ATLÉTICO

Fred Melo Paiva questiona donos da SAF do Galo: ‘Sambam na nossa cara’

Fred Melo Paiva: 'Inacreditável é que tanta gente tenha passado tanto tempo batendo palma pra bilionário dançar'
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A luta do Atlético contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro é assunto da coluna deste sábado (7/12) do jornalista Fred Melo Paiva no Estado de Minas. O Galo está na 14ª posição, com 44 pontos, três a mas que o Bragantino, 17º colocado.

Para permanecer na elite nacional, a equipe alvinegra tem que no mínimo empatar diante do Athletico-PR (16º, com 42), às 16h de domingo, na Arena MRV, em Belo Horizonte.

Fred Melo Paiva não se surpreendeu com a derrocada atleticana na competição. Por outro lado, criticou quem “passou tanto tempo batendo palma para bilionário dançar” e disse que os donos do clube “sambam na cara” da torcida.

O colunista relembrou o processo de venda das ações da SAF ao grupo encabeçado por Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador. “Mecenas que, de repente, se tornaram credores, cartolas, vendedores e compradores do clube”.

Rafael Menin, Rubens Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador: os 4 R's do Atlético - (foto: Montagem com imagens de Pedro Souza/Atlético)
Rafael Menin, Rubens Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador (montagem com fotos de Pedro Souza/Atlético)(foto: Montagem com imagens de Pedro Souza/Atlético)

Leia trecho da coluna de Fred Melo Paiva

Não há nada de inacreditável nesse fundo de poço onde estamos. Tenho aqui, diante de mim, uma tabela. As três primeiras colunas reúnem possíveis resultados de Athletico Paranaense, Fluminense e Bragantino na última rodada do Brasileirão. Uma quarta coluna informa quem cai à Série B diante das possíveis combinações. E lá estamos nós, em uma das possibilidades. Só não é possível dizer que a situação atual é inacreditável.

Há poucas semanas, o Galo era finalista da Copa do Brasil e da Libertadores. Se perdesse ambas as finais, ainda mantinha alguma chance de classificação para a Libertadores 2025. Agora pode ser rebaixado. Ainda assim, não há nada de inacreditável nesse fundo de poço onde estamos.

Inacreditável é que tanta gente tenha passado tanto tempo batendo palma pra bilionário dançar. No caso, sambar na nossa cara. “Mecenas” que, de repente, tornaram-se credores. Credores que, de repente, tornaram-se cartolas. Cartolas que, de repente, tornaram-se ao mesmo tempo vendedores e compradores do clube, proprietários de todo o seu patrimônio, incluindo o estádio recém-inaugurado para o qual haviam “doado” o terreno.

O pior de tudo, a meu ver, é algo menos tangível do que o histórico da safada da SAF ou a constatação óbvia do tanto que essa turma não entende nada de futebol. O pior é terem roubado a nossa alma. Não mais se entra funcionário e se sai torcedor. À exceção do Hulk, algum dos jogadores do nosso elenco, 2021 pra cá, torcem para o Atlético? Tem uma entrevista do Reinaldo antes de um jogo qualquer, no filme Lutar, Lutar, Lutar, em que ele diz ser “mais um torcedor em campo”. E era mesmo. Isso acabou. Tanta coisa que nos fez atleticano acabou e segue acabando. Até quando vamos permitir?

No sábado, no Monumental de Núñez, o grito de Eu Acredito se repetiu como farsa. Não havia a crença inabalável no milagre, naquilo que nos moveu durante o longo período das vacas magras. No intervalo do jogo, a nossa situação era melhor do que no intervalo da final contra o Olimpia, em 2013. Precisávamos dos mesmos dois gols, e ainda jogávamos com um a mais. Mas, por algum motivo, já estávamos derrotados. Uma derrota que vem de cima e nos mata aqui embaixo, aos pouquinhos.

A íntegra do texto vai ao ar neste sábado (7/12) no Estado de Minas

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