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Profissionais da ESPN avaliam 2023 do América: ‘Uma das maiores injustiças’

Jornalistas e comentaristas avaliaram ano que culminou no rebaixamento do América em exclusiva ao No Ataque

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O ano de 2023 foi decepcionante para o América. Após iniciar a temporada com expectativas de manter o desempenho passado, o time fracassou – o Coelho foi rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro com cinco rodadas de antecedência. Ao No Ataque, profissionais da ESPN avaliaram o desempenho do alviverde.

Apesar do péssimo desempenho no Brasileiro, o América foi bem nas copas. Na Sul-Americana o time disputou às quartas de final, mas foi eliminado pelo Fortaleza. Na Copa do Brasil, caiu para o Corinthians também nas quartas. No total da temporada, foram 70 jogos disputados, 21 vitórias, 16 empates e 33 derrotas.

Além disso, neste ano, o Coelho amargou a pior defesa do século. O time sofreu 121 gols, sendo que 81 foram no Brasileiro.

Djalminha

Ex-jogador do Flamengo, Djalminha creditou o fracasso do América ao fato da equipe ter disputado três competições. Para ele, o Coelho ‘pagou’ por isso e o reflexo veio também no números de gols sofridos.

Djalminha, ex-jogador e comentarista da ESPN
Djalminha, ex-jogador e comentarista da ESPN

“O América, infelizmente… Eu acho que, nesse ano, o fato de o América ter jogado três competições prejudicou muito o América no Brasileiro. De ter avançado tanto em Copa do Brasil como em Sul-Americana. Acho que isso pode ter prejudicado a campanha, porque o América… A gente sempre falava comentando jogos: é um time que joga bem. Todos os jogos, você vê que o time joga bem, faz gol, mas não consegue vencer. Levou muitos gols. A quantidade de gols que o América levou no campeonato… Realmente, não tinha como segurar.”

Daniela Boaventura

A apresentadora Dani Boaventura elogiou o estilo de jogo do América. Para ela, o time teve um bom desempenho, apesar de não ter assegurado resultados, e classificou a queda à Série B como ‘uma das maiores injustiças’.

Daniela Boaventura, apresentadora dos canais ESPN - (foto: Lucas Bretas/No Ataque)
Daniela Boaventura, apresentadora dos canais ESPN(foto: Lucas Bretas/No Ataque)

“O América, para mim, é uma das maiores injustiças desse Campeonato Brasileiro. Eu vi bastante jogos do América, e o desempenho do time foi um negócio não compatível com os resultados. No futebol, a gente está muito acostumado a ver o inverso, né? Resultados que não são compatíveis com o desempenho. ‘Ganhou jogando feio, ganhou jogando mal. Ganhou se trancando lá atrás e não buscando o jogo. Conseguiu um gol’. O América é o oposto de tudo isso. O América sabe que certos enfrentamentos não vai conseguir fazer de igual para igual, com gigantes, mas mesmo assim!”

“O jogo recente, com o Flamengo. O América foi para o tudo ou nada, foi jogar pela dignidade. Vai ter gente que vai dizer: ‘Já estava rebaixado, então era isso que tinha que fazer’. Ok! Mas não fez isso só depois de rebaixado. Fez isso também no campeonato todo. Tentou jogar, com um modelo de jogo ousado, e talvez essa ousadia tenha custado um preço. Eu sou fã desse tipo de futebol. De entrega, de ir para cima. Mas quando você tem um elenco tecnicamente inferior, às vezes o preço disso é muito alto. Acho que o América acaba pagando esse preço de não ter encontrado o equilíbrio entre o que gostaria e o que efetivamente podia dentro de um campeonato tão competitivo.”

Paulo Andrade

Paulo Andrade disse que esse ano o América ‘mereceu’ o rebaixamento, em razão da conjuntura apresentada durante a temporada. O narrador relembrou ida ao Chile para assistir jogo da Sul-Americana e projetou um bom ano na Série B, em 2024.

Paulo Andrade, narrador da ESPN - (foto: Lucas Bretas/No Ataque)
Paulo Andrade, narrador da ESPN(foto: Lucas Bretas/No Ataque)

“O América… Você sabe que eu assisti a um jogo do América no Chile? Eu estava em férias e falei: ‘Não vou perder essa chance’. E eu assisti Colo Colo e América. O Colo Colo fez 2 a 0, o América diminuiu no fim e, depois, o América deu um banho no Colo Colo aqui. Muita gente acha que o América merecia um destino melhor pelo futebol que apresentou em boa parte do campeonato, ainda com Mancini e tudo. Mas eu acho que é um time que taticamente não foi bem montado. Justamente por ter uma fragilidade defensiva muito grande. Eu estava no estádio também em um jogo em que o América foi muito bem contra o Corinthians aqui na Arena. Empatou em 1 a 1, com gol do Giuliano no fim. Foi um jogo bem duro para o Corinthians. O América, ali sim, fechadinho, despejando a responsabilidade para o outro lado. Eu acho que o América teve muitos desencontros táticos ao longo da temporada. Até por mudança de comando e tudo. Não dá para querer algo maior para um time que levou tantos gols. Agora, resta saber como vai se comportar para o ano que vem, porque a queda da Primeira para a Segunda Divisão costuma mudar muito. E muitas coisas são alteradas. Dificilmente você mantém a espinha dorsal do elenco. Muitos vão embora, ficam na Primeira Divisão e em outros clubes. Vem outros de fora. Então, o negócio é trabalhar direitinho. Eu acho que a administração do América é muito legal, e o América tem tudo para fazer um bom papel na Série B. Mas esse ano não mereceu. Apesar de ter bons jogos, bons lampejos, não mereceu, pelo conjunto da obra, permanecer na Primeira Divisão.”

Gian Oddi

Por fim, para Gian Oddi, o América poderia ter alçado granes voos na temporada – principalmente em comparação a 2022, em que disputou Libertadores. O comentarista disse que o ano do alviverde foi ‘decepcionante’.

Gian Oddi, comentarista da ESPN - (foto: Lucas Bretas/No Ataque)
Gian Oddi, comentarista da ESPN(foto: Lucas Bretas/No Ataque)

“O América… Sinceramente, foi decepcionante também, porque se a gente olha para as últimas campanhas, brigando em Libertadores, disputando em alto nível até no Campeonato Brasileiro… Mas aí a gente sabe que é a questão orçamentária, que é a diferença de possibilidades em relação a maior parte dos times do Campeonato Brasileiro. Mais cedo ou mais tarde, na hora que a coisa desanda, ela poderia chegar no ponto em que chegou, no ponto do rebaixamento. Claro que o torcedor não esperava que fosse tão rápido como foi. Sair de um momento em que você está brigando em Libertadores e Sul-Americana para o rebaixamento é duro. É amargo. Mas talvez o torcedor, vamos dizer, esteja mais calejado em relação a essas possibilidades e soubesse mais dessas possibilidades – se não fosse para esse ano, para os próximos.”

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