CBLOL EM BH

BH vive dia de League of Legends com a grande final no Mineirinho

Milhares de torcedores foram ao Mineirinho para acompanhar a final do CBLOL, que consagrou a pAIN Gaming como campeã
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Belo Horizonte viveu um dia intenso de League of Legends neste sábado (7/9). Pela tarde, o Mineirinho, na Pampulha, foi palco da grande final do Campeonato Brasileiro do jogo, que consagrou a pAIN Gaming como campeã sobre a Vivo Keyd Stars. Dias antes, na quinta-feira e na sexta-feira, torcedores puderam participar de uma exposição no Mercado Novo que contou com itens históricos das edições anteriores do campeonato, desde a primeira competição, em 2012. Outros eventos e espaços foram planejados antes da partida decisiva para que os fãs do jogo entrasse no ginásio imersos na emoção da grande final.

“Um evento como esse é a grande celebração de algo que vem desde o começo do ano. Todo o planejamento é de longo prazo. Temos que pensar no impacto que vamos trazer para os jogadores e para a comunidade, que, num ambiente como esse, se sente extremamente celebrada. É a celebração da paixão, da competição e do jogo”, conta Diego Martinez, gerente-geral da Riot Games no Brasil. A empresa é a desenvolvedora do League of Legends e também organiza o cenário competitivo do jogo.

Torcedores imersos

Antes do começo da partida, os torcedores que estiveram no Mineirinho acompanharam um amistoso entre influenciadores do jogo (showmatch) e puderam ter contato com ex-atletas famosos. Em seguida, houve um desfile de fantasias de personagens (cosplays). Patrocinadores do CBLOL também promoveram ativações e experiências com os torcedores.

Diego explica que essa variedade de atividades serve para fazer o torcedor se sentir imerso na partida, já que grande parte do público também joga League of Legends em casa. “Tudo isso que está acontecendo dentro e fora da arena entrega uma experiência holística. Uma experiência, como a gente gosta de dizer, de 360 graus. E se o jogador está vibrando, é o melhor indicador de sucesso”, disse.

Expectativas

O profissional de tecnologia da informação Matheus Queiroz, de 36 anos, é torcedor da LOUD, time que dominou o CBLOL após vencer, desde 2022, as últimas quatro edições. Vale ressaltar que todos os anos há duas edições (splits) do campeonato, sendo que a segunda é a que distribui maior premiação.

O torcedor da LOUD foi ao Mineirinho junto da namorada, Helena Dalmazo, de 26, para fazerem parte dos gritos contra a pAIN – os dois times são rivais por serem donos das maiores torcidas do campeonato. “Eu tinha comprado o ingresso na esperança de que eles chegassem à final, mas agora eu estou torcendo para a Keyd porque quero que a pAIN continue sendo vice”, explica Matheus.

A fama de vice da pAIN é por que o time chegou ao segundo lugar do campeonato cinco vezes. No primeiro split deste ano, inclusive, eles foram derrotados na final pela LOUD.

Para o desenvolver de jogos Bruno Alexandre, 23, que saiu de Lagoa da Prata, na Região Central de Minas, a pAIN entrou na arena para quebrar essa sequência. “Isso de ‘eterno vice’ mostra que ninguém além da pAIN tem qualificação para chegar na final. Contra a LOUD, nesses últimos anos, nós só perdemos por puro azar”.

Fim de jogo

Quem saiu aliviada com o resultado da final foi a programadora Rayana Vital, de 31 anos. Ela saiu de Salvador para torcer para a pAIN, mas ficou na esperança de que o placar não terminasse 3 a 0 para que não saísse tão cedo do estádio. “No fim o Titan fez o nome dele e carregou a partida”, conta.

Apesar da derrota, torcedores da Keyd já decidiram que vão dar apoio para a pAIN na disputa pelo Worlds, o campeonato mundial de League of Legends. “É Brasil em primeiro lugar”, conta João Pedro Coutinho, de 24 anos, professor de educação física.

