O Atlético alcançou a sexta derrota no Campeonato Brasileiro nesse sábado (24/8), ao perder para o Fluminense por 2 a 0, no Mineirão, pela 24ª rodada do torneio. Para além do resultado, outra questão preocupa os torcedores: a queda de desempenho ofensivo. O técnico Gabriel Militou explicou o declínio e apontou o caminho para reverter o cenário.
Na visão do treinador argentino, aspectos emocionais têm influenciado as apresentações do Atlético: “A equipe está com falta de confiança, estado de ânimo. Eu acreditava que a classificação às quartas da Copa Libertadores nos daria mais ânimo para enfrentar o Campeonato Brasileiro, mas não. Vimos, de novo, que a equipe está abaixo do nível que pode ter. E, claro, isso me preocupa. E me preocupa ver de que forma vamos começar de novo. Temos que envolver o adversário. Agora, estamos atravessando uma crise, e eu devo ser mais responsável pela crise, esportivamente falando”.
Ao dizer ‘começar de novo’, Milito se refere ao desempenho do time no início do trabalho. Contratado em março deste ano, o treinador mostrou rápida adaptação. Além de vencer o Campeonato Mineiro de cara, emendou sequência positiva – 12 jogos sem perder, sendo oito vitórias e quatro empates.
Àquela altura, o destaque do Galo era o repertório ofensivo. Somente no período mencionado no parágrafo anterior, o Atlético balançou a rede 26 vezes, média de mais de dois gols por jogo. Ao analisar as últimas 12 partidas do Atlético, em Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores, são 16 gols – média de 1,3 por apresentação.
“O que me deixa mais tranquilo ou mais preocupado é o rendimento da equipe. Você não pode perder tendo um bom desempenho, mas, quando você perde e também não tem um bom desempenho, é mais preocupante”, completou. Nesse momento, Milito lembrou o fato de o Galo estar classificado às quartas de final tanto na Copa do Brasil quanto na Libertadores.
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O que fazer para reverter o cenário?
Para recuperar o embalo, Milito acredita que o único caminho é o trabalho. Não apenas aquele em campo, mas, também, o individual, que atua no psicológico de cada atleta.
“Há muitas coisas para avaliar, reforçar, falar, tentar estar perto dos jogadores neste momento para que recuperem essa confiança e para que voltem a ser jogadores com um nível individual e coletivo ótimo”, iniciou o treinador.
O próximo desafio do Atlético é diante do São Paulo, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil. As equipes medem força nesta quarta-feira (28/8), às 21h30, no Morumbis, na capital paulista. Para Milito, está claro: avançar de fase da forma que o time está jogando é praticamente impossível.
“As quartas de final contra o último campeão da Copa Brasil deve significar estímulo muito grande. Precisamos da força de todos, da força mental de todos. Com o que estamos dando, não alcança, é evidente. Temos que dar mais, temos que trabalhar mais e, claro, analisar muito bem de que maneira enfrentar esse jogo. Temos que tentar, claro, como fazemos sempre, buscar a melhor equipe. Já veremos como fazermos, com quem fazermos. Vamos ver se tenho mais acertos nas minhas decisões também”, continuou.
O treinador disse que o clube enfrenta crise futebolística. Mais uma vez, atribuiu a si parte da culpa pelo desempenho abaixo e disse que brigará para resgatar a força mental de todos os atletas.
“É minha responsabilidade e é minha obrigação tentar ajudar os jogadores a recuperar o estado anímico para que eles sintam a confiança que tiveram. Em qualquer aspecto da vida, mas no futebol, é muito importante ter confiança. Confiança para ajudar, não ter dúvidas, ter valentia, e é preciso insistir, insistir, insistir. É isso que se trata… Eu reconheço a crise esportiva porque aí começa a melhoria… Agora temos que detectar por que não estamos bem. E trabalharemos sobre isso para voltar a fazer essa equipe sólida, confiante, com um rendimento que eu acho que os jogadores podem ter… Nosso dever é superar. A melhor maneira é com trabalho. Não há outro caminho”, finalizou.