Quem acompanhava as categorias de base do Atlético entre os anos de 2013 e 2014 deve se lembrar que uma das principais “joias” do clube era o meia-atacante Danielzinho. À época, ele chegou a treinar com Ronaldinho e o elenco campeão da Libertadores e jogar dois jogos pelo time principal. Pouco mais de uma década depois, aos 30 anos, o mesmo Danielzinho desponta como um dos destaques do Campeonato Brasileiro atuando por outra posição e vestindo a camisa de um dos times que mais têm surpreendido no torneio: o Mirassol.
No Galinho, o jogador era um meia-atacante caía pelas beiradas e tinha como principais características a velocidade e a agilidade. Hoje, é um segundo volante ao melhor estilo “camisa 8” e se destaca pelo bom passe e pelos desarmes.
Danielzinho é o líder técnico de um Mirassol que tem feito bonito no início do Brasileiro. Estreante na Série A, o time do interior paulista era amplamente cotado como “azarão” e candidato ao rebaixamento mas, até agora, faz torneio seguro: é o 12º colocado. Invicto em casa, o time já deu dor de cabeça a gigantes no estádio Maião: goleou o Grêmio por 4 a 1 na quarta rodada, arrancou empate por 2 a 2 com o Atlético na sexta rodada, e venceu o Corinthians de virada por 2 a 1 na oitava.
Titular absoluto, o meio-campista não perdeu um minuto da boa campanha do Leão: esteve presente do início ao fim em todos as oito partidas. A base de dados Sofascore o coloca como o melhor jogador da equipe, com nota média de 7,25 – a 28ª maior do Brasileiro.
O início de Danielzinho no Atlético
Nascido em Andradina, pequena cidade no interior de São Paulo, Daniel começou nas categorias de base do Itapirense. Ele estreou profissionalmente jogando pelo modesto time, com apenas 16 anos, em 2011. No ano seguinte, após rápida passagem pelo Marília, o meia chegou ao Sub-20 do Atlético.
Curiosamente, a contratação do paulista foi por indicação de um ídolo do Galo: o atacante Guilherme, sétimo maior artilheiro da história do clube com 139 gols, que o treinou no Marília em 2012.
Danielzinho não demorou a se destacar no Sub-20. Em 2013, chegou a treinar algumas vezes com o icônico grupo comandado por Cuca que foi campeão da Copa Libertadores naquele ano. A estreia pelo time principal alvinegro também foi em 2013: em outubro, atuou por sete minutos no final do empate por 0 a 0 entre Atlético e Corinthians, no Independência, pela 26ª rodada do Brasileiro.
Em entrevista ao ge dois meses após a estreia, Danielzinho comparou suas características com as do meia-atacante Bernard, destaque do Galo e do futebol brasileiro à época, e do atacante Luan, “amuleto” e “12º jogador” daquele time do Atlético.
Como eu jogo de meia-atacante, mais pelas beiradas, o pessoal costuma dizer que tenho um pouco das características do Bernard, que surgiu aqui, e também um pouco do Luan, quando ele joga aberto. Tenho como características velocidade, agilidade e habilidade, mas meu ponto forte mesmo é a velocidade. Acredito também que tenho uma boa finalização e, nas oportunidades que tenho, tento aproveitar e converter em gol
Danielzinho, em 2013
Em 2014, Danielzinho teve sua primeira – e única – oportunidade de ser titular pelo time principal. Ele atuou do início ao fim em derrota por 2 a 1 para o Internacional, no Beira-Rio, em Porto Alegre, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Danielzinho após saída do Atlético
No ano seguinte, o meia foi emprestado para o Boa Esporte para a disputa do Campeonato Mineiro. Em julho de 2015, o Atlético o repassou para o Paraná, onde fez bons jogos na Série B.
Em 2016, já com 21 anos, Danielzinho foi emprestado para a Ferroviária e, naquele mesmo ano, deixou de pertencer ao Atlético. Nos próximos anos, rodou por diversas equipes – Oeste, ainda em 2016, Osasco Audax e Coimbra, em 2017, Linense e Sampaio Corrêa, em 2018 – até chegar ao Novorizontino em 2019. Lá, se firmou e foi destaque por quatro anos seguidos.
Em 2023, o Mirassol o contratou para o Campeonato Paulista e a primeira Série B da história da equipe. “De cara”, tornou-se titular e destaque da equipe, com 46 partidas, três gols e três assistências no primeiro ano.
Em 2024, o volante foi um dos pilares da campanha vice-campeã da Segunda Divisão, levando o Leão para a Série A pela primeira vez na história. Danielzinho marcou três gols e distribuiu sete assistências ao longo da temporada – sua melhor em números – caiu nas graças da torcida e, ao fim do ano, renovou contrato até o fim de 2025 para jogar a Série A pela primeira vez desde a saída do Atlético.
Com seis gols e 12 assistências em 116 partidas, o meio-campista já integra o top 10 de atletas com mais jogos pelo Mirassol.
