CRUZEIRO

Toca 4: Cruzeiro ‘sonha’ com CT e estádio exclusivos para time feminino

A longo prazo, gestão do Cruzeiro deseja entregar às jogadoras e à comissão técnica centro de treinamento e estádio exclusivos para jogos do feminino - profissional e base

Melhor time da atual edição do Campeonato Brasileiro Feminino, o Cruzeiro caminha a passos largos para se firmar no cenário nacional. A longo prazo, o plano da gestão celeste é se tornar referência também em termos de estrutura ao entregar às jogadoras e à comissão técnica centro de treinamento e estádio exclusivos. “Um sonho ter um local que respire futebol feminino”, declarou Bárbara Fonseca, diretora da modalidade na Raposa, em entrevista exclusiva ao No Ataque.

A estrutura que o Cruzeiro propicia às atletas passa longe de ser problema, destacou a dirigente. O plano de ter um espaço exclusivo para o feminino tem como norte outros fatores, e o principal deles é a formação. Duas peças trabalham lado a lado para desenvolver a base feminina celeste: Bárbara Fonseca e Keyla Monadjemi, coordenadora das divisões inferiores. 

Outra Toca da Raposa?

Na visão de Keyla Monadjemi, o futebol feminino da Raposa precisa, no futuro, “descobrir seu próprio centro de treinamento”. O espaço abrigaria, portanto, a equipe profissional e os times de base. 

“O que a gente apresenta dentro de campo mostra muito da estrutura aqui. Mas, quando você pensa no desenvolvimento a longo prazo, que sonho ter uma estrutura que vai respirar futebol feminino para todas as categorias, bem novinhas, até o profissional, todo mundo podendo dividir os processos, a metodologia. Você tem um cenário muito positivo para construir grandes atletas quando tem essa estrutura que vai viver para o futebol feminino”, corroborou Bárbara Fonseca. 

A diretora ainda destacou que o tema anima Pedro Lourenço, sócio majoritário da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) cruzeirense: “Ele adora esses sonhos, tá? Já falou comigo, vamos pensar. A primeira questão é pensar onde jogar, ter sua casa. Outra questão que sei que o deixa inquieto é ter esse espaço que seja só para o feminino, que lá a gente possa desenvolver, mapear, criar vínculos. Atleta que sai da base e você entrega para o profissional está pronta de ponta a ponta”.

Estádio no radar do Cruzeiro

Conforme já publicado pelo No Ataque, Pedro Lourenço almeja adquirir a Arena Gregorão, indicada justamente por Bárbara Fonseca. Situada no Bairro Chácara Novo Horizonte, perto do limite de Contagem com Belo Horizonte, o local agrada à diretoria – não à toa, já é a casa das Cabulosas em algumas partidas.

Segundo Bárbara Fonseca, o Cruzeiro se mantém firme na ideia de adquirir o estádio: “A aproximação (entre Pedro Lourenço e Renê Gregório, dono do local) foi muito rápida. Mas tem algumas pendências contratuais… Pelo Cruzeiro e pelo que converso com o Pedrinho, não é um assunto finalizado”.

Para isso, o clube terá de convencer Renê Gregório. A reportagem apurou que o empresário não deseja abrir mão por completo do empreendimento, construído inicialmente para abrigar partidas de futebol envolvendo familiares e amigos.

Arena Gregorão agrada Bárbara Fonseca

Bárbara Fonseca considera a Arena Gregorão ‘excelente’. Entretanto, acredita que o local terá de passar por reformas para de fato se tornar a casa das Cabulosas – a “Toca 4”.

“Precisava aumentar o recuo, criar uma cabine de transmissão mais ampla.. Para ser um local adequado para o momento que o futebol feminino vive e também para a base, que passaria a fazer jogos lá. A estrutura é excelente, mas, para segurar o porte de um jogo como está sendo o nosso no futebol feminino, com transmissão e torcida cada vez mais presentes, seriam necessárias adaptações, coisas mínimas. E, sim, seria um grande palco, um grande lugar para o Cruzeiro continuar fazendo suas histórias”, explicou a dirigente.

Outro fator considerado é a aceitação da torcida, que indica preferência pela Arena Gregorão, devido à proximidade da capital, em detrimento do Castor Cifuentes, em Nova Lima, a outra casa das Cabulosas na temporada – atualmente, a escolha está relacionada a fatores como horário e transmissão das partidas pela TV.

“Tem uma boa adequação da torcida ali (Castor Cifuentes) também. Acho que parte da torcida que vai em Contagem não é a que vai no Castor. Mas lá tem outro grupo que acompanha o futebol feminino. A gente tenta agradar a maioria dos torcedores, mas, às vezes, vai colidir com questões que estão acima, determinação da TV, da própria CBF”, concluiu Bárbara Fonseca.

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