TIRO LIVRE

O que esperar de Atlético, Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo no Brasileiro

Nos últimos anos, não houve um início de Brasileiro sem que Atlético, Palmeiras e Flamengo fossem apontados como os mais fortes candidatos ao troféu

O Campeonato Brasileiro de 2025 começa neste sábado com algumas certezas. Uma delas é que as apostas de título, mais uma vez, recaem sobre os dois clubes mais poderosos financeiramente do país: Palmeiras e Flamengo. Um filme que se repete, pelo menos, pela quinta temporada seguida. Nesse período, eles formaram com o Atlético uma tríade que monopolizou pódios, palpites, alegrias e frustrações. Neste ano, contudo, o Galo parece correr mais por fora.

Com muito investimento e atuação agressiva no mercado, os três vêm dominando as atenções no cenário nacional. O Flamengo abriu a fila conquistando o Brasileiro de 2019 e emendou com a taça de 2020. O Atlético entrou no grupo em 2021, quando fez uma temporada praticamente perfeita e superou, numa disputa acirrada, os rubro-negros (vice-campeões) e os alviverdes (terceiros) na luta pelo título.

A partir daí, não houve um início de Brasileiro sem que os três fossem apontados como os mais fortes candidatos ao troféu.

Em 2022, o Palmeiras, contudo, foi o único a confirmar a expectativa. As torcidas de Flamengo e Atlético se frustraram, com o quinto e o sétimo lugares, respectivamente. Pareceu pouco demais para o que os críticos esportivos pregavam, e os times prometiam.

Em 2023, mais uma vez prevaleceu a força coletiva dos comandados de Abel Ferreira, mas a concorrência foi grande. O time paulista terminou o campeonato com 70 pontos, apenas dois a mais que um “infiltrado” na turma, o Grêmio. O Galo somou 66, assim como a equipe carioca, mas ficou à frente graças ao saldo de gols – 20 contra 14.

No ano passado, foi a vez de o Botafogo “invadir” a praia e cruzar a linha de chegada em primeiro, depois de brigar, quase cabeça a cabeça, com Palmeiras e Flamengo. No fim das contas, o alviverde foi vice, e o rubro-negro, terceiro. O Atlético ficou no rol das decepções, com a pior campanha desse período: o 12º lugar e a vaga na Copa Sul-Americana.

Talvez até por isso, o Galo não esteja mais tão unanimemente entre os favoritos desta vez. Recaem incertezas sobre o time de Cuca que não encontram eco em Palmeiras e Flamengo. O Galo ainda terá de provar estar no patamar dos rivais.

A campanha do hexa mineiro mostrou um time promissor, mas que neste momento aponte mais para um G4 do que para a conquista da taça em si.

Difícil fugir do favoritismo de Palmeiras e Flamengo, especialmente pelo trabalho dos treinadores. Abel consegue reinventar sua equipe a cada ano e manter o nível – já está na quinta temporada, o que é raro no futebol brasileiro.

Do outro lado, Filipe Luís, que assumiu o comando do time rubro-negro em outubro do ano passado, se estabeleceu rapidamente no cargo e vem suportando a grande pressão à qual é submetido. Apesar de jovem (tem 39 anos) e do pouco tempo na função, aparenta ter o grupo na mão.

Mas e o Cruzeiro, onde entra nessa conta? Pois o time celeste traz para o Brasileiro uma grande expectativa de seu torcedor pelo alto investimento feito no grupo. O técnico Leonardo Jardim vai carregar esse peso extra, de corresponder à altura, especialmente porque teve mais de um mês de preparação até a estreia no campeonato.

Se conseguir encaixar coletivamente, tem (em tese) qualidade individual para fazer uma campanha melhor que a do ano passado – em que a Raposa ensaiou surpreender, flertou com a vaga na Copa Libertadores, mas perdeu fôlego na reta final e, em nono lugar, teve de se contentar com um lugar na Sul-Americana.

Tudo isso, no entanto, são apenas pitacos. Qualquer avaliação, agora, passa mais por um exercício de futurologia e análise em cima do que as equipes já fizeram e têm de potencial para mostrar. Mas é aquela coisa: entre o que a gente acha que pode acontecer e o que de fato ocorrerá nos campos brasileiros há uma boa distância.

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