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Ídolo do Corinthians é vice-campeão de reality show nos EUA

Atleta já foi um dos melhores jogadores de basquete do Brasil e ganhou o apelido de 'Gringo da Favela' no Corinthians; conheça ele
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Ex-jogador e ídolo do time de basquete do Corinthians, o ala armador estadunidense-peruano Kyle Fuller deixou a carreira nas quadras de lado por motivo inusitado: participar da sexta temporada do reality show The Circle – Estados Unidos, veiculado pela Netflix, maior plataforma de streaming do mundo.

Kyle decidiu dar um tempo no basquete para tentar vencer o prêmio de US$ 100 mil (R$ 514 mil reais, na cotação atual) oferecido ao vencedor do reality. Ele chegou até a final, composta por cinco participantes, mas bateu na trave – terminou em segundo lugar, abaixo do assistente de enfermagem Bradon Baker (“Olivia”, no reality), que foi o campeão. O último episódio, em que foi anunciado o ganhador, foi lançado pela Netflix nessa quarta-feira (8/5).

Como funciona o The Circle?

Ao contrário da maioria dos reality shows, no The Circle os participantes não podem se ver. Todos ficam confinados no mesmo prédio, cada um em um apartamento, mas só podem se comunicar por mensagens em uma plataforma ativada por comandos de voz, chamada de “Circle”.

Ao entrar, o jogador decide se usará o próprio nome e as próprias fotos ou se será um “catfish” – ou seja, se fingirá ser outra pessoa. O campeão, inclusive, era um “catfish”- Brandon usou o nome “Olivia” e as fotos da colega de trabalho e amiga Claudia.

Ao longo do programa, os integrantes formam alianças e podem até paquerar uns aos outros, mas tudo no ambiente virtual. Eles também participam de jogos e dinâmicas organizados pela produção. Vence o reality o participante mais popular – isto é, o que foi mais bem classificado pelos oponentes.

A sexta temporada da versão estadunidense do The Circle começou com 10 jogadores e um bot de inteligência artificial, e terminou com cinco integrantes, que disputaram a final. Os participantes só se conhecem pessoalmente no fim do último episódio, quando se encontram em um estúdio para o anúncio do campeão.

Conheça a trajetória de Kyle Furrer

Kyle iniciou a trajetória no basquete na Universidade de Vanderbilt, que disputa a Primeira Divisão da NCAA, principal liga de basquete universitário dos Estados Unidos. No entanto, o ala armador construiu a carreira na América Latina.

Após deixar Vanderbilt, o estadunidense de 1,85m tentou ser selecionado por algum time da NBA no Draft de 2014, mas não teve sucesso. Assim, foi jogar no Regatas Lima, do Peru, onde foi campeão nacional. O ala também tem nacionalidade peruana – a mãe nasceu lá e ele cresceu numa favela em Lima, capital do país sul-americano. Kyle já defendeu a Seleção do Peru.

Kyle passou pelo Toros de Aragua, da Venezuela, onde também se destacou, antes de chegar ao Brasil, país onde jogou por mais tempo. Em 2017, acertou com o Paulistano. Não precisou de muito tempo para fazer sucesso por aqui: na primeira temporada, venceu o título do Novo Basquete Brasileiro (NBB), principal campeonato de basquete nacional, sendo um dos destaques do torneio.

Cobiçado no mercado após a conquista, Fuller acertou com o Corinthians no ano seguinte, onde se tornou ídolo, identificou-se com a torcida e ganhou o apelido de “Gringo da Favela”. Na primeira temporada pela equipe paulista, o estadunidense foi o maior pontuador da NBB, consolidando-se como um dos principais jogadores do basquete nacional. Ele vestiu a camisa do Timão por quatro temporadas: de 2018/2019 a 2021/2022. Em 2021, ele chegou a ter breve passagem pelo Fuerza Regia, do México, mas voltou ao clube do Parque São Jorge poucos meses depois.

Kyle não chegou a vencer títulos pelo Corinthians, mas chegou à final da Liga Sul-Americana em 2019 e chegou a marca histórica: anotou mais de 2000 pontos. Carismático, o estadunidense-peruano tem vários vídeos cômicos falando português e várias publicações em que se declara ao time paulista nas redes sociais.

Após deixar o Timão, Kyle foi jogar no Brillantes del Zulia, da Venezuela. O último time que ele defendeu foi o Aguada, do Uruguai, entre 2022 e 2023.

Durante o The Circle, o estadunidense-peruano de 32 anos manifestou a vontade de se aposentar do basquete, pois estava cansado de ficar longe da esposa, que mora nos Estados Unidos, e quer ter filhos com ela. Com mais de 300 mil seguidores, a tendência é que ele invista na carreira de influenciador digital.

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