Há uma semana, o torcedor do Atlético se despediu de um dos grandes jogadores da sua história. Réver encerrou a sua carreira como profissional em 2 de dezembro e se imortalizou no Galo por meio de marcas que chamam a atenção. Confira alguns dos recordes do zagueiro que “libertou” a equipe mineira em 2013 e se destacou até mesmo na área ofensiva com muitos gols.
O Galo promoveu uma festa no Mineirão para Réver no sábado (2/12), antes da vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro. Ele foi homenageado pela diretoria alvinegra, pelos jogadores, que usaram o nome do zagueiro nas costas, e pela torcida, que fez um mosaico com o trocadilho “foRever”, que significa “para sempre” em inglês.
Só que o agora ex-atleta de 38 anos não se despediu logo depois da partida com o Tricolor Paulista porque o Galo tinha mais um compromisso importante no Brasileiro. Diante do Bahia, na quarta-feira (6/12), Réver ficou à disposição de Felipão, mas não entrou em campo na derrota por 4 a 1, na Fonte Nova, no encerramento da Série A de 2023.
Depois de terminar a temporada com o Atlético, o zagueiro foi às redes sociais para se despedir. Por meio de uma postagem no Instagram, Réver agradeceu todos os clubes em que atuou – além do Galo, passou por Paulista, Wolfsburg-ALE, Grêmio, Flamengo, Internacional e também jogou pela Seleção Brasileira.
“Encerro minha carreira com a sensação de dever cumprido. Para aquele garoto vindo de uma família muito humilde, do interior de São Paulo, se tornar um jogador profissional já era um sonho. Por muitas vezes, diante das dificuldades, pensei em parar. Mas Deus foi muito mais generoso do que isso. Joguei em grandes clubes do Brasil, tive uma experiência na Europa, joguei pela Seleção Brasileira. Não sei colocar palavras para descrever este sentimento de gratidão”
Réver, em despedida da carreira profissional
O ídolo de muitas taças
Definitivamente, Réver encerrou a sua carreira como um dos maiores jogadores da história do Atlético, e os números deixam isso claro, principalmente no ao olhar a prateleira de conquistas no Galo do capitão da conquista da Libertadores de 2013 .
O ex-zagueiro foi responsável por levantar 12 taças com a camisa alvinegra, marca que só João Leite alcançou, ainda na década de 1980. Eles são os recordistas dos 115 anos de história do clube.
Os títulos de Réver fazem parte da melhor década da história do Atlético, quando a equipe venceu quase todos os torneios disputados: Mineiro, Brasileiro, Copa do Brasil, Supercopa do Brasil, Libertadores e Recopa Sul-Americana.
- Campeonato Mineiro (6x) – 2012, 2013, 2020, 2021, 2022 e 2023
- Campeonato Brasileiro – 2021
- Copa do Brasil (2x) – 2014 e 2021
- Copa Libertadores – 2013
- Recopa Sul-Americana – 2014
- Supercopa do Brasil – 2022
Além da prateleira cheia de troféus, Réver se despede do Atlético como um dos principais jogadores no ranking de mais partidas disputadas. Nas duas passagens (2010 – 2014 e 2019 – 2023), o atleta entrou em campo com a camisa atleticana em 356 ocasiões e se aposentou como o 19º atleta com mais jogos pelo Galo.
- João Leite (1976 – 1988 | 1991 – 1992): 684 jogos
- Wanderley Paiva (1966 – 1976): 559 jogos
- Luizinho (1979 – 1989): 537 jogos
- Vantuir (1968 – 1978): 507 jogos
- Kafunga (1935 – 1954): 504 jogos
- Paulo Roberto Prestes (1986 – 1996): 504 jogos
- Grapete (1964 – 1975): 486 jogos
- Reinaldo (1973 – 1985): 475 jogos
- Afonso Silva (1945 – 1958): 464 jogos
- Victor (2012 – 2021): 424 jogos
- Toninho Cerezo (1974 – 1983 | 1996 – 1997): 400 jogos
- Paulo Isidoro (1973 – 1979 | 1985 – 1987): 399 jogos
- Leonardo Silva (2011 – 2019): 390 jogos
- Marques (1997 – 2002 | 2005 – 2006 | 2008 – 2010): 386 jogos
- Heleno (1971 – 1985): 379 jogos
- Éder Lopes (1987 – 1992 | 1994 – 1996): 378 jogos
- Éder Aleixo (1980 – 1985 | 1989 – 1990 | 1994 – 1995): 368 jogos
- Sérgio Araújo (1981 – 1989 | 1991 – 1993): 360 jogos
- Réver (2010 – 2014 | 2019 – 2023): 356 jogos
- Jorge Valença (1979 – 1987): 333 jogos
- Haroldo (1950 – 1960): 331 jogos
- William (1954 – 1964): 330 jogos
- Zé do Monte (1946 – 1956): 320 jogos
- Marcos Rocha (2008 – 2010 | 2012 – 2017): 306 jogos
- Luan (2013 – 2019): 305 jogos
Marca registrada do zagueiro
Além do “vício” em levantar taças pelo Atlético, Réver teve outra marca registrada com a camisa do Atlético: os gols. Mesmo sendo defensor, o ídolo alvinegro mostrava muita qualidade no campo ofensivo e marcou gols de variadas formas, chegando à marca de 31 bolas na rede.
