O fim de temporada do Atlético é melancólico. Comandado por Gabriel Milito, o alvinegro vive o luto dos vice-campeonatos da Copa Libertadores e Copa do Brasil, além da perda das chances de se classificar ao torneio continental da próxima temporada via Campeonato Brasileiro. Tanto nas decisões, quantos nos jogos da competição nacional, um dos principais problemas do time foi o desempenho defensivo.
Nesse sábado (30/11), mesmo com um jogador a mais durante toda a partida, o Galo foi derrotado por 3 a 1 para o Botafogo, no Monumental de Núñez, pela final da Libertadores. O placar foi o mesmo sofrido pelo time mineiro na ida da decisão da Copa do Brasil, contra o Flamengo, no Maracanã – no segundo jogo, na Arena MRV, os cariocas ganharam por 1 a 0.
No Campeonato Brasileiro, o Atlético sofreu algumas goleadas. O time de Milito perdeu por 4 a 0 para o Palmeiras, por 4 a 2 para o Vitória, também por 4 a 2 para o Flamengo, e por 3 a 0 para o Botafogo.
Pior desempenho defensivo do Atlético desde 2016
Os números defensivos do Atlético de Milito ganham um peso ainda maior quando comparados aos antecessores do argentino no cargo. Ao todo, o técnico viu o time sofrer 75 gols nos 61 jogos em que esteve à beira do gramado até o momento. A média, portanto, é de 1,22 por partida.
Levantamento realizado por No Ataque mostra que, dos últimos 16 técnicos que comandaram o Galo – excluindo interinos -, somente um teve média pior. Trata-se de Marcelo Oliveira, que, em 2016, sofreu 58 gols em 42 duelos. A média, portanto, foi de 1,38 por jogo.
O time de Milito, por outro lado, é o que mais sofreu gols em um mesma temporada no recorte – abaixo dele, aparece justamente Marcelo Oliveira, com 58. É fato também que o técnico argentino é o segundo com mais jogos, atrás somente de Cuca, que comandou o Galo 67 vezes em 2021.
Desempenho defensivo dos últimos 16 técnicos do Atlético
- Gabriel Milito (2024) – 61 jogos e 75 gols sofridos – média: 1,22
- Felipão (23/24) – 41 jogos e 34 gols sofridos – média: 0,82
- Coudet (2023) – 35 jogos e 27 gols sofridos – média: 0,77
- Cuca (2022) – 21 jogos e 19 gols sofridos – média: 0,9
- Turco Mohamed (2022) – 45 jogos e 36 gols sofridos – média: 0,8
- Cuca (2021) – 67 jogos e 46 gols sofridos – média: 0,68
- Sampaoli (2020) – 39 jogos e 43 gols sofridos – média: 1,1
- Rafael Dudamel (2020) – 10 jogos e 8 gols sofridos – média: 0,8
- Vagner Mancini (2019) – 13 jogos e 14 gols sofridos – média: 1,07
- Rodrigo Santana (2019) – 41 jogos e 50 gols sofridos – média: 1,21
- Levir Culpi (2018/19) – 31 jogos e 28 gols sofridos – média: 0,9
- Thiago Larghi (2018) – 48 jogos e 44 gols sofridos – média: 0,91
- Oswaldo de Oliveira (2017/18) – 20 jogos e 22 gols sofridos – média: 1,1
- Rogério Micale (2017) – 13 jogos e 15 gols sofridos – média: 1,15
- Roger Machado (2017) – 43 jogos e 41 gols sofridos – média: 0,95
- Marcelo Oliveira (2016) – 42 jogos e 58 sofridos – média: 1,38
Milito pode diminuir média
Há, entretanto, a possibilidade de Milito não terminar a temporada com a pior média desde 2016. Isso porque o Atlético ainda disputa mais dois jogos neste ano, contra Vasco e Juventude, pelo Campeonato Brasileiro. Se o Galo não for vazado em nenhum dos duelos, a média cairá para 1,19.
Assim, ele ficaria atrás de Rodrigo Santana, que teve média de 1,21 em 2019, e de Marcelo Oliveira, que seguiria com a pior.
Números defensivos da carreira de Milito
A atual temporada é a terceira pior em termos defensivos da carreira de Milito. Em média, somente em 2017 e 2018, um time treinado por ele sofreu mais gols. Na época, o argentino estava no comando do O’Higgins, e as médias foram de 1,5 e 1,23, respectivamente.
Veja:
- Atlético (2024) – 61 jogos e 75 gols sofridos – média: 1,22
- Argentinos Juniors (2023) – 40 jogos e 38 gols sofridos – média: 0,95
- Argentinos Juniors (2022) – 45 jogos e 43 gols sofridos – média: 0,95
- Argentinos Juniors (2021) – 50 jogos e 46 gols sofridos – média: 0,92
- Estudiantes (2020) – 22 jogos e 20 gols sofridos – média: 0,9
- Estudiantes (2019) – 10 jogos e 7 gols sofridos – média: 0,7
- O’Higgins (2018) – 17 jogos e 21 gols sofridos – média: 1,23
- O’Higgins (2017) – 14 jogos e 21 gols sofridos – média: 1,5
- Independiente (2016) – 18 jogos e 10 gols sofridos – média: 0,55
- Estudiantes (2015) – 28 jogos e 21 gols sofridos – média: 0,75