O time campeão do CBLOL ganha vaga para disputar o torneio. A pressão é sempre enorme, já que as equipes brasileiras nunca performaram bem no campeonato, sendo eliminadas precocemente. “Não sei se vem vexame por aí, mas pelo histórico passado eu não confio muito”, conta o professor.

Além do jogo

A abertura da partida contou com uma apresentação dos artistas Edu Falaschi, Lucas Inutilismo e AXTY. Juntos, eles interpretaram a música “Novos Horizontes”, criada especialmente para a grande final deste sábado. No show do intervalo, o rapper mineiro Djonga agitou a plateia antes da decisão da taça

Foram vendidos cerca de 11.250 ingressos para a partida decisiva – os três lotes esgotaram em menos de 20 minutos. Para Diego, a alta procura é resultado de uma torcida apaixonada pelo jogo e pelos esportes eletrônicos. “O CBLOL, para mim, não é só o campeonato brasileiro. Ele já é um evento cultural dentro da comunidade gamer”, defende.

A edição deste ano é a última no formato tradicional do CBLOL. A partir do ano que vem, os times brasileiros disputarão o torneio com equipes de outros países da América do Sul. Quem vencer irá duelar contra o time melhor classificado da América do Norte para decidir quem será o grande campeão do ano.

A decisão pelo fim ou não da marca CBLOL será apenas em 2025, explica o gerente de produtos do cenário competitivo de League of Legends no Brasil, Igor Corrêa. “A gente acredita que o League of Legends, o CBLOL e tudo que a gente constrói aqui, independente do nome que venha a ter, a comunidade abraça. E a gente sabe que tem muito espaço para trabalharmos em cima disso”, finaliza.

Como foi a partida

A disputa entre pAIN Gaming e Vivo Keyd Stars começou sem favoritismo para nenhum dos lados, mas logo no começo a pAIN adquiriu confiança e abriu o placar com dois mapas. A Keyd venceu o terceiro mapa e deixou o jogo em 2 a 1, mas a virada não veio e a pAIN conseguiu tomar as rédeas da disputa. Com a vitória, além de levar para casa o troféu de campeão e o prêmio de R$ 115 mil, a pAIN irá representar o Brasil no Worlds, o campeonato mundial de League of Legends.

Este é o quarto título da pAIN, que participa do CBLOL desde a primeira edição, ocorrida em 2012.

O time formado por Alexandre “Titan” Lima, Choi “Kuri” Won-yeong, Matheus “DyNquedo” Rossini, Choi “Wizer” Ui-seok e Marcos “CarioK” Santos de Oliveira se classificou para os playoffs após ficar em segundo lugar na frase de grupos do 2º split.

A Keyd foi a melhor classificada nas fases de grupo dos dois splits do ano. No primeiro, perdeu nos playoffs pela pAIN, que foi vice-campeã após cair na final para sua grande rival, a LOUD. Neste segundo split, a Keyd seguiu uma boa trajetória, mas não resistiu na final para a pAIN.

O retrospecto dos dois times ao longo do ano antes da Grande Final foi de cinco vitórias e 10 mapas vencidos pela pAIN e duas vitórias e quatro mapas vencidos pela Keyd.

A partida deste sábado era melhor de cinco mapas, mas como a pAIN chegou a 3 a 1 no placar, não haveria chance da Keyd vencer a partida e o último mapa não foi disputado.

Os dois primeiros tentos foram vencidos com facilidade pela pAIN. No terceiro, a Keyd acumulou muitos abates no começo e, em seguida, viu os adversários chegarem perto, mas, mesmo assim, conseguiu segurar o jogo e vencer o mapa de honra. No derradeiro quarto mapa, a pAIN não se deixou abalar pela derrota no tento anterior e venceu a partida, se sagrando campeã da 13ª edição do Campeonato Brasileiro de League of Legends.

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