Na manhã de 29 de dezembro de 2013, Michael Schumacher, 54, sofreu um acidente de esqui em Méribel, na França, que mudou para sempre sua vida. O heptacampeão de F1 teve lesões graves ao bater a cabeça e foi mantido em coma induzido até junho de 2014. Dez anos depois do ocorrido, o estado de saúde do ex-piloto alemão ainda é mantido em segredo por sua família, que vive reclusa.
De 2000 a 2004, Schumacher fez história na Ferrari com cinco títulos de piloto consecutivos na elite do automobilismo, e se tornou o primeiro heptacampeão mundial. Em 2014, após três meses no hospital de Lausanne, ele voltou para sua mansão na Suíça, para continuar o tratamento em casa.
No mesmo ano, o ex-piloto Philippe Streiff, amigo de Schumacher morto em 2022, revelou que o heptacampeão estava paralisado em uma cadeira de rodas. Esposa do alemão, Corinna só voltou a aparecer em público em 2017, quando Mick, filho do casal, estreou na F3 europeia.
A última informação sobre a recuperação de Schumacher foi divulgada em setembro de 2019, quando ele foi internado em um hospital de Paris para um suposto procedimento com células-tronco. No mês seguinte, seu cirurgião particular negou ter feito o tratamento e disse não ser capaz de fazer milagres.
Em outubro deste ano, o advogado da família explicou à revista jurídica alemã Legal Tribune Online que a família do ex-piloto escolheu não divulgar informações sobre seu estado de saúde porque nenhum comunicado seria capaz de sanar a curiosidade do público, uma vez que não seria definitiva.
“Sempre foi sobre proteger informações privadas. Discutimos muito como tornar isso possível, e também consideramos que um relatório final sobre a saúde de Michael seria a maneira correta de fazê-lo. Mas isso não teria sido o fim, e teríamos que ter relatórios atualizados constantemente. A mídia, de novo e de novo, perguntaria ‘como ele está agora?’ um, dois, três meses ou anos depois da mensagem”, disse Felix Damm.
Em 2021, Corinna explicou a escolha da família por garantir a privacidade do ex-piloto no documentário “Schumacher”, da Netflix.
“Todo mundo sente falta de Michael, mas Michael está aqui. Diferente, mas ele está aqui, e isso nos dá força. Estamos juntos. Moramos juntos em casa, fazemos terapia. Fazemos tudo o que podemos para tornar Michael melhor e para nos certificarmos de que ele se sinta confortável e simplesmente sinta nossa família, nosso vínculo”, disse na ocasião.
De acordo com ela, a família busca viver como o ex-piloto gostava e ainda gosta. “‘Privado é privado’, ele sempre dizia. É muito importante para mim que ele possa continuar a desfrutar de sua vida privada tanto quanto possível. Michael sempre nos protegeu, agora estamos o protegendo”, acrescentou.
O filho do casal, Mick Schumacher, disse no documentário que, desde o acidente, experiências comuns entre pais e filhos não acontecem mais, ou são menos frequentes.
“Isso é um pouco injusto. Acho que meu pai e eu nos entenderíamos de uma forma diferente agora, porque falamos uma linguagem semelhante, a do automobilismo, e teríamos muito mais sobre o que conversar. É nisso que eu penso a maior parte do tempo, no quão legal seria. Eu daria tudo por isso”, afirmou.
Em julho de 2022, Jean Todt, ex-presidente da Federação Internacional de Automobilismo, ex-diretor esportivo da Ferrari e amigo de Schumacher, revelou, sem dar mais detalhes, que assiste a corridas de F1 com o ex-piloto. Ele é um dos poucos autorizados pela família a visitar o heptacampeão.
A reclusão da família foi tema de uma declaração de Eddie Jordan no início deste ano. Fundador da Jordan, ele deu a primeira chance ao alemão na F1 e teve um pedido de visita ao colega negado em 2013, logo após o acidente.
“Faz quase dez anos, e a Corinna não pôde ir a uma festa, um almoço, isso ou aquilo. Ela é como uma prisioneira, porque todos iriam querer falar com ela sobre Michael, quando ela não precisa de lembretes a cada minuto”, disse ao portal The Sun Online.
Folhapress
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