São Paulo – “País do football“, dizia o mosaico na arquibancada da Neo Química Arena antes do início da vitória do Los Angeles Chargers sobre o Kansas City Chiefs por 27 a 21, nesta sexta-feira (5/9), pela National Football League (NFL). As palavras não parecem ser uma simples ação de marketing, mas sim um recado de que a liga de futebol americano chegou para ficar no Brasil.
Quando foi anunciado que os Chiefs seriam os adversários do Chargers, aumentou-se a expectativa para a partida, visto que a franquia de Kansas é a mais vencedora na história recente da liga – três títulos nas últimas seis temporadas. E, nas arquibancadas, a popularidade do quarterback Patrick Mahomes e companheiros foi refletida.
Mesmo atuando formalmente como visitante, os Chiefs se sentiram em casa: as cadeiras da Neo Química Arena, que usualmente estão pintadas pelo preto e branco do Corinthians, se tornaram um mar vermelho e branco – que vibrou a cada acontecimento do confronto.
O favoritismo da torcida, entretanto, não foi o suficiente para os comandados de Andy Reid, que sucumbiram diante do forte trabalho defensivo dos Chargers, e pouco foram eficazes nas tentativas de frear o quarterback Justin Herbert, de Los Angeles.
A frustação
Havia um fator extracampo que gerou expectativa e movimentou os bastidores da partida da NFL no Brasil: a possibilidade de a popstar estadunidense Taylor Swift estar presente na Neo Química Arena. A cantora de 35 anos é noiva de Travis Kelce, tight end dos Chiefs, e o acompanha em diversos jogos nos Estados Unidos.
Nos dias anteriores à partida, os rumores de que Taylor de fato estaria em São Paulo ganharam bastante força: corria entre os fãs e imprensa a suposta informação de que uma empresa do mercado financeira patrocinaria a ida da cantora. Instantes antes de a bola oval voar, era possível ouvir pessoas no bastidores do estádio procurando saber onde a estrela estaria. Contudo, ela não apareceu publicamente durante o jogo.
Outras celebridades compareceram
Ainda que Taylor Swift não tenha aparecido, outras celebridades foram atraídas pela grandiosidade do evento. Uma delas foi o meia-atacante Neymar, que aproveitou a ausência de jogos do Santos em função da data Fifa e foi até o estádio do time rival. O camisa 10 do Peixe chamou a atenção na reta final do aquecimento dos Chiefs, quando foi abraçado por Travis Kelce. Ao lado deles estava o wide receiver Odell Beckham Jr, astro da NFL que está sem clube.
Outro jogador de futebol (o brasileiro) presente na Neo Química Arena foi Matheuzinho, lateral-direito do Corinthians. O surfista Gabriel Medina também marcou presença – ele foi responsável por lançar a moeda que definiu o time que começou com a posse da bola.
Rapper estadunidense, Don Toliver também esteve no estádio. O DJ mineiro Kvsh foi outro que representou a música, tendo inclusive tocado durante o aquecimento das equipes.
A experiência para o torcedor
NFL e Prefeitura de São Paulo recomendaram aos torcedores o uso do metrô para locomoção até a Neo Química Arena – algo comum em dias de jogos do Corinthians. Por esse meio, o trajeto foi tranquilo, ainda que os vagões que percorrem a linha vermelha – da qual a estação Itaquera-Corinthians faz parte – estivessem cheios.
Logo na saída da estação, diversos guias turísticos, guardas-civis e policiais militares estiveram de prontidão para garantir a segurança e acompanhar os torcedores até a entrada do estádio.
Dentro da Arena, o público teve diversas opções de ativações proporcionadas pela NFL e marcas parceiras. Estiveram à disposição também bares ao redor do estádio e a loja oficial da liga – que chamou a atenção pelos preços (havia itens de vestimenta precificados em mais de R$ 1 mil reais).
Nem tudo são flores
Ainda que muitas coisas sejam positivas na experiência NFL no Brasil, há um ponto que não se destaca positivamente: o show do intervalo. Em 2024, na vitória do Philadelphia Eagles sobre o Green Bay Packers, também na Neo Química Arena, a cantora brasileira Anitta se apresentou e não cumpriu as expectativas ao fazer um show curto – foram cerca de quatro minutos no palco.
Para 2025, a escolhida foi a colombiana Karol G. Desta vez, além de novamente a apresentação ter sido curta, pesou o fato de a cantora não ter muita popularidade entre o público brasileiro, o que contribuiu para o pouco envolvimento da torcida.
Por outro lado, a dinâmica de apresentação dos hinos nacionais seguiu como ponto positivo. Desta vez, a sertaneja Ana Castela foi quem guiou os torcedores no canto pátrio brasileiro.