ATLÉTICO

Atlético: relatório indica que transformação em SAF aliviou dívida, ainda preocupante

Relatório Convocados 2024, da Galapagos Capital, analisou as finanças do Atlético e dos outros 19 clubes da Série A de 2023
Foto do autor
Foto do autor
Compartilhe

O Relatório Convocados 2024, da Galapagos Capital, analisou as finanças do Atlético e dos outros 19 clubes da Série A de 2023. O arquivo indicou que o Galo sofreu com altos custos e despesas e que a dívida foi aliviada pela transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), embora continue preocupante.

Em escala entre A e E, o Atlético recebeu a avaliação D pelo resultado financeiro de 2023. Principalmente com a implementação da Sociedade Anônima de Futebol, o Galo reduziu a dívida de R$ 1,5 bilhão para R$ 998 milhões. Enquanto isso, a receita líquida girou em torno de R$ 419 milhões.

O relatório aponta que o clube mineiro terminou o ano com o EBITDA negativo. Ou seja, não foi eficiente em transformar a receita em geração de caixa operacional, o que resultou em um déficit de, aproximadamente, R$ 9 mil.

Em contrapartida, ajustou os investimentos pela Saf, investiu em atletas e nas categorias de base (de 2% para 8%) e vendeu os 24,95% restantes do Diamond Mall, shopping em Belo Horizonte. Ainda assim, a dívida preocupa.

“O fato é que a situação era tão complexa que entraram R$ 838 milhões de caixa e a dívida segue próximo de R$ 1 bilhão. Há muito a ser feito”.

Relatório Convocados 2024

Investimentos e dívidas

Segundo o documento, em 2023, o Atlético desembolsou R$ 119 milhões na formação de elenco (R$ 11,8 milhões a menos que em 2022). Os investimentos nas categorias de base saltaram de R$ 7,8 milhões para R$ 28 milhões. Ainda, não houve gasto com estrutura (em 2022, o número chegou a R$ 4,3 milhões).

A dívida bancária do Galo caiu de R$ 917 milhões, em 2022, para R$ 498 milhões, em 2023. Por outro lado, as dívidas operacionais cresceram de R$ 361 milhões para R$ 378 milhões, assim como os impostos, de R$ 263 milhões para R$ 313 milhões.

Faturamento por tipo de serviço

Em relação a 2022, a receita do Atlético com direitos de transmissão praticamente se manteve. Houve queda considerável nas receitas comerciais (25%) e em outros tipos de serviço não especificados (48%). Contudo, receitas oriundas de negociações de atletas, bilheteria/sócio torcedor e social cresceram (22%, 20% e 24%, respectivamente).

Avaliação D

Em resumo, o relatório indicou dois tópicos que deram certo no Galo: “Aportes após a Saf, reduzindo as dívidas” e “esportivamente dentro das possibilidades”.

Ainda, destacou o que não funcionou: “Custos reduzidos abaixo do ideal”, “bastante endividado” e “receitas não cresceram”.

Atlético em 2023

Em 2023, o Atlético levantou a taça do Campeonato Mineiro, encerrou a participação no Campeonato Brasileiro em terceiro lugar e caiu nas oitavas de final da Copa do Brasil e da Copa Libertadores.

O Conselho Deliberativo do clube aprovou a transformação em Saf em julho de 2023 – venda de 75% por R$ 913 milhões à Galo Holding, integrada pela Família Menin, por Ricardo Guimarães e dois fundos de investimento. A transformação em Saf foi concluída já no fim do ano, em novembro de 2023.

Naquele momento, o clube informou que a Saf arcaria com 100% das dívidas da Associação, ainda dona da Sede Lourdes e dos clubes Labareda e Vila Olímpica. Já o departamento de futebol, a Arena MRV e a Cidade do Galo foram transferidos para os sócios majoritários.

Dívidas entre clubes do Brasil

O Atlético é o terceiro clube do Brasil mais endividado. Está atrás apenas de Corinthians (R$ 1,89 bilhão) e Botafogo (R$ 1,3 bilhão). E à frente do rival Cruzeiro (em quinto, com dívida de R$ 811 milhões).

  1. Corinthians: R$ 1,894 bilhão
  2. Botafogo: R$ 1,301 bilhão
  3. Atlético: R$ 998 milhões
  4. São Paulo: R$ 856 milhões
  5. Cruzeiro: R$ 811 milhões
  6. Fluminense: R$ 736 milhões
  7. Bragantino: R$ 696 milhões
  8. Vasco: R$ 696 milhões
  9. Internacional: R$ 650 milhões
  10. Santos: R$ 548 milhões
  11. Athletico-PR: R$ 492 milhões
  12. Palmeiras: R$ 466 milhões
  13. Grêmio: R$ 441 milhões
  14. Flamengo: R$ 391 milhões
  15. Bahia: R$ 366 milhões
  16. Coritiba: R$ 272 milhões
  17. América: R$ 109 milhões
  18. Fortaleza: R$ 67 milhões
  19. Goiás: R$ 47 milhões
  20. Cuiabá: R$ 4 milhões

Clique aqui e tenha acesso ao relatório completo da Galapagos Capital

Compartilhe