Até por isso, o agora ex-atleta se aposentou como o segundo zagueiro com mais gols pelo Atlético, atrás apenas de Leonardo Silva, que protagonizou a defesa campeã da Libertadores de 2013 junto da outra “torre gêmea”, como a torcida chamava a dupla. Já no século 21, Réver é o 16º jogador que mais marcou gols com a camisa alvinegra.
- Tardelli (2009 – 2011 | 2013 – 2015 | 2020 – 2021): 112 gols
- Hulk (2021 – ): 95 gols
- Guilherme Alves (1999 – 2002 | 2003): 76 gols
- Marques (1997 – 2002 | 2005 – 2006 | 2008 – 2010): 59 gols
- Luan (2013 – 2019): 49 gols
- Éder Luís (2005 – 2009): 43 gols
- Lucas Pratto (2015 – 2017): 42 gols
- Fred (2016 – 2017): 42 gols
- Cazares (2016 – 2020): 41 gols
- Jô (2012 – 2015): 39 gols
- Danilinho (2006 – 2008 | 2012): 38 gols
- Ricardo Oliveira (2018 – 2019): 37 gols
- Robinho (2016 – 2017): 36 gols
- Leonardo Silva (2011 – 2019): 36 gols
- André (2011 – 2012 | 2014 – 2015): 32 gols
- Réver (2010 – 2014 | 2019 – ): 31 gols
- Paulinho (2023 – ): 31 gols
- Fábio Júnior (2003 | 2005): 30 gols
- Marinho (2006 – 2008): 28 gols
- Ronaldinho (2012 – 2014): 28 gols
- Renan Oliveira (2008 – 2011 | 2014): 27 gols
- Guilherme Gusmão (2011 – 2015): 27 gols
- Neto Berola (2010 – 2014): 27 gols
- Obina (2010 – 2011): 27 gols
Em meio aos 31 gols marcados, algumas bolas na rede chamam a atenção. O primeiro tento do ex-zagueiro pelo Atlético foi de bicicleta, em outubro de 2010, na vitória por 3 a 2 sobre o Atlético-GO, já mostrando a qualidade e a variedade do ex-defensor.
Já em março de 2013, Réver marcou um hat-trick perfeito – um gol de direita, um gol de esquerda e um de cabeça – contra o América, no Independência, na goleada por 5 a 2.
No mesmo ano, outra atuação ofensiva marcante foi contra o Tijuana. No dramático jogo frente aos mexicanos, pelas quartas de final da Libertadores, Réver marcou o gol de empate do Galo, que terminou o gol com o placar de 1 a 1 – também graças à defesa de pênalti de Victor.
Próxima função de Réver
Os números marcantes de Réver farão parte da história do clube e do agora ex-jogador, porém ele ainda não se desvinculará do futebol e nem do Atlético.
“Aos torcedores dos clubes que passei, sem palavRéver, ídolo do Atléticoras para retribuir o carinho! Gratidão! Mas este é o fim de uma etapa. A vida é feita de ciclos. Enquanto um se fecha, outro irá abrir. Seguirei no futebol, que é o que amo fazer”
Réver, ídolo do Atlético
Ele assumirá o cargo de coordenador de transição do clube em 2024, função que também já foi de Leonardo Silva, companheiro histórico de Réver.
“É isso mesmo, ele será o coordenador de transição, fazendo essa relação e ligação da categoria de base com o futebol profissional. Algo que o Léo Silva chegou a fazer. Nada melhor do que sair um zagueiro ídolo e entrar outro. É fundamental para o Galo manter no seu quadro de funcionários caras como esse, vencedores”, afirmou Rodrigo Caetano após o jogo com o São Paulo.