Nos últimos meses, o Atlético trabalhou para tentar solucionar um importante problema na Arena MRV: o projeto acústico do estádio, amplamente criticado por torcedores e parte da imprensa esportiva desde a inauguração do estádio. Qual foi a percepção após as melhorias implementadas pelo clube mineiro no retorno do Galo à casa própria? O No Ataque responde a seguir.
No primeiro “ano e meio” de Arena MRV, o que poderia ser facilmente observado nas arquibancadas incomodava parcela significativa da torcida do Atlético. Cânticos dissonantes e descoordenados entre diferentes setores do estádio, dificuldade de propagação das músicas das principais organizadas e até mesmo na identificação das letras dessas canções distanciavam o estádio do conceito de “caldeirão”, tão popular no mundo do futebol.
Vídeo: torcida canta na Arena MRV após reforma
Ciente das falhas no projeto acústico, o Galo promoveu uma série de estudos para entender a origem do problema e solucioná-lo. A princípio, o clube identificou que os pequenos furos na cobertura Arena MRV, somados à ação da lã de rocha instalada no local (absorção dos ruídos) – para atender às exigências relacionadas à legislação no que diz respeito à sonoridade -, causavam a pouca reverberação do barulho nas arquibancadas.
Para corrigir a falha, o Atlético optou por instalar placas de ACM (Material Composto de Alumínio, na tradução da sigla para o português) na cobertura do setor Inter Sul do estádio. Conforme apurado por No Ataque ainda no começo deste ano, a gestão alvinegra chegou à conclusão, por meio dos estudos que promoveu, de que a colocação dessas peças “somente” nesta região seria suficiente para promover “impacto suficiente” no projeto acústico.
Deu certo. O que a reportagem do NA pôde observar, desde os momentos que antecederam o duelo entre Atlético e Fluminense, na tarde desse domingo (11/5), foi uma mudança significativa no alcance do som dentro da casa do Galo.
As letras das canções eram facilmente identificáveis, e as músicas eram cantadas de forma mais uniforme e uníssona pela torcida alvinegra. O barulho, sem dúvidas, está mais alto. A avaliação de No Ataque foi, inclusive, reforçada por torcedores – tanto nas redes sociais como nos arredores do estádio.
Torcedores do Galo opinam sobre “nova acústica” da Arena MRV
O NA questionou três torcedores do Atlético sobre a “nova acústica” da Arena MRV após a vitória sobre o Fluminense, por 3 a 2. Eles foram unânimes ao avaliar positivamente a reforma no projeto acústico do estádio. A seguir, leia as respostas – ou, se preferir, veja em vídeo.
- Gustavo, 35 anos, profissional de marketing: “Sim (notei diferença na acústica). Hoje estava mais nítido o que vinha do Setor Sul. Estava propagando melhor para os outros setores. Foi visível a melhora, mesmo com o estádio vazio.”
- Sidney Júnior, 35 anos, sonoplasta: “Muito melhor (a acústica). O som na Arena MRV reverberou muito melhor para nós. Teve um calor acima da média! É o que a gente esperava desde o início.”
- Rodrigo, 42 anos, assistente logístico: “Muito (melhor). A melhora foi de praticamente 100%. Eu e meu menino dentro do estádio notamos a diferença, o som chegando em nós com mais potência. Foi muito bacana, muito bacana mesmo a melhora.”
Atlético ainda pode melhorar projeto acústico da Arena MRV?
A impressão é de que o projeto acústico da Arena MRV pode ficar ainda melhor.
Se o clube optar pela instalação das placas de ACM em outras partes da cobertura do estádio, a tendência é de que a reverberação do som seja ainda mais eficiente. Não há, de toda forma, previsão de que isso ocorra nos próximos meses.