O atacante Edu, ex-Cruzeiro, detonou os jogadores que participaram de esquema de manipulação de partidas para beneficiar organizações criminosas envolvidas em apostas esportivas. O atleta usou a palavra “vagabundo” para se referir aos investigados e classificou o caso como “vergonha”.
“Vários querendo uma oportunidade e ‘vagabundo jogando a carreira no lixo!!! Respeitem e aproveitem a oportunidade que Deus nos deu!! Vergonha pra nós tudo isso que tá acontecendo, pouco papo!!!”, escreveu Edu, que está emprestado pela Raposa ao Dibba Al Fujairah, dos Emirados Árabes Unidos.
Edu foi um dos destaques do Cruzeiro na vitoriosa temporada de 2022. O time subiu à Série A como campeão da Segunda Divisão Nacional, com 78 pontos em 38 rodadas. O camisa 99 marcou 11 gols em 33 apresentações na competição. Considerando todo o ano, foram 22 tentos em 48 jogos.
Grande chance no Cruzeiro
O Cruzeiro contratou Edu no fim de 2021 por causa de seu ótimo desempenho no Brusque na Série B, da qual ele foi artilheiro, com 17 gols em 33 jogos. O clube celeste desembolsou R$ 600 mil pelos direitos econômicos do centroavante, que considerou a chance como a maior da carreira.
Edu na várzea
Três anos antes do acerto com o Cruzeiro, Edu atuava no futebol de várzea no interior de Minas Gerais com a camisa do Portuense, da cidade de Astolfo Dutra, na Zona da Mata. O atacante foi artilheiro da Liga Atlética Ubaense com 11 gols, ajudando sua equipe a conquistar o título em cima do Spartano, de Rodeiro.
“Em 2019 eu joguei a Segunda Divisão do Rio. Sabemos o quanto é difícil ser bem remunerado naquela divisão. Minha saída era jogar na várzea no interior de Minas Gerais. Todo fim de semana eu estava ali para complementar a minha renda. Foi uma fase que eu valorizo muito, que me fez crescer muito, agregou muito à minha carreira profissional. Era um campeonato bem disputado, conseguimos ser campeões no Portuense. Foi uma experiência diferente, mas que valorizo muito”.
Edu, em entrevista no Cruzeiro em 13 de janeiro de 2022
Esquema de apostas
A Justiça de Goiás aceitou a denúncia do Ministério Público do estado contra jogadores das Séries A e B do Brasileiro por envolvimento em manipulação de jogos. Os atletas recebiam dinheiro para cometer pênaltis e tomar cartões amarelos em benefício de usuários de sites de apostas esportivas. A operação foi batizada de “Penalidade Máxima II”.
“Trata-se de atuação especializada visando ao aliciamento e cooptação de atletas profissionais para, mediante contraprestação financeira, assegurar a prática de determinados eventos em partidas oficiais de futebol e, com isso, garantir o êxito em elevadas apostas esportivas feitas pelo grupo criminoso em casas do ramo, como www.bet365.com e www.betano.com. O grupo se vale, ainda, de inúmeras contas de terceiros para aumentar seus lucros, ocultar reais beneficiários e registra a atuação de intermediadores para identificar, fornecer e realizar contatos com jogadores dispostos a praticar as corrupções”.
Ministério Público de Goiás (MPGO)
Entre os jogadores que se tornaram réus na ação estão Eduardo Bauermann (Santos), Gabriel Tota (Ypiranga-RS), Igor Cariús (Sport) e Fernando Neto (São Bernardo-SP). Outros ainda estão em fase de apuração, como o lateral-direito Nino Paraíba (América), o zagueiro Vitor Mendes (Fluminense), o volante Richard (Cruzeiro) e o meia Nathan (Grêmio).
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