Atual diretor de futebol do Atlético, Victor Bagy iniciou a trajetória no clube em 2012, quando atuava como goleiro. Em participação no GaloCast nesta quarta-feira (5/6), ele revelou detalhes da negociação que o fez chegar ao alvinegro.
Revelado nas categorias de base do Paulista de Jundiaí, em 2001, Victor foi vendido ao Grêmio em 2008 e, a partir daí, conquistou destaque nacional e relevância dentro do clube gaúcho. Em junho de 2012, ele se tornou jogador do Atlético, que vivia anos de carência na posição.
“Foi tudo muito rápido. Eu tinha feito seis jogos pelo Brasileiro com o Grêmio. A gente estava brigando na parte de cima da tabela, com o Atlético, inclusive. O sétimo jogo seria contra o Atlético, lá no Olímpico. No início da semana, meu empresário me ligou e falou que teve uma consulta do Atlético e que iam fazer uma proposta. Aí eu falei que estava tudo bem, ‘vamos ver que vai acontecer, mas eu estou focado aqui’. Passou segunda, terça, e na quarta ele falou que o Atlético tinha feito uma proposta. Continuei treinando, era capitão do Grêmio”, iniciou.
Para contar com Victor, o Atlético cedeu ao Grêmio 50% dos direitos econômicos do zagueiro Werley. A contratação do jogador foi anunciada pelo então presidente Alexandre Kalil nas redes sociais.
A publicação de Kalil, entretanto, foi feita antes de a negociação ser fechada. Victor relembrou o momento e até citou conversa com Cuca, que era técnico do time na época.
“Na sexta, antevéspera do jogo, vou na sala do treinador e falei que existia uma proposta, queira saber o que ele pensava. A gente teve uma conversa. Acabou o treino e tinha ligação do meu empresário. Ele falou que o Grêmio tinha feito contraproposta e que o negócio tinha andado. Estava com meu empresário e ele falou que o Cuca queria falar comigo. Aí o Cuca, com aquele jeito, ‘Ah, guri, tomara que dê certo, eu que validei, inclusive'”, prosseguiu.
“Aí falei que ia ser um prazer e tal, aquelas formalidades. Saí e sentei num shopping para conversar com meu empresário. Meia hora depois, ele pega o celular e me mostra a tuitada do Kalil. Antes de assinar, qualquer coisa. Eu tinha alguma base, tempo de contrato, termos salariais, mas não tinha firmado nada. Mas foi ali que anunciou a contratação. Não foi de uma maneira protocolar. Foi um risco, mas a partir do momento que ele anunciou, entramos em consenso”
Victor Bagy, ex-goleiro e atual diretor do Atlético
O ex-goleiro contou os motivos que o fizeram aceitar a proposta. Na época, o time liderava o Campeonato Brasileiro e seguiu fazendo boa campanha, mas acabou na vice-liderança. No ano seguinte, conquistou a Copa Libertadores com Victor tendo papel fundamental em diversos momentos da competição.
“Vi como oportunidade de um clube que vinha com evolução, estrutura fantástica, projeto vencedor. Liderando o campeonato. Vim enxergando como oportunidade. O resto é história. Tudo caminhou muito rápido. Apesar de ter ter construído uma história bonita com o Grêmio, faltou um grande título para coroar a passagem lá. Todos lá me tratam muito bem. O choque foi grande, porque eu tinha renovado um ano e meio antes, então ia cumprir mais três anos de contrato. Tinha comprado minha casa em Porto Alegre, tinha recém me mudado. De repente esse rompimento. Te causa um choque, Belo Horizonte é diferente de Porto Alegre. Foi chocante no primeiro momento, mas com o passar dos dias fui me adaptando e vi quanto eu era querido aqui”, finalizou.
Victor no Atlético
Victor seguiu como goleiro do Atlético até 2021, quando se aposentou do futebol. Foram 421 jogos, defesas memoráveis e diversos títulos conquistados com a camisa alvinegra.
Ao deixar os gramados, ele assumiu a função de gerente de futebol, cargo que ocupou até fevereiro deste ano, quando substituiu Rodrigo Caetano no cargo de diretor.
Títulos de Victor no Atlético
- Campeonato Mineiro (2013, 2015, 2017, 2020, 2021)
- Copa Libertadores (2013)
- Recopa Sul-Americana (2014)
- Copa do Brasil (2014)