A primeira rodada do Campeonato Brasileiro, disputada nesse fim de semana (dias 13 e 14/4) contou com diversas decisões polêmicas da arbitragem, a respeito de pênaltis marcados e não-marcados, expulsões e não-expulsões, entre outros casos. Veja os principais casos.
Corinthians x Atlético
A partida, que terminou empatada por 0 a 0 nesse domingo (14/4), na Neo Química Arena, em São Paulo, teve dois duas decisões da arbitragem muito contestadas pela torcida do Atlético
Não-expulsão de Fagner
Lateral-direito do Corinthians, Fagner protagonizou lances duros na partida, nesse domingo (14/4), na Neo Química Arena.
Aos 30 minutos do primeiro tempo, ele se envolveu em duas divididas ríspidas em sequência. Na primeira delas, acertou o tornozelo esquerdo do lateral-esquerdo Guilherme Arana. Em seguida, o atleta corintiano chuta a bola e continua com o pé direito erguido na direção da coxa direita do meio-campista Matías Zaracho. O árbitro de campo Yuri Elino Ferreira da Cruz (RJ) mostrou cartão amarelo para Fagner.
Nas redes sociais, o próprio Atlético reclamou da não-expulsão do lateral do Corinthians, e garantiu que fará reclamação na CBF pela arbitragem da partida. O Galo postou uma foto da coxa de Zaracho arranhada e uma captura de tela do momento da entrada de Fagner no argentino.
“Isso é lance de amarelo? Cadê o VAR?!”, questionou o Atlético.
Comentarista de arbitragem dos canais Globo, Paulo César (PC) de Oliveira disse que Fagner deveria ter sido expulso: “A avaliação na cabine (do VAR) é que o Fagner pegou a bola primeiro. O jogador toca na bola, mas continua com o movimento, não mostra intenção de recolher a pena e vai com a sola da chuteira na altura do joelho do Zaracho. Isso é jogo brusco grave, brutalidade, força excessiva, com risco de lesionar o adversário. Portanto, na minha avaliação, é lance para cartão vermelho”.
Expulsão de Battaglia
Nos acréscimos do primeiro tempo da partida, o Atlético sofreu dura perda. Em decisão polêmica e bastante contestada por jogadores alvinegros, o volante argentino Rodrigo Battaglia recebeu o segundo cartão amarelo e, com isso, foi expulso. O primeiro foi aos nove segundos de jogo por um carrinho em Fagner. Já o segundo saiu aos 48 minutos por falta no atacante Yuri Alberto, que tentava se movimentar em direção ao gol.
Nas redes sociais, atleticanos demonstraram descontentamento com a decisão e relembraram a não expulsão de Fagner.
PC de Oliveira concordou com a aplicação do segundo amarelo ao volante do Atlético: “A falta do Battaglia não foi dura, antidesportiva, mas, na minha avaliação, impediu um ataque promissor do Corinthians”.
Atlético-GO x Flamengo
A partida, que terminou com vitória por 2 a 1 do Flamengo no Serra Dourada, em Goiânia, foi repleta de polêmicas. Veja todas.
Não-expulsão de Alejo
Aos 35 minutos do primeiro tempo, o atacante argentino Alejo, do Atlético-GO, acertou o queixo do lateral-esquerdo Ayrton Lucas, do Flamengo, com a sola da chuteira. Ele levou cartão amarelo – mas PC de Oliveira afirmou que o árbitro André Luiz Policarpo Bento (MG) deveria ter expulsado o jogador: “Foi no rosto. Com o pé levantado, (Alejo) atingiu o queixo de Ayrton Lucas com a sola da chuteira. Na hora da avaliação, a perna do Alejo está flexionada e pode ser que interpretaram assim, mas discordo completamente, principalmente pela área atingida”
Expulsão de Alix
Zagueiro do Atlético-GO, Alix Vinícius foi expulso diretamente nos acréscimos do primeiro tempo, após fazer falta em Pedro, atacante do Flamengo, na entrada da grande área. PC de Oliveira concordou com o cartão vermelho: “A avaliação não é pela natureza, intensidade da falta. Foi um contato leve. Se é uma falta no meio-campo que não impede um ataque promissor ou uma situação clara de fol, não teria cartão. Mas é preciso analisar o momento. Se o Pedro passasse pelo Alix, a possibilidade de ele fazer o gol era muito grande. Era uma situação clara de gol”.
