O Palmeiras é o time que formou mais jogadores que vão disputar a Série A do Campeonato Brasileiro este ano. Levantamento do No Ataque mostra que os clubes da Primeira Divisão foram responsáveis pela reta final da base de 315 dos 600 atletas que compõem os elencos dos 20 participantes. Os demais tiveram trajetórias ligadas a equipes de várias partes do mundo – Europa, América do Sul e África.
Dos clubes mineiros, o Cruzeiro é o que mais revelou jogadores do Brasileiro: 15. Já o Atlético aparece logo atrás, com 14. Já o América, embora esteja na Série B, formou quatro nomes que vão jogar a Série A em 2025.
Depois do Palmeiras, que formou 29 jogadores, os clubes que mais revelaram atletas foram Santos e Corinthians, com 28 atletas cada. Veja o ranking:

Outros clubes mineiros
Além de Atlético, Cruzeiro e América, três clubes aparecem como formadores nesta Série A. São eles: Villa Nova, Coimbra e Patrocinense.
O volante Erick, do Bahia, foi revelado pelo Villa em 2015. Ele é natural de Nova Lima, mas logo se transferiu para o Arapongas, do Paraná, onde já atuou como profissional.
O meio-campista Kauan Lindes, do Botafogo, integrou as categorias de base do Coimbra até o início de 2024, quando foi para o Villa Nova e chegou ao clube no elenco profissional.
Por fim, o atacante Ademir, do Bahia, foi revelado pelo Patrocinense em 2015. Depois ele defendeu alguns times de São Paulo, mas logo se destacou no América e posteriormente se transferiu ao Atlético.
Clubes europeus
Entre os clubes europeus, Portugal é o país mais frequente – com jogadores que foram revelados por Portimorense, Famalicão e Porto. No ranking também aparecem clubes da Inglaterra (Hillingdon Borough e Liverpool), Espanha (Atlético de Madri), Bélgica (Beerschot AC), Suíça (Servette), Itália (Fiorentina) e França (Le Havre).
Há casos curiosos como o do goleiro Marcelo Pitaluga, do Fluminense, que foi revelado pelo Liverpool. Brasileiro e com longa passagem pelas categorias de base do Flu, o jogador foi para a Inglaterra ainda muito jovem e estreou no profissional apenas no St.Patrick, da Irlanda, depois de deixar o clube inglês.

Outro que chama atenção é o atacante Wanderson, do Cruzeiro, que tem dupla nacionalidade e por isso iniciou a carreira fora do Brasil. Antes de estrear pelo profissional, ele integrou as categorias de base do Beerschot AC, da Bélgica. O goleiro Marcão tem uma situação parecida. Naturalizado italiano, ele foi revelado pela Fiorentina antes de subir para o time principal em definitivo.
Por outro lado, existem casos mais óbvios. O meio-campista suíço Maxime Dominguez, do Vasco, formou-se como jogador no país de origem. Assim como o meia francês Dimitri Payet, também do Vasco, e do atacante espanhol Héctor Hernández, do Corinthians.
Clubes argentinos
Ao todo, 19 clubes argentinos aparecem como formadores de atletas que estão nos times da Série A. São eles: All Boys, Lanús, Racing, Atlético Rafaela, Atlético Tucumán, River Plate, Boca Juniors, Vélez, Independiente, Nueva Chicago, Huracán, Newell’s Old Boys, Villa San Carlos, San Lorenzo, Estudiantes de Caseros, Chacarita Juniors, Argentinos Juniors, Belgrano e Agropecuario.
Os que mais revelaram foram River e Boca, com seis e sete jogadores, respectivamente.
Por outro lado, 11 times foram responsáveis por formar apenas um jogador cada. Os demais revelaram mais: Lanús (quatro), Racing (três), Independiente (três), Vélez (dois) e San Lorenzo (dois).
Casos curiosos
Os clubes mais curiosos da lista correspondem às nacionalidades dos jogadores. O zagueiro angolano Bastos, do Botafogo, foi formado no Petro de Luanda, da Angola. Depois, ele passou por Rússia, Itália e Arábia Saudita. O jogador chegou ao Brasil em 2023 e conquistou o Brasileiro e a Copa Libertadores pelo time carioca.
Outro nome é o do atacante dinamarquês Martin Braithwaite, que foi revelado pelo Esbjerg fB, da Dinamarca. Ele também jogou na França, Inglaterra e Espanha antes de se transferir ao Grêmio em 2024.

Critérios do levantamento
O levantamento consultou informações sobre a base de todos os atletas do elenco principal listados pelos 20 clubes da Série A. O critério utilizado foi contabilizar apenas o último time daquele jogador antes de ele subir definitivamente para o profissional.
Ou seja, se um atleta hipotético passou por XV de Piracicaba do sub-13 ao sub-15, no Avaí no sub-17, foi contratado para o sub-20 do Santos e se profissionalizou por lá, apenas o próprio Santos é considerado no ranking.
O repórter Rafael Cyrne também contribuiu para a produção desta reportagem.