ATLÉTICO

Problema do Atlético aflige Jorge Sampaoli; seca já dura mais de um mês

Após derrota para Botafogo, Sampaoli reafirmou diversas vezes incômodo epreocupação com aspecto do Atlético

Em quase todas as respostas da entrevista coletiva dada após a derrota por 1 a 0 do Atlético para o Botafogo, nesse sábado (20/9), pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico Jorge Sampaoli bateu na mesma tecla. O argentino deixou claro que, dos diversos problemas que o time enfrenta em meio à crise, o que mais o aflige é o baixo desempenho do ataque.

Sampaoli apontou que o time não tem apresentado contundência ofensiva – ou seja, por mais que tenha apresentado certo volume nos últimos jogos, foi pouco efetivo nas conclusões – e comentou sobre a má fase de jogadores que em outros momentos tinham bons números no ataque. Embora não tenha citado nominalmente, sabe-se que o principal deles é Hulk – principal jogador do time, o camisa 7 amarga seca de nove jogos e mais de um mês sem encontrar o caminho das redes.

O jejum que o ídolo do Galo enfrenta se confunde com o dos atacantes do time em geral. Desde o último gol de Hulk, na vitória por 2 a 1 sobre o Godoy Cruz, pela ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana, na Arena MRV, no dia 14 de agosto, nenhum jogador da posição marcou gols.

Os números da seca dos atacantes do Atlético

A seca, portanto, já dura mais de um mês e 884 minutos, no total. Nos nove jogos disputados neste período, o Galo marcou apenas cinco gols, cada um com um autor diferente. Dois foram de defensores – um do lateral-direito Natanael (contra o Godoy Cruz) e um do zagueiro Vitor Hugo (contra o Bolívar) – e três, de meio-campistas – um de Igor Gomes (contra o Santos), um de Alexsander (contra o Bolívar) e um de Gustavo Scarpa (contra o Grêmio).

Em cinco dessas partidas, o Atlético passou em branco e perdeu – foram três derrotas por 2 a 0, duas para o Cruzeiro, na semifinal da Copa do Brasil, e uma para o São Paulo, no Brasileiro – e dois reveses por 1 a 0 para Vitória e Botafogo, no Brasileiro.

Em outros três jogos, o Galo marcou apenas um gol – a vitória por 1 a 0 sobre o Godoy Cruz, na volta das oitavas da Sul-Americana, que foi o único triunfo sobre o período; o empate por 1 a 1 com o Santos, pelo Brasileiro; e a derrota por 3 a 1 para o Grêmio, também pelo campeonato nacional.

E, em apenas uma partida, o alvinegro balançou as redes mais uma vez – o empate por 2 a 2 com o Bolívar, pelas quartas da Sul-Americana, no qual esteve ganhando até a reta final, mas levou gol de pênalti aos 42 do segundo tempo, quando jogava com um a mais.

Para piorar…

Para piorar, o atacante “mais confiável” do Atlético depois de Hulk se lesionou e não joga mais neste ano.

O argentino Tomás Cuello, destaque do time na temporada e segundo principal artilheiro, com seis gols – além de seis assistências -, fraturou a fíbula associada a ruptura de ligamentos do tornozelo esquerdo na quarta-feira (17/9), no empate do alvinegro por 2 a 2 com o Bolívar, deixou o gramado do Estádio Hernando Siles, em La Paz, chorando de dores e deve ficar no mínimo até o fim do ano sem jogar.

As falas de Sampaoli sobre o problema ofensivo do Galo

  • “Tem que melhorar o time no último terço do ataque. A verdade é que hoje no primeiro tempo o time foi melhor que o rival, 11 contra 11 e 11 contra 10. Mas no segundo tempo, começou a se desordenar e isso gerou que o rival aproveitasse uma ação e concretizasse. Temos que melhorar bastante e trabalhar muito o tema ofensivo, porque o time não está encontrando variantes ofensivas para ganhar nos jogos que têm vantagem (numérica).”
  • “Estamos trabalhando todo o tempo. Estamos recém-chegados, tentando corrigir através de pouco tempo do treinamento, mas otimizando tudo. Lamentavelmente, é um déficit que estamos tendo agora, mas o mais preocupante é o ofensivo. Ofensivamente o time tem volume, mas não tem contundência nas possibilidades que gera, por isso temos que discutir sobre isso; É muito trabalho, muitas situações estruturais que permitam que haja mais situações de gol para ganhar a partida. Hoje, pode acontecer que o rival, em uma jogada, faça um gol, mas carecemos de criatividade ofensiva.”
  • “Não teve variação tática, só mudanças de jogadores propriamente (do jogo contra o Botafogo em relação ao jogo contra o Bolívar). Jogadores como Scarpa e Arana vinham cansados da Bolívia e, por isso, escolhi Reinier (no lugar de Scarpa) e Caio (no lugar de Arana). O que faltou foi nível, o time não teve nível de claridade no último terço.”
  • “Tenho o conhecimento do time bastante claro. Temos que tentar ter a possibilidade de levantar as estatísticas de gol da equipe, que vêm sofrendo há muito tempo. Isso é o mais complicado de agora, a contundência, a equipe não consegue ser contundente, faz um esforço enorme, mas lamentavelmente não se chega a nada.”
  • “Como disse, estamos recém-chegados, estamos tentando mover alguma coisa. Bem, mais do que tudo, é levantar o nível individual dos jogadores que, em épocas anteriores, tiveram muita estatística de gol. Isso não acontece agora. Temos tentado mover e dizemos todos os dias aos jogadores que…o futebol se ganha com gols. E nós temos que encontrar a solução da primeira linha, da segunda linha. Se não acontece na primeira linha, tem que conseguir na segunda linha, como contra o Santos, porque se não, seguramente, tudo será mais difícil. Hoje, a equipe fez um grande primeiro tempo, teve mais chances que o rival, que não teve chance em praticamente toda a partida. E perdemos um jogo que, lamentavelmente, fomos superiores, mas não tivemos a contundência ofensiva necessária.”

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