Expulsão de Maguinho e pênalti para o Flamengo
No final do segundo tempo, o lateral-direito Maguinho, do Atlético-GO, deu cotovelada no atacante Bruno Henrique, do Flamengo, dentro da área de defesa da equipe goianiense. O árbitro marcou pênalti para o time carioca – convertido por Pedro – e expulsou diretamente Maguinho.
PC de Oliveira concordou com a marcação do pênalti e a expulsão: “O contato já ocorre antes mesmo de a bola chegar para a disputa. O cotovelo ou o antebraço e onde atinge, a intensidade antes que atinge, a discussão desse lance pode ter até uma avaliação sobre a punição disciplinar. A questão técnica da falta é muita clara, com esse braço aberto. Com esse braço aberto, o zagueiro está assumindo o risco. Na nova regra, a orientação é marcar o pênalti”.
Gol anulado e expulsão de técnico
A partida ainda teve outros dois lances que geraram reclamações dos torcedores do Atlético-GO: o gol do meio-campista Baralhas, aos 37 do segundo tempo, que foi anulado por impedimento “milimético” do atacante argentino Emiliano Rodríguez na jogada, e a expulsão do técnico Jair Ventura, por reclamação, logo no início da partida. Até Tite, treinador do Flamengo, se manifestou contra a expulsão de Jair e reclamou com o árbitro. Contudo, PC de Oliveira afirmou que Ventura foi “bem expulso”.
Vasco x Grêmio
A partida, vencida pelo Vasco por 2 a 1, em São Januário, no Rio de Janeiro, foi marcada por reclamações de pênaltis não marcados para as duas equipes.
Não marcação de pênalti para o Grêmio
No final do primeiro tempo, o atacante Diego Costa, do Grêmio, errou domínio da bola, que bateu no braço do lateral-esquerdo Lucas Piton, do Vasco, dentro da grande área de defesa do time carioca. O árbitro de campo Flávio Rodrigues de Souza foi ao VAR para analisar melhor, e decidiu pela não-marcação de pênalti, entendendo que o lance foi “natural” e que Piton não quis bloquear a bola.
PC de Oliveira disse que o juiz deveria ter marcado a penalidade: “Para mim, foi pênalti. O Lucas Piton está com o braço aberto, ampliando o espaço do corpo”.
Não marcação de pênaltis para o Vasco
No início do segundo tempo, o meio-campista chileno Galdames teve o pé chutado pelo zagueiro Rodrigo Ely, do Grêmio. Não foi marcada falta e o VAR não chamou o árbitro de campo para revisar o lance.
PC de Oliveira discordou novamente da arbitragem: “O Rodrigo Ely, de forma imprudente, toca na perna do Galdames. Pênalti claríssimo”.
O lance menos polêmico da partida foi a anulação de um pênalti não marcado no atacante Rossi, do Vasco, no fim do primeiro tempo. O árbitro foi chamado ao VAR e, além de cancelar a penalidade, deu cartão amarelo ao jogador vascaíno por simulação.
Cruzeiro x Botafogo
O Cruzeiro teve um gol anulado e um possível pênalti não marcado em um mesmo lance da partida contra o Botafogo, nesse domingo (14/4), no Mineirão, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro.
Aos 28 minutos do primeiro tempo, Arthur Gomes dividiu na área com o zagueiro Mateo Ponte e o goleiro Gatito, Fernández, e a bola entrou. Após checagem do VAR, o gol foi anulado devido a um desvio do atacante do Cruzeiro com o cotovelo. Seria a virada celeste por 2 a 1. No entanto, antes de tocar no cotovelo do cruzeirense, a bola desviou no braço do defensor botafoguense.
O árbitro Matheus Candançan (SP) considerou que a bola tocou somente no cotovelo de Arthur Gomes antes de cruzar a linha e aplicou o cartão amarelo ao atacante pela infração, descartando a possibilidade de pênalti pelo toque de Mateo.
O comentarista de arbitragem Márcio Resende de Freitas concordou com a decisão do juiz: “Primeiro a bola bate no braço do jogador do Botafogo. Depois vai no cotovelo do Arthur Gomes. São dois toques. Primeiro do zagueiro, que não houve falta (pênalti). Depois, a bola bate no cotovelo. Não tem ‘intencional ou não’. Bateu no braço e entrou direto, o gol não vale”.