Coluna do Jaeci

O universo se encarrega de pôr tudo no seu devido lugar

Dorival Júnior, tem a chance do bicampeonato na Copa do Brasil e de mostrar aos seus algozes que o trabalho sério, o caráter e a decência sempre vencem

Dorival Júnior é o atual técnico campeão da Copa do Brasil e da Libertadores. Foi trabalhar num Flamengo, terra arrasada, em julho de 2022, ajeitou a casa, ganhou o grupo e os títulos. Quando tudo indicava que teria um 2023 mágico e mais vencedor, veio a diretoria covarde, comandada por Landim, Braz e Spindel, e não renovou seu contrato. Pior que isso, contratou o seu vice na Copa do Brasil, Vitor Pereira, que em 84 dias perdeu quatro taças e a possibilidade de chegar à final do Mundial de clubes.

É bem verdade que títulos que não valem nada, como Supercopa, Campeonato Carioca, Recopa e Taça Guanabara, mas não chegar para enfrentar o Real Madrid foi um desastre e o maior vexame da história do Flamengo. Pereira foi demitido e a diretoria não deu o braço a torcer, chamando Dorival de volta. É um pessoal muito arrogante para admitir seus erros. São soberbos. Marcos Braz, com seu charuto, parece o “dono do mundo e do Flamengo”. Pobre alma. Landim é omisso e Spindel o pau mandado.

Ético, correto e um baita caráter, Dorival Júnior se manteve calado e jamais atacou seus detratores. Foi convidado para comandar o São Paulo, onde Rogério Ceni fazia péssimo trabalho. Em pouco tempo, ajeitou a casa, tornou o time vencedor e chegou, pela segunda vez consecutiva, à final da Copa do Brasil. E vai encarar justamente o Flamengo. Será o atual técnico campeão da competição, contra o Flamengo, campeão com ele ano passado.

Se os jogos fossem nos próximos 15 dias, eu não teria o menor medo de apontar o São Paulo favorito. Ainda mais agora que tem James Rodríguez e Lucas Moura. E vejam, meus amigos, que Dorival Júnior tem a chance do bicampeonato e de mostrar aos seus algozes que o trabalho sério, o caráter e a decência sempre vencem. O universo conspira e põe as coisas nos seus devidos lugares.

Flamenguista declarado, avisei em janeiro que me absteria de torcer pelo meu time nesta temporada, em solidariedade a Dorival. Não torço contra o rubro-negro, mas também não torço para Sampaoli e para essa diretoria medíocre. Quero ver Dorival levantar o caneco e dar um tapa de luva de pelica na arrogância. Sei que ele não é homem de vingança, mas tenho a certeza que, em seu íntimo, se for campeão, ele vai vibrar ainda mais. E, vale lembrar, que é o único título que o São Paulo não tem.

O futebol é bom por isso. Ele dá a chance de um cidadão de bem dar a volta por cima e mostrar aos péssimos dirigentes que não se deve tratar as pessoas como brinquedos. Dorival é hoje o melhor técnico brasileiro em atividade, além de sua ética e competência, é um ser humano maravilhoso. Os “deuses do futebol”, certamente, estarão ligados nisso, e as chances de ele conquistar a taça, é grande.

Pra mim seria melhor ainda se provocasse a demissão de Sampaoli, péssimo caráter, e toda a diretoria que se apossou do Flamengo, como se dele fosse dona. O Flamengo pertence aos 50 milhões de torcedores. Landim, Braz e Spindel vão passar sem deixar saudades. Bandeira de Melo, sim, deixou saudades, pois ajeitou o clube financeiramente, e os atuais dirigentes colhem os frutos com taças.

Bandeira optou por tornar o Flamengo superavitário e sem dívidas. Em sua gestão, jamais faria com Dorival Júnior o que os atuais fizeram. Acredito que todo torcedor do bem, rubro-negro ou não, deve se pautar pela ética, decência, transparência e competência, e, nesse quesito, Dorival Júnior é imbatível. Boa sorte meu amigo Dorival. Minha torcida é por você. Aliás, como me disse na quarta-feira, após o jogo, meu amigo Muricy Ramalho, “a gente torce pelos amigos”, e, depois de quatro décadas minha torcida é por Dorival e Muricy, a dupla mais ética e competente do nosso futebol.

Galo no Rio

O Atlético está no Rio de Janeiro para enfrentar o Vasco da Gama, que ocupa o Z-4, e estreou vencendo o time Mineiro em BH, na primeira rodada do turno. Está na hora de o Atlético Mineiro recuperar os três pontos perdidos e afundar ainda mais o cruzmaltino. Resta saber se os jogadores e Felipão estão dispostos a mudar o quadro e fazer um returno do tamanho da folha salarial do alvinegro. Com R$ 250 milhões anuais, os atletas estão deixando a desejar. Muito dinheiro para pouco futebol. Felipão precisa fazer mais do que fez até aqui. Duas vitórias em 12 jogos é vergonhoso para um técnico com sua história.

Compartilhe