Viralizou neste sábado (7/12) entre os torcedores do Atlético um vídeo em que o narrador Jorge Iggor, da TNT, levanta uma série de questões sobre a administração da SAF do clube alvinegro comandada pelos chamados 4 R’s: Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador.
Entre os questionamentos, o narrador relembrou uma fala de Rafael Menin, em maio de 2022, quando o Atlético ainda planejava a venda do shopping Diamond Mall, no bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, para que o clube pudesse quitar suas dívidas.
“A venda do Diamond Mall permitirá que o Atlético possa ter três, quatro jogadores do quilate do Hulk (sem precisar pagar juros)”, afirmou Menin, em entrevista a um repórter do site ge.globo.
Ao relembrar essa fala, Jorge Iggor disparou contra os investidores e administradores do clube.
“O Atlético hoje é uma zona, não tem projeto de futebol. Aliás, os 4 R’s têm muita coisa para explicar aí no Galo, hein? Cadê os quatro Hulk que iam chegar com o dinheiro da venda do shopping?”, iniciou o narrador.
“Aliás, cadê o dinheiro da venda do shopping? Onde foi parar esse dinheiro, galera? 4R’s, cadê os quatro Hulk’s que iam chegar, os reforços espetaculares? Cadê a redução substancial da dívida do Atlético? Cadê? Estou tentando achar…”, ironizou.
‘Máquina de moer técnico’
Como demonstrado nesta semana pela reportagem de No Ataque, o Atlético vive um problema crônico que começou muito antes da transformação do clube em SAF. Nenhum treinador foi capaz de completar um ano no comando do Galo desde o encerramento do penúltimo trabalho de Levir Culpi pelo alvinegro há pouco mais de nove anos.
Na última quarta-feira (4/12), foi a vez de Gabriel Milito ter ciclo encerrado no Atlético. Diante dessa situação, o narrador Jorge Iggor também criticou os administradores do Galo no vídeo que viralizou.
“Estou tentanto entender porque assim… Você vira SAF, vende shopping, tem um aporte de R$ 900 milhões e a dívida continua aumentando, não está fazendo sentido. A conta do Atlético para mim não está fechando. Fora a máquina de moer técnico que há anos ninguém fica mais no Atlético por mais de um ano. Ninguém consegue ficar uma temporada completa lá. Esquisito”, criticou.
Mais críticas
Jorge Iggor, da TNT, ainda questionou sobre a forma como a SAF do Atlético resolveu tratar as dívidas, sem aderir ao regime de recuperação judicial, como fez o Cruzeiro.
A recuperação judicial é uma ferramenta jurídica que permite com que empresas em situação de fragilidade financeira renegociem dívidas de grande porte com credores, na tentativa de obter descontos expressivos. No Brasil, a Lei 14.193/2021 abre precedente para que clubes entrem com o pedido na Justiça mesmo sem a conversão de associação civil para sociedade anônima.
Além do Cruzeiro, Sport, Coritiba e Náutico e Cruzeiro foram algumas das instituições que adotaram o regime.
“Por que o Atlético não aderiu ao regime de recuperação judicial? Não é curioso, sendo que os credores, os grandes credores hoje do Atlético são os caras que estão comandando a SAF do Atlético. Recuperação judicial dá um abatimento de mais de 60% do valor das dívidas. Não seria interessante? Pagar essas dívidas ou esse abatimento com esse desconto generoso. Mas como eles são credores, o torcedor fica pensando, ora, que estranho, que esquisito…”, observou Jorge Iggor.
Em julho deste ano, o No Ataque conversou com fontes importantes do Atlético para saber por que o clube não aderiu à recuperação judicial.
Os problemas apresentados pela Arena MRV também não foram esquecidos pelo narrador da TNT.
“Uma Arena construída com vários problemas. Problemas básicos, já trocaram o gramado mais de uma vez vez, já teve que resolver a acústica, agora risco de rebaixamento na última rodada, que coisa estranha essa SAF do Galo, gente! Meu Deus! Os quatro 4 R’s têm muito o que explicar independentemente do que acontecer na última rodada [do Campeonato Brasileiro]”, encerrou.