A transferência de Neymar para a Liga Árabe de futebol, uma das menos prestigiadas do mundo, tem como DNA o dinheiro. Sim, o jogador brasileiro, de 31 anos e meio, vai amealhar quase R$ 900 milhões em dois anos de contrato, fortuna inimaginável.
São R$ 36 milhões mensais, para disputar jogos entre jogadores já “aposentados”, que ganharam títulos e mais títulos e que resolveram ganhar mais dinheiro para a aposentadoria. Entre eles, Cristiano Ronaldo e Benzema, cinco vezes campeões da Champions League.
Do ponto de vista de ganhar dinheiro, Neymar é um grande sucesso. Já bilionário, vai aumentar sua fortuna, para deixar dezenas de suas gerações felizes. Já pelo lado técnico, o jogador é um fracasso, ficando aquém do que dele se esperava. Campeão da Libertadores com o Santos, tinha um contrato assinado com o Barcelona quando tomou de 4 a 0, no Japão, na final do Mundial contra o próprio Barça.
No time catalão foi coadjuvante de Messi, Iniesta, Xavi e Luiz Suárez. Saiu de lá pela porta dos fundos, brigado com o clube e com a torcida, pois os milhões de euros do PSG o seduziram.
Foram seis anos na Cidade Luz sem o menor brilho. Neymar foi um fracasso no projeto Champions League e se limitou a ganhar apenas o fraquíssimo e inexpressivo Campeonato Francês. Brigou com torcedores (deu soco em um deles); com companheiros de profissão, por querer dar “caneta e lençol” para trás e não em direção ao gol, tentando humilhar os colegas; e foi execrado por alguns ídolos do clube.
Nesse período, sofreu duas cirurgias no tornozelo, mas não deixou de ir ao Sambódromo, escorado em muletas, e fez altas festas durante a pandemia de COVID-19 em sua mansão, em Mangaratiba-RJ.
Neymar nunca foi o profissional e o ser humano que esperávamos. Nunca brigou pelas causas contra os racistas, mesmo sendo negro. Nunca se engajou em campanhas em prol do mundo, nunca foi um cara solidário. Olhou para o próprio umbigo, para o dinheiro e nada mais.
Na Seleção Brasileira foi chacota mundial com o cai, cai na Copa da Rússia. Em 2022, no Catar, de quem era garoto-propaganda, foi outro fiasco, com atuações apagadas e mais contusões. E olha que o time jogava em função dele, e Tite, o técnico, refém de seus caprichos.
Ao apontar Neymar como top 3 e pô-lo acima de CR7 e Messi, não percebeu o erro grave que estava cometendo. Neymar fazia o que queria com a “marionete” Tite. O resultado nós vimos. Eliminados por duas seleções de segunda linha do futebol mundial: Bélgica, em 2018, e Croácia, em 2022. A CBF jogou seis anos com Tite no lixo.
Neymar esteve também no fracasso na Copa de 2014, no Brasil, mas, por sorte, estava machucado e fora cortado daquele time que levou de 7 da Alemanha. Pelo menos desse vexame, ele ficou livre. Mas também não fez bons jogos, até se machucar.
Neymar na Seleção Brasileira é idolatrado porque vai bater o recorde de gols de Pelé. Claro, o Brasil faz dezenas de amistosos contra seleções de terceira linha do futebol mundial, e os gols vão acontecendo. Pelé jogava contra grandes equipes, e poucas vezes no ano. Essa comparação é injusta com o Rei do futebol. Neymar é um grande fracasso com a amarelinha.
Nunca vi alguém dizer não para ele. Nem mesmo os ex-jogadores, que foram gênios da bola. A maioria faz média e o coloca no nível de CR7 e Messi quando, na verdade, Neymar nunca esteve e nunca estará nesse patamar. A notícia mais recente é de que ele vai jogar dois anos no mundo árabe, ganhar a fortuna, e depois voltar a Europa. A pergunta que faço é a seguinte: Que dirigente, em sã consciência, vai contratar Neymar, aos 34 anos, que atua numa liga de aposentados? Só falta os baba-ovo compararem a Liga Árabe à Premier League, na Inglaterra. Como certeza, algum puxa-saco fará isso, para confortar o mimado Neymar.
Vejam bem, eu não o condeno por ganhar tantos bilhões de reais. Pelo contrário, Neymar é um fenômeno para ganhar dinheiro. Quem me dera tivesse eu a capacidade de ganhar um milésimo do que ele ganha, ou uma proposta das “arábias”. Porém, aos 63 anos, não tenho tantas ilusões.
Já Neymar deveria sim ter o sonho de tentar ser o melhor do mundo, de passar pela história como passaram Ronaldo, Romário, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos e tantos outros gênios, que não ganharam tanto dinheiro quanto ele, mas jogaram “1 milhão de vezes mais”. São as escolhas da vida.
Para encerrar, conversando com o “Príncipe” Dirceu Lopes, certa vez, eu disse que ele jogou na época errada, em que havia muito craque e pouco dinheiro. E ele me respondeu. “Não joguei não, Jaeci, joguei na época certa. Eu não trocaria aquele período por nenhum dinheiro do mundo. Joguei com os melhores de todos os tempos”. Dirceu Lopes tem razão. Não é sobre ter e sim sobre ser, entendeu, Neymar?