Com a iminente estreia do Atlético na Arena MRV, algumas perguntas começam a vir à tona: quando e quanto o Galo vai faturar com o novo estádio? A expectativa do torcedor, evidentemente, é a de que o lucro seja destinado a contratações para fortalecer o time nos próximos anos.
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (21/8), o CEO da Arena MRV, Bruno Muzzi, deu alguns detalhes sobre as projeções de faturamento para os anos de 2024 a 2027. Ele explicou, no entanto, que as estimativas serão mais precisas à medida que o Atlético aprender a operar o novo estádio.
Algumas variáveis ao longo deste ano e do início do próximo serão determinantes para esse aprendizado. Um exemplo é a capacidade total do estádio, que aumentará gradativamente. Outro está relacionado à gestão dos shows e eventos, uma vez que alguns serão realizados pelo próprio Atlético e outros pelas produtoras.
Além dos jogos do Galo no Campeonato Brasileiro, a Arena MRV será palco, ainda em 2023, de grandes shows internacionais como Maroon 5, em setembro, e Paul McCartney, em dezembro.
“A ideia é que a gente feche a SAF no final de setembro, início de outubro. Esse é o cronograma que eu tenho trabalhado. Feito a SAF a gente começa a receber os aportes e controlar a Arena que vai para dentro da SAF. Ali a gente tem o planejamento completo de 2024, 2025, 2026 e 2027”, iniciou Bruno Muzzi.
“A Arena terá operacionalmente sua capacidade plena, eu acho que a partir do ano que vem. Neste ano vamos [aumentar] gradativamente. Ainda tem muito aprendizado. Vou falar em faturamento, temos as projeções, mas vamos aprender a operar a Arena: o quadro móvel, qual a equipe comercial. Estamos atolados de solicitações de eventos um atrás do outro. Vamos ter que ampliar nossa equipe de operação, que hoje trabalha no Mineirão, e aí vamos começar a entender os custos fixos e variáveis da Arena MRV”, ressaltou.
Valores
Na coletiva, Bruno Muzzi pontuou a expectativa de faturamento do Atlético com a bilheteria dos jogos e também com os shows.
“Hoje só de bilheteria eu prevejo para 2025 chegar a pelo menos R$ 80 milhões. Como vamos chegar a isso? Temos [ao todo] 46 mil lugares. Sem contar cadeiras e camarotes temos 35 mil. Vamos tirar da conta também a torcida organizada que tem um preço [do ingresso] um pouco mais barato. Vamos fazer a conta com 30 mil. Vamos colocar o ticket médio de R$ 60. Estamos falando então de R$ 1.8 milhões por jogo. Mais o valor com torcida organizada, ticket extra, camarote e lounge com 35 jogos no ano”, exemplificou.
“A arena vai faturar com shows na casa de R$ 120 milhões. Já temos Paul McCartney e estudamos mais outros dois, sempre nas janelas que o futebol permite. Isso é muito importante porque o Atlético é dono da Arena e ele que vai decidir quando abre mão, a ideia é sempre o futebol. Pode ter variação se a gente faturar R$ 20, R$ 30 milhões com cada evento, o que acho conservador, ainda não sei falar certinho. Estamos falando então de aproximadamente R$ 150 milhões de faturamento. A Arena trás um incremento substancial no faturamento do Atlético”, salientou.
Modelo dos shows
O Atlético ainda não sabe qual será o melhor modelo para realizar eventos na Arena MRV. O show de Paul McCartney, por exemplo, terá a organização de uma produtora. Nada impede, no entanto, que a gestão da SAF também estruture as próprias atrações culturais seja com artistas nacionais ou internacionais.
“Vamos aprender ainda com as modalidades dos eventos porque tem o que você produz e os que você aluga. Que risco queremos correr? Ainda não temos isso de forma clara. A margem [de lucro] de produzir um evento é maior, mas o risco é muito maior. A localão do evento que é uma coisa mais direta, você tem um preço de mercado, não pode alugar mais caro, se não você não aluga. Por outro lado vem um valor livre para você bem menor. Mas se conseguirmos agregar serviços periféricos pode ser sim um bom modelo de negócios”, afirmou.
Cuidados com a Arena
Ainda de acordo com Bruno Muzzi, mesmo nos shows realizados pelas produtoras, o Atlético acompanhará de perto toda a preparação na Arena MRV para que a estrutura não seja danificada.
“A locação tem uma particularidade, né? Não quero entregar a chave da Arena para o pordutor. Quero ter uma equipe que acompanhe o produtor para que a gente nao danifique a arena. A gente consegue alugar e controlar a que nível? Tem muita coisa para ser dicutida”, finalizou.
