FUTEBOL FEMININO

Presidente do Atlético-GO é misógino ao tratar futebol feminino: ‘Jogo ruim’

Desde 2019, Confederação Brasileira de Futebol (CBF) exige que os 20 clubes que disputam Série A do Campeonato Brasileiro mantenham times de futebol feminino
Foto do autor
Compartilhe

Entre trancos e barrancos, o futebol feminino briga por espaço. No entanto, durante o percurso, costuma esbarrar em pensamentos preconceituosos que atrasam o desenvolvimento do jogo. Adson Batista, presidente do Atlético-GO, é exemplo. O dirigente emitiu sequência de comentários misóginos acerca da modalidade.

“(Futebol feminino) hoje é politicamente correto, ‘bá’, ‘bá’, ‘bá’. O feminino precisa buscar o espaço dele. Não tem nem mulher direito para fazer esses times. É um jogo ruim. Eu não gosto”.

Adson Batista, presidente do Atlético-GO, em entrevista à Rádio Bandeirantes Goiás

Desde 2019, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) exige que os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro mantenham equipes de futebol feminino. A partir de 2027, os times das quatro divisões nacionais precisarão respeitar a exigência.

O Atlético-GO conquistou o acesso à elite do futebol brasileiro ao terminar a Série B deste ano em quatro lugar, com 64 pontos. Sendo assim, precisará integrar ao clube um time de mulheres. A solicitação, no entanto, incomoda Adson Batista.

Com base em pensamentos preconceituosos, o presidente do Dragão sequer cogitou represálias ao revelar o que pensa sobre a modalidade. Na sequência, soltou outra fala misógina ao reforçar estereótipo que paira sobre as mulheres: “Mulherada vai xingar porque tem umas mulheres aí que são mais brava que nós, né?”.

Para tentar amenizar, disse que gosta das mulheres, até porque muitas ocupam espaço nas arquibancadas do Antônio Accioly, estádio do Atlético-GO: “Respeito. Gosto das meninas. O time que mais tem mulher torcedora é o Atlético, vai lá no jogo”.

Por fim, Adson Batista reiterou que montará o time de futebol feminino porque é obrigado. Falou, ainda, que deveria tratar-se de uma opção, não imposição.

“Eu vou ter que fazer, mas ainda não tem apelo. Não tem. Vou fazer porque é obrigado. Você não tem mulheres, você não tem times qualificados, é um ‘trem’ difícil. Aqui mesmo tem uns quatro, cinco times só. É um ‘trem’ muito complexo. Eu acho que teria que ser quem quisesse fazer. Eu tenho interesse de ter algo bem feito, mas ‘trem’ mal feito, igual vai ser, eu não gosto, não vai muito com minhas convicções”

Adson Batista, presidente do Atlético-GO
Compartilhe