Em 1999, o Atlético superou as expectativas e chegou à final do Campeonato Brasileiro. O time marcou época, mas ficou com o vice-campeonato, após levar a pior para o Corinthians, em uma melhor de três partidas. Artilheiro daquela edição pelo Galo, Guilherme Alves opinou sobre a campanha da equipe em entrevista exclusiva ao No Ataque.
O Galo eliminou o Cruzeiro e o Vitória antes de encarar o Timão na decisão. No primeiro jogo da final, triunfo alvinegro por 3 a 2 no Mineirão, com três gols de Guilherme. Apesar do resultado positivo, o Atlético teve uma péssima notícia naquele dia: a lesão de Marques.
Sem um dos destaques da equipe, o Galo foi derrotado por 2 a 0 no Morumbi, no segundo jogo. Para Guilherme, a ausência do parceiro de ataque e a ausência de um substituto a altura foi crucial para a perda do título.
“Nós não tínhamos 13 atletas em condição de jogar uma final de Campeonato Brasileiro. Nós tínhamos 11 e pronto. Mas não tinha ninguém para entrar e fazer 50% do que o Marques poderia fazer. Se o Marques não machuca… Mas quando ele se machucou, para mim já estava (perdido)”, disse o ex-atacante.
“Eu fiquei ligando para o Alexandre (Kalil), com quem eu tinha muita amizade, perguntando se o Marques poderia se recuperar, mas não tinha como, porque era uma lesão muscular. Ali eu sabia que a missão era praticamente impossível. O elenco era muito enxuto”, completou.
Com a vitória, o Corinthians levava a melhor no saldo de gols e conquistou o título do Brasileiro após um empate sem gols, novamente no Morumbi.
Falta de estrutura do Atlético em 1999
Além do elenco curto, outro ponto citado por Guilherme foi a ausência de uma estrutura qualificada do Atlético naquele ano. O ex-jogador ainda relembra que o time iniciou a disputa do torneio nacional desacreditado e superou as expectativas.
“Em 1999 fomos treinar na Vila Olímpica, não tinha estrutura nenhuma. Foi um time montado meio que às pressas. Lembro do pessoal falando que o Atlético brigaria para cair, e o Cruzeiro brigaria com o Corinthians pelo título, como aconteceu em 1998. E só não aconteceu porque nós tiramos o Cruzeiro”, disse.
“Cada dia nós treinávamos em um lugar, era uma situação caótica. Mas o time deu liga. Tanto que foi o time, que chegamos sem treinador, porque o Humberto Ramos era gerente de futebol. O time era unido dentro e fora de campo, e chegou onde, na verdade, ninguém, e nem nós mesmo esperávamos”, finalizou.
Guilherme no Atlético
Sétimo maior artilheiro da história do Atlético, Guilherme marcou 139 gols em 205 jogos pelo clube, entre 1999 e 2003. Ele foi o goleador do Brasileiro de 1999, com 28 bolas nas redes, e ajudou o clube a levantar a taça do Campeonato Mineiro de 2000.
