O início do returno do Campeonato Brasileiro, neste sábado (16/8), abre uma espécie de portal para os sonhos. Rumos podem ser mudados, por mais que uma ou outra situação pareça sacramentada. A prova está no passado: outras edições da competição reservaram reviravoltas que alimentam a esperança que quem ainda acredita.
Há tempo para brigar, em todas as frentes. Mas não muito. E essa é a grande armadilha a esta altura. Não se deve apostar demais na longevidade de 19 rodadas, pois o risco é se perder no caminho.
O alerta, contudo, vale tanto para quem mira o título, quanto para os times que aspiram vaga na Copa Libertadores e até para os desesperados para fugir da ameaça de rebaixamento. Até 21 de dezembro, data da derradeira rodada do Brasileiro, tem margem para muita coisa acontecer.
A análise pode começar pelo topo. Flamengo e Palmeiras protagonizam, mais uma vez, a disputa pela taça, com o Cruzeiro correndo por fora.
Cálculos do departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontam que o Flamengo tem 47,9% de chance de ficar com o título. O Palmeiras aparece com 29,5%, e o Cruzeiro com 12%.
Nesse recorte, a favor do rubro-negro carioca e do alviverde paulista não estão apenas os números. Com jogos ainda por disputar e o fato de contarem com grupos reconhecidamente mais fortes, é natural que ocupem as primeiras posições.
Sobram elementos para ajudar a explicar a distância, na esfera virtual e real, para os demais. Contudo, nada é imutável. É preciso manter o foco – e por que não, a fé – independentemente do lado que seu time esteja.
Quem tem mais chances de conquistar vaga na Libertadores?
Passando para a luta pela vaga na Copa Libertadores. O Flamengo está com mais de 98% de chance de se garantir direto na fase de grupos, segundo a UFMG. Se continuar nesse embalo, é um panorama irreversível.
O Palmeiras também aparece bem na fita, com 94,7% de possibilidade. E o Cruzeiro se aproxima dos 90%: a probabilidade de a Raposa conseguir a vaga direta no torneio continental é de 87,7%.
Com mais de 50% de chance estão Bahia (62,6%), Mirassol (55%) e Botafogo (52,6%). Nessa disputa, o Atlético aparece com 29,3% de possibilidade de assegurar um lugar, o que parece pouco promissor e deixa o alvinegro com maior possibilidade, neste momento, de ir novamente para a Copa Sul-Americana. Nesse caso, a probabilidade salta para 53,3%.
O grupo dos quatro últimos tem um destino que aparentemente está selado: do Sport, que nas contas da UFMG está com 86,9% de risco de cair. O cenário é um pouco menos pior para o Juventude, vice-lanterna do campeonato – 65,8% -, mas igualmente preocupante. O Fortaleza é o terceiro mais ameaçado pelo descenso, com 63,1%.
Essa foi a história construída por alguns times na primeira metade do Brasileiro. A teoria e a prática podem seguir juntas daqui pra frente ou se separar ao longo da jornada. Vai depender da postura que cada um vai adotar. Essa correção de rotas passa por conseguir bons reforços, mas também fazer ajustes com as peças de que dispõe.
O momento é agora. Afinal, como diz o hino da resistência contra a ditadura no Brasil, escrito e cantado por Geraldo Vandré, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.