
Bruno Henrique, atacante do Flamengo, e familiares foram indiciados pela Polícia Federal por suposta participação em um esquema de apostas esportivas. Entre os citados pelo órgão estão um ex-jogador do América e atletas da várzea com passagens pelo futebol profissional.
Em 1º de novembro de 2023, na derrota por 2 a 1 para o Santos, no Mané Garrincha, em Brasília, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, Bruno Henrique recebeu um cartão amarelo que incitou a investigação. A PF analisou quase quatro mil mensagens trocadas no WhatsApp do atacante, incluindo conversas com o irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, que indicaram envolvimento no sistema.
Em 29 de agosto, pouco mais de dois meses antes da partida em questão, Juninho perguntou a Bruno Henrique se estava com dois cartões amarelos no Brasileirão. Ao responder que sim, o atleta avisou ao irmão que tomaria o terceiro justamente contra o Peixe. Wander, então, fez planos de “guardar o dinheiro do investimento”. Falta cometida em Soteldo gerou a punição ao atacante, que ainda recebeu um vermelho por xingar o árbitro Rafael Rodrigo Klein.
Ex-jogador do América é citado pela PF
Segundo o Metrópoles, Wander Junior, Ludymilla Araújo Lima (cunhada) e Poliana Ester Nunes Cardoso (prima) tiveram retornos em apostas feitas em Flamengo x Santos. O segundo núcleo de apostadores, conforme a PF, é formado por Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Rafaela Cristina Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Max Evangelista Amorim e Douglas Ribeiro Pina Barcelos
Dopô, como é conhecido Douglas Ribeiro Pina Barcelos, jogou na base do América até 2013 e atuou como profissional em 2015 – 10 partidas pelo Coelho. Ele ainda acumula passagens por outros clubes de Minas Gerais: Ipatinga, Nacional, Boa Esporte e Guarani. Além do Murici, de Alagoas.
Sem sequência, deixou os gramados 2020 – segundo Ogol, nem chegou a estrear pelo Murici, o último clube da carreira. Quando ativo, atuava como volante ou na lateral direita. Residente em Belo Horizonte, tem, hoje, 32 anos.
Atletas da várzea mencionados
O próprio Juninho, irmão de Bruno Henrique, atua na várzea e acumula contratos profissionais com Guarani-SP, Saad, Araxá, Uberlândia, Aseev, Anápolis e Guarani-MG – no último clube mencionado registra a última atuação como atleta.
Andryl jogou como profissional recentemente. Em 2023, fez sete jogos como lateral-esquerdo com a camisa do Betim. Naquele ano, a equipe quase garantiu vaga no Campeonato Mineiro – na rodada final do hexagonal do Módulo 2, perdeu para o Uberlândia por 1 a 0, em casa, na Arena Vera Cruz, e viu o time do Triângulo Mineiro garantir espaço na elite, assim como o Itabirito, campeão.
Claudinei atuou como profissional entre 2014 e 2018. O volante registrou vínculos com São José, Ipatinga, Serranense, Atlético Sorocaba, Coimbra, Olímpia e União Barbarense.
Na várzea, o irmão de Bruno Henrique é conhecido como ‘Juninho Neymar’ e venceu a Copa Itatiaia com a camisa do Estrela Mirim, assim como Dopô e Claudinei.
Retorno em apostas
Wander Junior, Ludymilla Araújo Lima e Poliana Ester Nunes Cardoso aplicaram R$ 380,86 e receberam R$ 1.180,67. Ludymilla ainda efetuou uma segunda aposta, de R$ 500, e embolsou R$ 1.425,00.
Fraude e estelionato
O ge.globo informou que Bruno Henrique e o irmão foram indiciados por estelionato e pelo artigo 200 da Lei Geral do Esporte – fraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado. As penas máximas para os crimes são de cinco e seis anos de prisão.
Bruno Henrique no Flamengo
No Flamengo desde 2019, Bruno Henrique soma 101 gols em 293 jogos oficiais. O atacante nascido em Belo Horizonte se tornou um dos grandes ídolos recentes da torcida rubro-negra.
Com a camisa do Mengão, Bruno tem 15 títulos: Campeonato Carioca (2019, 2020, 2021, 2024, 2025), Supercopa do Brasil (2020, 2021, 2025), Copa do Brasil (2022, 2024), Campeonato Brasileiro (2019, 2020), Copa Libertadores (2019, 2022) e Recopa Sul-Americana (2020).