinto duelo, caso seja necessário.

Léo Costa ressalta a sintonia com os torcedores, que vêm lotando a Arena Uni-BH.

“Foi comentado no vestiário, sem dúvida, está um ambiente fantástico. Agora nos playoffs, nos momentos difíceis, a torcida voltou a dar força no ginásio. Isso também mexeu com a equipe. Tem sido gratificante ver o crescimento da nossa torcida em cada temporada. Torcedores que você já vê há três, quatro temporadas, que estão em todos os jogos. Eu acho isso muito bacana. Existe uma cultura muito forte de torcida, tanto em Belo Horizonte e no estado, quanto no próprio Minas”, afirmou.

O trunfo do basquete do Minas

Parte do sucesso do time nesta temporada, além de contratações certeiras, foi a revelação e utilização de talentos da base – como o pivô Wini Silva, o ala Yuri e o armador Lucas Rodriguez.

“A gente tem a sorte de ter um trabalho e uma estrutura muito forte no Minas na formação, tanto que é a equipe que mais levou atletas para NBA. Raulzinho, Felício e Gui Santos vieram desse trabalho de formação, então mostra a qualidade do que é feito pelos treinadores da base. Minha função é tentar identificar e, a partir daí, conduzir, nortear, orientar. O Wini, por exemplo, vem de um ano em que ele praticamente entrou muito pouco, participou muito mais das viagens para neste ano virar um um jogador extremamente importante e efetivo”, conta Léo Costa.

Entre as contratações, destaque para os argentinos Franco Baralle e Juan Pablo Arengo, que têm sido decisivos nos jogos.

“Tanto na base quanto nas contratações, estamos sempre buscando esse perfil de comprometimento. Em cima das opções começam as análises e aí, no final, a gente vai ter uns 70, 80 atletas que são avaliados para você chegar e vai filtrando. Vamos supor: 20 armadores que viram 10, que viram cinco, até você realmente conseguir diminuir o risco de errar, tanto do ponto de vista técnico e tático, quanto do perfil de comprometimento que falei”, detalha o comandante minas-tenista.

Nessa busca por reforços, Léo Costa vai atrás de referências dos atletas com outros treinadores e até jogadores com os quais já trabalhou: “Aí entra a minha parte de fazer contato com ex-treinadores que trabalharam com aquele atleta. Se eu tenho algum jogador com quem tenho liberdade e que atuou junto com o atleta que a gente está pretendendo contratar, faço contato para ver como ele é no dia a dia, no ambiente de grupo”.

Sobre a final do NBB, contra o Franca, Léo Costa destaca acima de tudo, a entrega do time.

“Queremos demais este título. Se tem uma palavra para este time é entrega, e vamos deixar tudo em quadra. Trabalhamos muito para chegar à condição de disputá-lo. Como falei, sangramos, criamos algumas cicatrizes nos anos anteriores. No próprio Super 8 deste ano, numa final em casa, a gente não conseguiu fechar e dar alegria para a torcida. Serviu de motivação a mais para a gente querer dar este passo agora.”

O Franca, adversário do Minas, se classificou para a decisão ao superar o Flamengo em uma semifinal bem disputada, decidida em cinco jogos. Comandada por Helinho Rubens, o time paulista tem como destaque o armador Georginho e o ala Lucas Dias. Na equipe ainda está o ala Didi Louzada – que atuou na NBA, principal liga de basquete do mundo, por duas temporadas.

Veja a entrevista na íntegra

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