Torcedores do Atlético entoaram cântico homofóbico direcionado ao goleiro Fábio, do Fluminense, nesse sábado (24/8), no Mineirão, na derrota por 2 a 0, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Ao cobrar tiros de meta durante o segundo tempo, o arqueiro, que defendeu as cores do Cruzeiro em 17 temporadas – 16 de forma ininterrupta, entre 2005 e 2021 -, escutava a palavra “bicha” ser proferida por alguns alvinegros.
O comportamento da torcida se enquadra no ato discriminatório em razão da sexualidade e fere o artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). A pena prevista é a suspensão de cinco a 10 partidas ou 120 a 360 dias se praticada por qualquer pessoa submetida ao CBJD, além da multa de R$ 100 a R$ 100 mil. Ainda, se praticada de forma simultânea por um conjunto de pessoas afiliadas ao mesmo clube, pode gerar perda de pontos.
Apesar de o árbitro Flávio Rodrigues de Souza não ter registrado os gritos homofóbicos na súmula da partida, como é recomendado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) desde 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) criminalizou a homofobia, a procuradoria do órgão pode denunciar o caso.
Durante o Campeonato Mineiro de 2024, a torcida do Atlético chamou Rafael Cabral, antigo goleiro do Cruzeiro, da mesma forma, o que custou R$ 40 mil aos cofres do clube.
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Posicionamento do Atlético
Em nota divulgada neste domingo (25/8), o Atlético se posicionou em relação ao comportamento da torcida.
“O Galo condena os gritos homofóbicos de parte dos seus torcedores no jogo de ontem (sábado). Reiteramos nossa posição contrária a todos os tipos e formas de preconceito. Pedimos aos torcedores que entendam a importância de não entoar gritos ou cânticos homofóbicos. Além de inaceitáveis, eles podem gerar punições ao Clube. No time de todos, não cabe qualquer espécie de discriminação”.