Lanterna do Campeonato Brasileiro em 2024, o Cuiabá lidará com uma realidade financeira ainda mais limitada na próxima temporada, na qual jogará a Série B. Esse problema foi apontado pelo presidente do clube, Cristiano Dresch, que citou dívidas de equipes como Atlético e Corinthians como outros agravantes para a situação monetária do Dourado.
“A transição de divisão, para um clube como o Cuiabá, você sair da Série A e mudar para a Série B, é terrível. Você tem uma série de mudanças financeiras que tem que fazer. Nós temos muito dinheiro a receber de clubes. Se eu somar só o que o Corinthians e o Atlético devem ao Cuiabá, da quase R$ 23 milhões. Para um clube como o Cuiabá é muito dinheiro”, iniciou Dresch em entrevista à ESPN nesta quinta-feira (19/12).
A dívida do Corinthians com o Cuiabá está relacionada a compra do volante Raniele, que se transferiu para o Timão em janeiro deste ano. A operação foi acordada em 2,5 milhões de euros (R$ 13,4 milhões na cotação da época), com o pagamento divido em em quatro parcelas: três com vencimento em 2024 e a última em 2025.
Em agosto, o Cuiabá recorreu à Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF, já que o Corinthians atrasou uma das parcelas da compra do volante. O Dourado alegou que o Timão não realizou o segundo pagamento, inicialmente previsto para 31 de julho, no valor de 400 mil euros (R$ 2,5 milhões na cotação atual), o que foi admitido pelo clube.
“Fiz essa reclamações, usei palavras duras, principalmente contra o Corinthians, e mantenho minha opinião. Acho que o futebol brasileiro precisa urgente de uma regulamentação. Esses clubes estão utilizando de um doping financeiro às custas de clubes menores para poderem permanecer dentro das competições.”
Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá
Atlético atrasou pagamento ao Cuiabá por Deyverson
Em outubro, o Cuiabá informou ao No Ataque que acionaria o CNRD novamente, desta vez em função da dívida do Atlético pela compra do centroavante Deyverson, contratado em agosto por R$ 4,5 milhões.
O trato previa o pagamento em cinco parcelas. A primeira foi quitada e utilizada para concretizar a liberação do atleta junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No entanto, o segundo depósito, previsto para o dia 15 de setembro, não foi realizado pelo Galo.
As outras três parcelas tinham vencimento em 2025, mas o contrato prevê o adiantamento em caso de calote, segundo o Cuiabá.
Parcelas da compra de Deyverson pelo Atlético
- 15/09/2024 – R$ 500.000 – parcela não paga
- 31/03/2025 – R$ 1.500.000 – vencimento automático pelo calote
- 30/06/2025 – R$ 1.000.000 – vencimento automático pelo calote
- 30/09/2025 – R$ 1.000.000 – vencimento automático pelo calote