FUTEBOL NACIONAL

Flamengo x Atlético: entenda a briga que acabou com a amizade entre Tite e Felipão

Felipão e Tite estarão frente a frente na noite desta quarta-feira (29/11), no duelo entre Flamengo e Atlético, no Maracanã, pelo Brasileiro

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O confronto decisivo entre Flamengo e Atlético, às 19h30 desta quarta-feira (29/11), no Maracanã, terá um componente especial. O reencontro entre os treinadores Tite e Luiz Felipe Scolari. Os dois se conheceram ainda na década de 1970, no Rio Grande do Sul, se tornaram próximos, mas a relação de amizade foi abalada por um episódio durante um jogo de futebol.

Na noite desta quarta, o rubro-negro – que soma 63 pontos – faz duelo importante com o Galo (que tem apenas três a menos) para a disputa do título nacional. Saiba escalações das equipes e onde assistir clicando aqui.

A amizade entre Tite e Felipão


Os técnicos têm longa relação pessoal e profissional. Foram próximos por muitos anos – inclusive, foi Scolari quem deu a Adenor Bacchi o apelido de “Tite”.

Eles se conheceram na década de 1970. Felipão se alternava entre duas atividades: jogador do Caxias e professor-estagiário de educação física no Instituto Cristóvão de Mendoza, em Caxias do Sul. Tite era aluno.

Na época, o atual comandante rubro-negro era chamado de “Ade”, enquanto outro aluno da escola tinha o apelido de “Tite”. Os dois foram chamados para fazer testes no Caxias, mas só “Ade” compareceu. Ele foi aprovado e, então, batizado com o apelido do colega por Scolari. Desde então, passou a ser chamado de “Tite”.

Naquele tempo, era comum atletas do time principal treinarem nas categorias de base. Dessa forma, Felipão chegou a treinar Tite no início da carreira dele como jogador. Até atuaram juntos pelo Caxias, mas não foram colegas por muito tempo. Enquanto Tite era um jovem que acabava de chegar ao profissional, Felipão já caminhava para o final de carreira dentro da quatro linhas.

Mas os dois se tornaram grandes amigos e cultivaram essa amizade por muito tempo. Scolari chegou a ir a festa de aniversário de Matheus, filho de Tite que acabaria por se tornar auxiliar dele, na Seleção Brasileira e agora no Flamengo.

‘Fala muito’

A relação foi rompida há mais de 10 anos.

No fim de 2010, Felipão estava à frente do Palmeiras, enquanto Tite treinava o Corinthians. O alvinegro dependia de vitória do alviverde para se manter vivo na briga pelo título brasileiro. Se o Corinthians vencesse o Vasco, e o Palmeiras derrotasse o então líder Fluminense, o Timão assumiria a liderança.

Contudo, isso não aconteceu: o Flu ganhou e, posteriormente, foi o campeão. Tite sentiu que faltou empenho de Felipão no episódio, conforme divulgado em reportagem publicada pelo UOL nessa terça-feira (28/11). Ficou ressentido na época, dizem pessoas ligadas ao treinador. Foi o pontapé inicial para o racha na amizade.

Pouco tempo depois, no começo de 2011, após o time de Tite ser eliminado da Copa Libertadores pelo Tolima, da Colômbia, na fase preliminar, Felipão afirmou que, se o cargo de Tite “dependesse de vitória dele, gostaria de perder o jogo”. Era uma analogia ao episódio de 2010.

A gota d’água, no entanto, veio em 2011. Irritado com o comportamento de Felipão diante da arbitragem, em um Corinthians x Palmeiras pelas semifinais do Paulista, Tite protagonizou a famosa cena do “fala muito”. Ele direcionou as palavras a Scolari, gesticulando efusivamente com as mãos.

A partir daí, eles cortaram relações. Não se falaram mais e até se evitaram em eventos ligados a futebol ou não.

O último Tite x Felipão

Os dois se enfrentaram pela última vez há 11 anos. Em 24 de junho de 2012, o Corinthians de Tite venceu o Palmeiras de Felipão por 2 a 1, pelo Campeonato Brasileiro, no Pacaembu. O alviverde foi rebaixado nesse ano.

Depois desse duelo, os dois foram técnicos da Seleção Brasileira: Scolari assumiu a equipe em 2012 e permaneceu até a Copa do Mundo de 2014. Foi a segunda passagem dele por lá – em 2002 comandou o Brasil na conquista do pentacampeonato, na Coreia do Sul e no Japão.

Já Tite se tornou treinador do Brasil em 2016 e saiu em 2022, após disputar dois Mundiais: o de 2018 (na Rússia) e o de 2022 (no Catar). Em ambos, a Seleção caiu nas quartas de final, para Croácia e Bélgica, respectivamente.

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