JOGOS OLÍMPICOS

Brasil é atropelado em noite de vaias, Snoop Dogg, despedida e show dos EUA

Seleção Brasileira perdeu por 122 a 87 nesta terça-feira (6/8) e está eliminada do basquete masculino na Olimpíada de Paris 2024
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O palco estava montado para o show. Às pressas, em menos de 24 horas, os aparelhos de ginástica deram lugar a uma quadra na Arena Bercy. Tudo pronto para o brilho do Dream Team dos EUA no basquete masculino. E quis o destino que a vítima – ou melhor, o coadjuvante – fosse o Brasil. Nesta terça-feira (6/8), a Seleção Brasileira lutou, mas foi dominada pelos astros da NBA, perdeu por 122 a 87 e está eliminada nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Desde o início da Olimpíada, não se viu a Arena Bercy – que já havia recebido estrelas como Simone Biles e Rebeca Andrade – tão cheia. Nos arredores, torcedores circulavam com cervejas e enchiam os bares da região. Alguns chegando para ver os EUA, outros saindo do espetáculo de abertura: a vitória da anfitriã França por 82 a 73 sobre o Canadá.

Ainda do lado de fora, dezenas de fãs aguardavam ansiosos a chegada dos jogadores. Mal sabiam eles que LeBron James, Stephen Curry e companhia já estavam nos vestiários. Mas a espera valeu a pena. Inesperadamente, o rapper estadunidense Snoop Dogg apareceu para acompanhar a partida – a primeira dos EUA na capital Paris, já que a fase inicial do basquete foi em Lille.

A estrela da música tem sido aparição constante na Olimpíada. Ele chegou até a carregar a tocha olímpica antes da Cerimônia de Abertura no Rio Sena, em 26 de julho. Depois, continuou na cidade e passou a acompanhar competições, especialmente dos EUA. Ao chegar à Arena Bercy, foi tietado e, cercado por três seguranças, cantarolou, sorriu e até cumprimentou um jornalista com um high five. Na quadra, foi ovacionado quando o locutor anunciou sua presença.

Snoop Dogg na beira da quadra durante Brasil x EUA no basquete masculino em Paris 2024 - (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Snoop Dogg na beira da quadra durante Brasil x EUA no basquete masculino em Paris 2024(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Show do Dream Team

O Brasil teve bons momentos no jogo. Chegou, inclusive, a fazer os primeiros pontos da partida. Mas não houve equilíbrio. Efetivos no ataque e na defesa, os EUA não precisaram fazer muito esforço e abriram larga vantagem já no quarto inicial.

A superioridade foi tamanha que o técnico Steve Kerr resolveu rodar bastante o time. LeBron, Curry, Durant deram espaço a outros dos nomes de peso. Não à toa, todo o elenco teve ao menos dez minutos em quadra.

O armador Marcelinho Huertas regeu o Brasil no fim do segundo quarto e reduziu a desvantagem para oito pontos. Mas a reação não durou muito: logo depois, os EUA acertaram duas bolas de três e ampliaram a disparidade mais uma vez.

E assim continuou até o fim da partida. Devin Booker (18 pontos), Anthony Edwards (17) e Joel Embiid (14) foram os principais destaques ofensivos dos EUA. O cestinha foi brasileiro: Bruno Caboclo, com 30.

Despedida de Huertas

Marcelinho Huertas se emocionou nos minutos finais do último quarto. Aos 41 anos, o armador se despede da Seleção Brasileira Masculina de Basquete. Os torcedores brasileiros na arena gritaram o nome do jogador, que foi aplaudido também pelos companheiros.

Vaias a Embiid

As arquibancadas embalaram o show em quadra. Mas, quando Joel Embiid recebia a bola, a sonoridade mudava. O pivô foi intensamente vaiado do início ao fim da partida.

Em dado momento, quando Embiid foi arremessar lances livres, o volume aumentou. LeBron James, então, aproveitou para provocar e pediu a torcida, de forma irônica, para vaiar ainda mais alto.

O jogador do Philadelphia 76ers, MVP da NBA em 2022/23, tem recebido vaias durante os Jogos Olímpicos por ter decidido defender os EUA e não a França.

Joel Embiid - (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Joel Embiid durante jogo com o Brasil(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Embiid nasceu em Camarões. A França lhe ofereceu o passaporte, o que o liberaria a atuar pelo país europeu. O astro da NBA, contudo, decidiu pelos EUA. Anteriormente, Embiid disse ter preferido a Seleção Estadunidense por seu filho ter nascido no país. Depois, acrescentou nova justificativa.

“Foi uma decisão difícil, mas tudo tem a ver com o nível de conforto. Como eu disse, conheço esses caras (jogadores dos EUA) há muito tempo. Eu me senti mais confortável do que do outro lado. Havia uma certa preocupação com o outro lado. Então, eu sempre digo que vou estar onde me querem. E aqui eles me queriam”, disse.

Campanha positiva

Apesar da dura derrota para os EUA, o Brasil deixa Paris com um saldo positivo no basquete masculino. Os Jogos de 2024 marcam o retorno da Seleção à Olimpíada após a ausência em Tóquio 2020.

O Brasil se classificou às quartas de final como terceiro colocado do Grupo B. Perdeu para França (78 a 66) e Alemanha (86 a 73), duas fortes adversárias, mas venceu com folga o Japão (102 a 84). No mata-mata, deu o azar de encarar um Dream Team “mordido” após a perda do Mundial para os alemães.

Agora, os EUA vão enfrentar a Sérvia nas semifinais. A partida será nesta quinta-feira, em horário ainda indefinido, na mesma Arena Bercy. Do outro lado da chave, França e Alemanha lutam pela segunda vaga na decisão.

Histórico de Brasil x EUA no basquete masculino em Olimpíadas

Brasil e EUA duelaram dez vezes no basquete masculino nos Jogos Olímpicos. Em todas, os estadunidenses levaram a melhor. Veja a seguir:

  • EUA 57 x 53 Brasil – Helsinque 1952
  • EUA 113 x 51 Brasil – Melbourne 1956
  • EUA 90 x 63 Brasil – Roma 1960
  • EUA 86 x 53 Brasil – Tóquio 1964
  • EUA 75 x 63 Brasil – Cidade do México 1968
  • EUA 61 x 54 Brasil – Munique 1972
  • EUA 102 x 87 Brasil – Seul 1988
  • EUA 127 x 83 Brasil – Barcelona 1992
  • EUA 98 x 75 Brasil – Atlanta 1996
  • EUA 122 x 87 Brasil – Paris 2024
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