JOGOS OLÍMPICOS

Brasil x EUA no basquete? Relembre jogo contra Dream Team em 1992

Brasil teve partida contra astros dos Estados Unidos na Olimpíada de 1992; confronto pode se repetir nos Jogos de Paris em 2024
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O Brasil deve ter os Estados Unidos pela frente nas quartas de final do torneio masculino de basquete na Olimpíada de Paris. O confronto só não ocorrerá caso os americanos não vençam Porto Rico na última rodada da fase de grupos – o que é visto como uma situação muito improvável.

Atualização: os EUA venceram Porto Rico por 104 a 83 e, conforme esperado, vão enfrentar o Brasil nas quartas de final!

Os EUA estão com a equipe repleta de astros da NBA, casos de LeBron James, Kevin Durant, Stephen Curry e Jason Tatum. Sempre que os americanos levam força máxima a uma Olimpíada, a história do esporte faz questão de relembrar o Time dos Sonhos dos Jogos de Barcelona, na Espanha, em 1992.

Terá o Brasil nova oportunidade de encarar as estrelas da grande liga de basquete do planeta? O No Ataque relembra a ocasião em que Oscar Schmidt, Marcel, Paulinho Villas Boas, Gersão, Pipoka e companhia desafiaram os “monstros” dos Estados Unidos.

Vídeo: assista ao jogo entre EUA e Brasil em 1992

O Dream Team de 1992

A Seleção dos Estados Unidos que competiu em Barcelona ganhou a alcunha de  “Dream Team” (Time dos Sonhos, em inglês) porque contava com os astros da NBA. O técnico Chuck Daly selecionou 12 atletas, entre os quais Larry Bird, Charles Barkley, Patrick Ewing, Magic Johnson e Michael Jordan. Essa formação só foi possível graças à Federação Internacional de Basquete, que permitiu, a partir de 1989, a inscrição de atletas profissionais nos Jogos Olímpicos.

A fim de evitar surpresas, os EUA colocaram as estrelas em ação desde o Pré-Olímpico, conseguindo vitórias com muitos pontos de vantagem sobre Cuba (136 a 57), Canadá (105 a 61), Panamá (112 a 52), Argentina (128 a 87), Porto Rico (119 a 81) e Venezuela (127 a 80).

Na Olimpíada, os Estados Unidos integraram o Grupo A. Na estreia, vitória por 116 a 48 sobre Angola. Posteriormente, mais placares elásticos, em cima de Croácia (103 a 70) e Alemanha (111 a 68).

O confronto EUA x Brasil foi na quarta rodada, em 31 de julho. A equipe verde-amarela até tentou resistir à pressão nos primeiros minutos, mas prevaleceu a superioridade técnica e física dos americanos, que ganharam por 127 a 83 tendo Charles Barkley como cestinha, com 30 pontos. Michael Jordan participou da partida por 25 minutos e contabilizou 15 pontos.

Em entrevista ao Ticaracaticast, Oscar Schmidt e Marcel relembraram jogo contra Dream Team

No lado brasileiro, Oscar Schmidt cravou 24 pontos – nove deles em cestas de três já na reta final do confronto. O “Mão Santa”, como é conhecido o grande ídolo do basquete no país, também terminou como maior pontuador diante de Croácia (25), Espanha (44), Angola (19), Porto Rico (29) e Austrália (23).

Embora não tenha conquistado medalha, o Brasil cumpriu bem o seu papel em Barcelona. Caiu nas quartas de final para a Lituânia – que viria a ganhar o bronze – e superou Porto Rico e Austrália na disputa pelo quinto lugar.

Já os Estados Unidos passaram por cima de todo mundo: 122 a 81 na Espanha (último jogo do Grupo A); 115 a 77 em Porto Rico (quartas de final), 127 a 76 na Lituânia (semifinal) e 117 a 85 na Croácia (final).

Com oito vitórias em oito jogos, os americanos contabilizaram 380 pontos de saldo – 938 marcados e 558 sofridos. A Croácia, medalhista de prata, obteve 25 de saldo – 681 a favor e 656 contra.

Os convocados dos EUA em Barcelona

  • Christian Laettner – ala/pivô (Duke University)
  • David Robinson – pivô (San Antonio Spurs)
  • Patrick Ewing – pivô (New York Knicks)
  • Larry Bird – ala (Boston Celtics)
  • Scottie Pippen – ala (Chicago Bulls)
  • Michael Jordan – ala/armador (Chicago Bulls)
  • Clyde Drexler – ala/armador (Portland Trail Blazers)
  • Karl Malone – ala/pivô (Utah Jazz)
  • John Stockton – armador (Utah Jazz)
  • Chris Mullin – ala (Golden State Warriors)
  • Charles Barkley – ala/pivô (Phoenix Suns)
  • Magic Johnson – armador (Los Angeles Lakers)

Brasil x Estados Unidos em Paris 2024

A missão brasileira em Paris será mais complicada do que em Barcelona. Com um grupo que viveu altos e baixos durante o ciclo e uma classificação às quartas de final conquistada na “bacia das almas”, a Seleção Brasileira chega para enfrentar um Dream Team que foi formado para se provar o melhor do mundo.

