Enviado especial a Salvador – O Atlético foi goleado pelo Bahia por 4 a 1 na noite desta quarta-feira (6/12), na Fonte Nova, em Salvador, pela 38ª e última rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado livrou o Tricolor de Aço do rebaixamento, mas também deixou o Galo no G4, já que o Botafogo e Flamengo perderam para Internacional e São Paulo, respectivamente.
Os gols do Tricolor de Aço foram marcados por Cauly, Luciano Juba, Thaciano e Ademir, enquanto Paulinho descontou para o Galo.
Com a derrota, o Atlético terminou o Campeonato Brasileiro na terceira colocação, com 66 pontos. Mesmo com o tropeço, a equipe garantiu o objetivo, já que ficou no G4 e está classificado para a fase de grupos da Libertadores.
Já o Bahia chegou à marca de 44 pontos, terminou a Série A na 16ª colocação e evitou o rebaixamento pelo número de triunfos. O Santos caiu pela primeira vez à Segunda Divisão.
Já o que foi visto dentro de campo não acompanha as posições finais na tabela. Enquanto o Bahia demonstrou muita atitude e vontade desde o minuto inicial – devido à pressão pelo resultado -, o Atlético entrou em campo com muita desatenção, jogou mal e terminou o Brasileirão entre os quatro melhores pelas ótimas atuações anteriores.
O principal problema do Atlético foi defensivo. Após o segundo gol do Bahia, durante a comemoração adversária, Everson lamentou muito uma das falhas do time mineiro, esbravejou com companheiros e até chutou a trave esquerda.
E o goleiro teve razão, já que não foi responsável por nenhuma das quatro bolas na rede sofridas na partida e viu um sistema defensivo totalmente desatento, principalmente pelo lado direito. A escolha de Felipão por Pavón em vez de Rubens, que ajuda mais na marcação, não surtiu efeito.
Esse foi o último jogo da temporada. Agora, os jogadores de Bahia e Atlético serão liberados e voltarão aos treinamentos em janeiro, já visando à temporada de 2024.
Desatenção de um lado e vontade do outro
O jogo começou com a postura que o torcedor do Bahia pedia nas arquibancadas. O time de Rogério Ceni exerceu corretamente a pressão no campo de ataque e não permitiu que o Atlético jogasse, tanto que a equipe de Felipão, que não mostrava intensidade em campo, foi acertar o gol adversário pela primeira vez apenas no minuto 25.
Aos 10, a falta de intensidade do Atlético deu lugar à desatenção pela primeira vez. Durante a saída de bola, Edenilson recebeu de costas e não notou a aproximação de Rezende, que desarmou com um toque para Thaciano. Com apenas Jemerson na linha de defesa, o camisa 16 não teve dificuldades e rolou para encontrar Cauly livre, que bateu cruzado e abriu o placar: 1 a 0.
Três minutos depois, foi a vez de Everson aparecer com grande defesa em cabeceio de Kanu. E as chances do Tricolor de Aço seguiam surgindo, justamente por conta da falta de atenção da defesa atleticana. Erros em passes simples de Igor Rabello e Mariano geraram oportunidades do Bahia, que não conseguiu transformar os deslizes do rival em novas bolas na rede.
Os primeiros 20 minutos do Atlético foram bem distantes dos desempenhos recentes. O time que chegou com a sequência de quatro vitórias aparentava estar completamente desconectado com a partida e encontrou um rival pressionado e empurrado pela torcida, que cantou sem parar durante toda a etapa inicial.
A primeira trama ofensiva do Galo ocorreu apenas no minuto 23, já o primeiro chute foi dois minutos depois – Pavón obrigou Marcos Felipe a fazer boa defesa. Com essas chegadas, a equipe de Felipão mostrou um pouco mais de imposição e confiança na troca de passes até o ressurgimento no jogo, que saiu dos pés do artilheiro da equipe e do Campeonato Brasileiro.
