O caso de manipulação de apostas está envergonhando a nação, com tantos jogadores acusados, suspeitos e denunciados por levarem cartões para favorecer amigos e parentes. O caso mais grave é o de Lucas Paquetá, denunciado pela Federação Inglesa – ele será julgado em março de 2025. Paquetá foi investigado durante um ano, e a entidade inglesa achou por bem denunciá-lo, pois tem provas cabais.
Vergonhosamente, continua vestindo a camisa da Seleção como se nada tivesse acontecido. Claro, não está condenado ainda, mas não deverá escapar da pena de ser banido do futebol. Seu tio, que teria sido favorecido, se calou diante da CPI da Manipulação. “Quem cala, consente”, diz o velho ditado.
Luiz Henrique, que nos encanta com belo futebol, também é suspeito de manipular cartões na Espanha, tendo recebido, inclusive, um depósito do tio de Paquetá em sua conta. Muito suspeito! Ele também veste a camisa amarela de forma vergonhosa.
Por fim, nesta terça-feira (5/11) estourou o escândalo Bruno Henrique, do Flamengo, suspeito de ter levado cartões, amarelo e vermelho, num jogo em Brasília, contra o Santos, em 2023. A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na casa dele, de parentes e amigos.
Conversei com o senador Jorge Kajuru, presidente da CPI de manipulação de resultados, na sexta-feira. Ele me disse o seguinte: “Já temos provas de que dois grandes jogadores estão envolvidos até o pescoço e vamos anunciar isso na semana que vem (esta semana)”.
Perguntei se eram Paquetá e Luiz Henrique. Ele riu e disse: “Você é um grande repórter, investigativo, inteligente. Tem casos em que as provas são cabais.” “Batom na cueca”, me disse.
A CPI não está ali para brincar. Tem nos senadores Kajuru e Romário – o primeiro um grande jornalista e o segundo, um dos gênios da bola – dois caras sérios, dispostos a moralizar o futebol brasileiro. Não é uma CPI para terminar em pizza. Kajuru, inclusive, falou sobre Rafa Silva, do Cruzeiro, expulso com três segundos de jogo, por dar uma cotovelada no jogador do Athletico-PR. Na sua rádio, em Goiânia, disse: “Isso só pode ser aposta”!.
Vi “jornalistas” dizendo que estão querendo prejudicar o Flamengo, em semana decisiva! Dane-se! Não importa para qual time o jogador atue. Se errou, tem que ser punido e pagar pelo erro. Bruno Henrique, Paquetá e Luiz Henrique são suspeitos, mas deveriam ser afastados imediatamente de suas funções para se defenderem. Ninguém é culpado, até que se prove o contrário, mas são fatos concretos.
Vocês acham que a Polícia Federal, pra mim uma das instituições de maior credibilidade do país, vai à casa de alguém, às 6h, para fazer busca e apreensão, se não tiver fortes indícios do crime? Claro que não. Ela vai na certeza de que o crime foi cometido e buscar provas e mais provas para confirmar aquilo que investigou.
Vejam que o jogo foi em 2023, e um ano depois, a coisa explode. São cuidados e critérios da nossa PF, para tornar público uma possibilidade real de crime.
Os jogadores de futebol enriquecem do dia para a noite, tornam-se milionários, e se sentem acima do bem e do mal. Saem de classes desfavorecidas – a gigantesca maioria não tem instrução e não procura se orientar com gente preparada – e acabam cometendo erros que acham normais.
Como são jovens, a gente torce para que não tenham cometido tais crimes, mas a possibilidade de não serem culpados é pequena, infelizmente.
Um amigo meu, jornalista em Londres, me garante que Lucas Paquetá será condenado e banido do futebol. Quanto a Luiz Henrique e Bruno Henrique, as investigações estão correndo e, na minha visão, todos esses jogadores deveriam ser afastados de clubes e da Seleção.
Vale lembrar que as casas de apostas nada têm a ver com isso, pois quem está se corrompendo e cometendo crime são os atletas e não as tais casas, haja vista que a própria empresa que patrocina o West Ham, onde Paquetá joga, foi quem o denunciou.