Em agosto de 2023, o velocista americano Noah Lyles questionou, em entrevista coletiva, por que os jogadores da National Basketball Association (NBA) se consideravam campeões do mundo após vencerem a liga. A provocação irritou parte dos atletas da NBA, que, liderados por LeBron James, decidiram formar a melhor equipe possível para competir na Olimpíada.

O Brasil na Olimpíada de Paris

A Seleção Brasileira Masculina de Basquete garantiu vaga nos Jogos de Paris ao vencer a Letônia no torneio Pré-Olímpico disputado em Riga, na Letônia, no início de julho – a menos de um mês do início da Olimpíada.

Brasil ganhou do Japão na fase de grupos da Olimpíada com grande atuação de Bruno Caboclo (Thomas COEX / AFP)

Na capital francesa, a batalha inicial foi para passar de fase em grupo formado por Alemanha, França e Japão. Os resultados contra os europeus foram negativos, o que fez com que a Seleção só pudesse pensar em vitória diante dos japoneses, nessa sexta-feira (2/8), pela última rodada.

E ela veio. Liderado pelo pivô Bruno Caboclo (cestinha, com 33 pontos), o Brasil venceu por 102 a 84 e garantiu classificação por ter feito uma das melhores campanhas entre os terceiros colocados. O adversário foi definido horas depois, e a pedreira não poderia ser maior: os Estados Unidos.

Os Estados Unidos na Olimpíada de Paris

Os Estados Unidos fizeram justiça ao título de seleção e formaram uma equipe com os melhores jogadores possíveis. Apesar dos amistosos preparatórios que, mesmo sem derrotas, levantaram suspeitas em relação ao desempenho, o Dream Team está mostrando o porquê de ser favorito ao ouro.

Até o momento, os EUA venceram com autoridade a Sérvia e Sudão do Sul. O jogo restante é contra Porto Rico, neste sábado (3/8), às 12h15. Somente em caso de uma derrota inesperada neste confronto que os EUA não enfrentarão o Brasil nas quartas de final.

LeBron James, astro da Seleção dos Estados Unidos de Basquete (Thomas COEX / AFP)

Quais as chances do Brasil vencer os Estados Unidos em Paris?

Apesar de os resultados não demonstrarem isso, o desempenho do Brasil em Paris pode ser considerado bom. Após passar por troca no comando técnico a menos de 100 dias para o início da Olimpíada, quando, em abril, Aleksandar Petrovic reassumiu o cargo de treinador deixado por ele 2021, o Brasil chegou na Olimpíada carregado de certa desconfiança.

O nível do basquete apresentado ainda não foi o ideal, mas dá sinais de melhoras para competições futuras. Entre os destaques da equipe até aqui, estão os armadores Yago Santos, Marcelinho Huertas e Vitor Benite, o ala Gui Santos e o pivô Bruno Caboclo. Além deles, o armador Raulzinho, ex-NBA, está de volta após ficar fora dos dois primeiros jogos em tratamento de lesão.

Dito isso, o Brasil tem chances de vencer os Estados Unidos? Impossível, obviamente, não é, mas pode-se dizer que é bastante improvável. Mesmo jogando bem, a Seleção Brasileira não ganhou de França e Alemanha, equipes inferiores aos americanos.

A expectativa é de um confronto amplamente dominado pelo Dream Team, no qual restará ao torcedor brasileiro torcer para mais um dos “milagres olímpicos”.

Jogos do Brasil e dos Estados Unidos na Olimpíada de Paris

Seleção Brasileira

  • 1ª rodada – França 78 x 66 Brasil
  • 2ª rodada – Brasil 73 x 86 Alemanha
  • 3ª rodada – Japão 84 x 102 Brasil

Seleção dos Estados Unidos

  • 1ª rodada – Sérvia 84 x 110 Estados Unidos
  • 2ª rodada – Estados Unidos 103 x 86 Sudão do Sul
  • 3ª rodada – Porto Rico 83 x 104 Estados Unidos

Convocações de Brasil e Estados Unidos

Seleção do Brasil

  • Marcelo Huertas – Tenerife-ESP
  • Yago Mateus – Estrela Vermelha-SRB
  • Raul Neto – sem clube
  • George de Paula – SESI Franca
  • Vitor Benite – Free Agent
  • Léo Meindl – Tokyo-JPN
  • Guilherme Santos – Golden State Warriors -EUA
  • Didi Louzada – sem clube
  • Bruno Caboclo – Partizan Belgrado-SRB
  • João Marcelo “Mãozinha” – sem clube
  • Lucas Dias – Sesi Franca
  • Cristiano Felício – Sendai 89ers-JPN

Seleção dos Estados Unidos

  • Bam Adebayo – Miami Heat
  • Devin Booker – Phoenix Suns
  • Anthony Davis – Los Angeles Lakers
  • Kevin Durant – Phoenix Suns
  • Anthony Edwards – Minnesota Timberwolves
  • Joel Embiid – Philadelphia 76ers
  • Tyrese Haliburton – Indiana Pacers
  • Jrue Holiday – Boston Celtics
  • LeBron James – Los Angeles Lakers
  • Derrick White – Boston Celtics
  • Jayson Tatum – Boston Celtics
  • Stephen Curry – Golden State Warriors
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