Aos 35, o Atlético iniciou a construção da jogada pela esquerda, Igor Gomes recebeu, girou e deu uma linda assistência. Nas costas da defesa, Paulinho entrou na área e finalizou na saída de Marcos Felipe para chegar à marca de 20 gols no Brasileirão e empatar a partida: 1 a 1.
Só que o gol não desanimou os jogadores e muito menos os torcedores do Tricolor de Aço, que explodiram de felicidade nos acréscimos. Mesmo com o equilíbrio do Atlético não só no placar, mas também na atuação, o Bahia conseguiu encaixar bons ataques na reta final. Biel perdeu uma chance dentro da área, mas Luciano Juba não desperdiçou.
Aos 51, a zaga do Atlético parou pela segunda vez, e o Bahia aproveitou. Após trama pela direita, Thaciano deu a sua segunda assistência no jogo com um cruzamento perfeito para Luciano Juba, que entrou livre: 2 a 1.
Roteiro semelhante e triunfo do Tricolor de Aço
A segunda etapa contou com o mesmo nível de desatenção do Atlético e a intensidade marcante do Bahia, que conseguiu sair com o triunfo. Porém, a grande diferença do início dos 45 finais foi que o Bahia estava mais concentrado em não se expor, tendo em vista o resultado positivo, e o Atlético seguia com problemas para criar boas chances.
A consequência dessa atuação mais conservadora do Tricolor de Aço foi a falta de finalizações. Os 20 primeiros minutos da etapa final contaram apenas com um chute de Hulk em cobrança de falta, que parou em defesa de Marcos Felipe.
Já no minuto 21, a Fonte Nova explodiu novamente. Rezende estava livre na intermediária, hesitou para chutar com a perna direita, levou para a esquerda e bateu fraco. Só que a bola se tornou uma assistência para Thaciano. Ele finalizou sem tanta força, mas conseguiu marcar: 3 a 1.
O restante da partida contou com tentativas do Atlético, mas a falta de imposição acabou complicando a atuação do Atlético. O time até chegou com perigo em cabeceio de Igor Rabello, mas foi penalizado no contra-ataque seguinte. Aos 46, o Bahia acelerou pela esquerda com Ademir, que driblou a marcação e finalizou de direita para fazer a lei do ex vigorar na Fonte Nova: 4 a 1.
Depois disso e com o gol do Fortaleza na Vila Belmiro, a torcida do Bahia explodiu de vez e fez uma grande festa comemorando a permanência com direito a goleada, enquanto o Galo se despediu do Brasileiro com uma atuação ruim.
Bahia 4 x 1 Atlético
Bahia
Marcos Felipe; Gilberto, Kanu, David Duarte, Vitor Hugo e Luciano Juba; Rezende (Diego Rosa 30 do 2ºT), Acevedo (Lucas Mugni 20 do 1ºT, Léo Cittadini 36 do 2ºT) e Cauly; Thaciano (Cicinho 36 do 2ºT) e Biel (Ademir 36 do 2ºT)
Técnico: Rogério Ceni
Atlético
Everson; Mariano, Igor Rabello, Jemerson e Guilherme Arana (Alisson 36 do 2ºT); Otávio, Edenilson (Pedrinho 21 do 2ºT), Pavón (Alan Kardec 21 do 2ºT) e Igor Gomes (Rubens intervalo) ; Paulinho e Hulk
Técnico: Felipão
Motivo: 38ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local: Fonte Nova, em Salvador
Gol: Cauly 10, Paulinho 35 e Luciano Juba 51 do 1ºT; Thaciano 21 e Ademir do 2ºT
Árbitro: Ramon Abatti Abel (FIFA-SC)
Assistentes: Nailton Junior de Sousa Oliveira (FIFA-CE) e Thiaggo Americano Lopes (SC)
VAR: Wagner Reway (FIFA-PB)
Cartões amarelos: Rubens, Vitor Hugo, Paulinho, Ademir
Cartão vermelho: nenhum
Público: 28.019
Renda: R$ 838.345,00