Se hoje o Mineirão é conhecido por ter como prato típico o feijão tropeiro, muita se deve a Sônia Maria da Costa Monteiro, a Dona Sônia – ou Tia Sônia, como ficou conhecida por torcedores de América, Atlético e Cruzeiro. A ex-cozinheira morreu no dia 9 de maio, aos 69 anos, vítima de câncer na cabeça. Ela ganhou homenagem póstuma neste domingo (18/5), antes de clássico entre Raposa e Galo, no Gigante da Pampulha, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro.
Sônia teve o nome entoado por Polly Andrade, a narradora do Mineirão, e ganhou aplausos dos milhares de torcedores nas arquibancadas. A família da ex-cozinheira esteve no gramado do estádio, ao lado do presidente do Cruzeiro, Pedro Lourenço. Funcionários do estádio soltaram balões brancos durante a homenagem. Foi respeitado um minuto de silêncio antes de a bola rolar.
Legado de Tia Sônia
Tia Sônia foi a cozinheira responsável por transformar o tropeiro do estádio em um verdadeiro ícone nacional, com um legado que vai além da culinária. A iguaria se tornou parte da memória afetiva de quem frequenta o Gigante da Pampulha.
Dona Sônia começou com uma barraca de apenas um metro e meio do lado de fora do Mineirão. Com talento, carisma e perseverança, conquistou espaço até assumir quatro bares dentro do estádio, entre eles o mais movimentado, no setor Amarelo Inferior. Em dias de jogos, comandava uma equipe com até 60 funcionários.
Em 2016, em entrevista ao Jornal Estado de Minas, disse com orgulho: “O tropeiro daqui é único. Não se encontra em nenhum outro lugar”.