ESPORTE NA MÍDIA

Jornalista da Globonews faz post para Paulinho após goleada do Atlético

Comentarista da Globonews sai em defesa de Paulinho depois dele sofrer intolerância religiosa; atacante é praticante do candomblé
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A jornalista da Globonews Flávia Oliveira saiu em defesa do atacante Paulinho, do Atlético, após a partida contra o Flamengo nessa quarta-feira (29/11). O jogador fez um dos gols na vitória por 3 a 0 pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro e foi vítima de intolerância religiosa.

O jogador é praticante do candomblé e foi alvo de insultos após marcar no Maracanã, em jogo decisivo na briga pelo título do Brasileiro.

“Chamar Paulinho – ou qualquer um de nós de macumbeiro – não nos ofende. É o que somos, escolhidos por orixás. Não desmerecemos a fé de ninguém. Exigimos respeito”, escreveu a jornalista ao defender o atacante do Atlético.

Comentarista de política e economia no Globonews, Flávia Oliveira é tia do jogador do Atlético e também praticante do candomblé.

Esta é a segunda vez que Paulinho sofre intolerância religiosa. Torcedores o ofenderam enquanto defendia a Seleção Brasileira, após a derrota por 2 a 1 para a Colômbia, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

Defesa de jornalista para Paulinho

Paulinho Henrique Sampaio Filho, Paulinho, PH7, PH10, Paulinho Macumbeiro, é menino nascido no subúrbio do Rio, que desde muito cedo sonhou unicamente jogar futebol. É exemplo de trabalho, persistência, esperança, fé. Desde menino, fez do esporte oficio, sustento e alegria.

Passou pelo Madureira, formou-se no Vasco. Esteve por quatro anos no Bayer Leverkusen, na Alemanha. Chegou ao Galo neste 2023, determinado a se destacar no futebol brasileiro. Brilhou na Libertadores. Está brilhando no Brasileirão. É artilheiro isolado do campeonato a duas rodadas do fim. Até aqui, 18 gols. Faz a alegria da torcida do Atlético Mineiro, amedronta e encanta adversários. Faz parte.

O que não faz parte – ou não devia fazer – e a onda de racismo religioso que emerge a cada atuação de Paulinho. A intolerância sempre existiu, desde o momento em que, digno, corajoso e orgulhoso de nossa fé, ele assumiu publicamente ser filho de Oxóssi, protegido por Exu.

Por seus talento e atitude, foi agraciado com as medalhas Pedro Ernesto e Tiradentes, maiores condecorações do município e do estado do Rio de Janeiro. As mensagens com ofensas se multiplicam. Felizmente, também é imensa a corrente de solidariedade e repúdio ao racismo religioso, crime previsto na Lei 14.532/2023.

Somos uma família unida por todos os laços que se podem unir: criação, afeto, fé. Somos de axé, com muito orgulho. Crescemos nos terreiros cariocas, seguimos com obediência os preceitos do candomblé, exibimos gratidão aos orixás. Paulinho tem o amor da família, o apoio do clube, a proteção de nossas divindades.

Chamar Paulinho – ou qualquer um de nós de macumbeiro – não nos ofende. É o que somos, escolhidos por orixás. Não desmerecemos a fé de ninguém. Exigimos respeito.

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