NFL NO BRASIL

Eagles e Packers fazem jogo histórico, e NFL manda recado ao Brasil

No Ataque acompanhou de perto o primeiro jogo da história da National Football League (NFL) em território brasileiro
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Uma noite que por anos pareceu que só aconteceria nos sonhos. Para grande parte dos brasileiros fãs de futebol americano, assistir e falar sobre National Football League (NFL) foi, por muito tempo, algo restrito. Ter, então, uma partida da liga estadunidense disputada no Brasil era ainda mais utópico. Os anos se passaram, o esporte evoluiu, e a vitória do Eagles sobre o Packers, por 34 a 29, na madrugada de sexta para sábado (7/9), na Neo Química Arena, em São Paulo, ficará marcada como o início de uma nova era do esporte no país.

Nem o frio da noite paulista foi capaz de frear a emoção e o fervor que vinham das arquibancadas do estádio corintiano. O No Ataque acompanhou de perto o evento que mostrou muito do que a NFL tem a oferecer de experiência para os torcedores.

Enganou-se quem pensou que só brasileiros estariam na partida. O que se viu nas ruas da capital paulista e nos espaços da Neo Química Arena foi um grande número de estrangeiros, muitos falantes da língua inglesa, misturados em meio à festa preparada para o Brasil.

Celebridades e atletas de outras modalidades também marcaram presença. Antes do jogo, as medalhistas olímpicas Rebeca Andrade (ginastica artística), Bia Souza (judô), Rayssa Leal (skate) e Duda Lisboa (vôlei de praia), além de jogadoras de futebol do Corinthians e da Seleção Brasileira, estiveram no gramado e foram ovacionadas pela torcida.

Na parte musical, a artista CAROLA fez apresentação de música eletrônica durante o aquecimento do time, enquanto Luísa Sonza e Zeeba foram responsáveis por cantar os hinos de Brasil e Estados Unidos, respectivamente, antes do início da partida. No intervalo, os jogadores saíram de cena para que Anitta desse seu show.

De metrô até a Neo Química Arena

Como já indicado a se fazer em dias de jogos do Corinthians e reforçado pela NFL, a maioria dos torcedores optou por ir à Neo Química Arena de metrô. Seguindo a linha vermelha, as opções de desembarque eram na estação Arthur Alvim e na Itaquera-Corinthians, que foi a principal escolha dos fãs.

Apesar de os vagões estarem cheios, o trajeto foi tranquilo. Ao chegar na estação de Itaquera, o caminho até a Neo Química Arena esteve cercado de guias turísticos, guardas-civis e policiais militares, que garantiram tranquilidade aos torcedores, sem que houvesse alguma confusão.

Alguns profissionais da imprensa reclamaram de certo desencontro nas informações em relação a qual seria o portão de entrada. Entretanto, nada que tenha causado maior dificuldade.

Muito além do jogo

Dentro do estádio, não faltaram opções para os torcedores que aguardavam o início da partida. Ativações exclusivas de cada time em espaços reservados, loja oficial da NFL e bares em todos os andares do estádio.

Os preços chamaram a atenção. Uma das jaquetas colocadas à venda na loja da liga estava precificada em R$ 2.389,00. As camisas de jogo das equipes (chamadas também de jerseys), na versão torcedor, custavam R$ 1.199,90. A insatisfação dos consumidores com os alto valores era perceptível. Mas, ainda assim, a loja esteve lotada.

A venda de cervejas, que foi um ponto de discussão nos debates antes do jogo, já que São Paulo a proíbe em estádios desde a década de 1990, ocorreu normalmente após a NFL conseguir liberação especial. Os copos de 350ml foram vendidos por R$ 18,00.

Apresentações de peso, outras nem tanto

A primeira artista a se apresentar na Neo Química Arena foi CAROLA. O show de música eletrônica, entretanto, se perdeu em meio ao aquecimento das equipes, que chamou mais a atenção dos torcedores

A emoção ficou por conta de Zeeba e Luísa Sonza, que cantaram os hinos de Estados Unidos e Brasil, respectivamente. A brasileira teve como segunda voz a maior parte dos torcedores presentes no estádio, que soltaram a voz junto da cantora pop.

No intervalo, Anitta fez um show curto, abaixo das expectativas do público. Havia rumores sobre uma possível participação do canadense The Weeknd, que estava em São Paulo para show solo, mas não aconteceu. O que se viu foram pouco mais de quatro minutos de performance da brasileira.

Anitta antes da apresentação - (foto: Nelson Almeida/AFP)
Cantora Anitta se apresentou no intervalo de Eagles x Packers (foto: Nelson Almeida/AFP)

Uma partida do tamanho do dia

Eagles e Packers fizeram bonito e não deixaram a desejar nesta noite histórica para o futebol americano no Brasil. Com os quartebacks Jordan Love (Packers) e Jalen Hurts (Eagles) ultrapassando as 250 jardas áreas, as equipes batalharam até o fim pela vitória.

O clima do jogo foi típico do soccer, como os estadunidenses chamam o futebol do Brasil. A torcida de Green Bay, maioria no estádio, vaiava sempre quando o ataque era do Eagles. A torcida de Philadelphia, ainda que em menor número, fazia o mesmo na situação contrária.

Quando havia descontentamento com a arbitragem, era possível ouvir os clássicos gritos de: “Ei, juiz vai…”. O clima na arquibancada também era animado por “olas”, câmeras do beijo e arremesso de camisas em direção aos torcedores.

Nos momentos críticos do jogo, ouviu-se os gritos de “defense”, que, nos Estados Unidos, ocorrem nos momentos em que o time da casa está defendendo.

Um ponto que atrapalhou de certa forma o jogo foi o estado do gramado, que apresentava falhas e chegou a ser criticado nas redes sociais por LeBron James, estrela do barquete. Em campo, não foram poucas as vezes em que os jogadores escorregaram.

O primeiro espetáculo da NFL em solo brasileiro, na Neo Química Arena, terminou com vitória do Eagles, que jogou na condição de mandante, por 34 a 29. Ruim para Jordan Love por dois motivos. Além de derrotado, o quarterback deixou o gramado com dores, a poucos segundos do fim.

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