O presidente da SAF do América, Marcus Salum, detonou a arbitragem do jogo contra o Vasco, nesta segunda-feira (25/9), no Independência. Em partida atrasada da 15ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Coelho fez bom primeiro tempo, mas se complicou com a expulsão do zagueiro Iago Maidana e ficou em desvantagem na etapa final. O time cruz-maltino marcou o gol da vitória nos acréscimos, aos 47 minutos, em finalização do volante Jair.
Salum detonou o catarinense Ramon Abatti Abel, do quadro de árbitros da Fifa, e disse que há uma operação no futebol brasileiro para evitar o rebaixamento do Vasco.
“O que nós vimos aqui hoje é a operação ‘salva Vasco’. A camisa pesa de novo no futebol brasileiro. Uma vergonha o que foi feito com o América aqui hoje. Mas eles não têm vergonha, porque quando vamos reclamar, eles nem prestam atenção”.
Marcus Salum
O gestor não concordou com o cartão vermelho mostrado a Maidana. Ramon Abatti foi avisado pelo VAR sobre uma possível cotovelada do zagueiro do América em Pablo Vegetti, atacante do Vasco. Ao assistir ao replay no monitor, o juiz expulsou o camisa 3. Na opinião de Salum, o mesmo critério não teria sido aplicado se a falta fosse cometida por um atleta cruz-maltino.
“O critério não é igual. A expulsão do Maidana, se fosse um jogador do América (sofrendo a falta), não expulsava de jeito nenhum. O Maidana, de quase 2 metros, entrou na bola e caiu com o braço em cima do jogador. Foi expulso”.
Antes de perder Iago Maidana, o Coelho havia criado as melhores oportunidades, conforme ressaltou o presidente da SAF. “O América amassou o Vasco no primeiro tempo. Chutou dez vezes no gol, o goleiro foi a melhor figura. Vamos dar um jeito. Aí expulsou nosso melhor jogador”.
Gol do Vasco
Na sequência do pronunciamento, Salum afirmou que o gol do Vasco, anotado por Jair, deveria ter sido invalidado. O motivo? Uma suposta falta não marcada para o Coelho no campo de ataque.
“É só ir ao VAR e olhar o gol do Vasco. No lance anterior, nosso zagueiro sofreu uma falta com sola pelo Paulinho, a bola foi no ataque, eles lançaram e deu o gol. Todo mundo foi no juiz para ele olhar o VAR. Ele disse que não era para expulsão. Como que não era para expulsão? Era falta. Se não é para expulsão, pelo menos falta. Ele tinha que anular o gol, porque era uma falta indecente”.
O dirigente ainda apontou uma possível infração ignorada por Ramon Abatti em Pedrinho, já nos instantes finais do confronto. “Aos 54, o jogador empurra o Pedrinho na área, mas ele mandou tocar. Por que madou tocar? O risco de o América empatar”.
No fim da declaração à imprensa, Salum voltou a dizer que o “peso” da camisa do Vasco decretou o resultado desta noite em Belo Horizonte.
“Infelizmente vou dizer para alguns times que estão sofrendo. A camisa pesa no futebol brasileiro. É duro entrar no vestiário e ver os jogadores chorando, porque eles jogaram muito. Nós jogamos muito mais que o Vasco, mas fizeram tudo para o Vasco ganhar o jogo. Essa é a vergonha do futebol brasileiro. Vamos lutar até o fim se deixarem, porque todo jogo é a mesma coisa”.
Afinal, o gol do Vasco deveria ser anulado?
Apesar dos protestos de Salum, o VAR não poderia entrar em ação para analisar o gol do Vasco. Isso porque a jogada saiu de uma cobrança de falta na ponta esquerda – ou seja, em um lance posterior ao reclamado pelo América. Paulinho cruzou na primeira trave, e Jair desviou de calcanhar para o fundo da rede.
Ainda que a arbitragem de vídeo verificasse a infração mencionada por Salum, ela não poderia recomendar a Ramon Abatti o cancelamento da falta do Vasco. O VAR só entra em ação em casos de gols diretos, possíveis pênaltis, cartões vermelhos e erros na identificação de jogadores.
América no Brasileiro
Com a derrota, o América estacionou nos 17 pontos, em penúltimo lugar no Campeonato Brasileiro. O Vasco, por sua vez, chegou a 26, na 15ª posição, e empurrou o Bahia para a zona de rebaixamento, com 24.
Em situação delicada, o Coelho enfrenta o Cruzeiro, às 16h de domingo (1/10), no Mineirão, pela 25ª rodada da Série A.
