O Atlético enfrentará uma pauta dupla no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na próxima segunda-feira (10/11), a partir das 11h30, no Rio de Janeiro.
O Galo foi denunciado por atos discriminatórios – cantos homofóbicos – de sua torcida no clássico contra o Cruzeiro, pela Copa do Brasil, e também terá os atletas Tomas Cuello e Junior Alonso julgados por expulsões na partida contra o Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro.
A denúncia mais grave está no Processo Nº 0823/2025, referente ao clássico da Copa do Brasil disputado em 27 de agosto. O Atlético foi enquadrado em três artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): 206 (atraso em iniciar a partida), 213 e o grave 243-G (prática de ato discriminatório).
Segundo a súmula do árbitro Ramon Abatti Abel, cantos homofóbicos foram proferidos pela torcida, no final do primeiro tempo, direcionados aos atletas do Cruzeiro. O relatório aponta que o sistema de som da Arena MRV emitiu um aviso protocolar contra os atos, que não se repetiram na segunda etapa.
As penas são severas. O Art. 243-G prevê multa de R$ 100 a R$ 100 mil e suspensão de cinco a 10 partidas. Já o Art. 213, que trata de desordens e invasões, também abrange os cantos discriminatórios e prevê multa de R$ 10 mil a R$ 200 mil, além da possibilidade de perda do mando de campo de uma a dez partidas. O Cruzeiro também foi denunciado neste mesmo processo, mas apenas pelo Art. 206 (atraso).
Julgamento de Cuello e Alonso
O segundo caso na pauta é o Processo Nº 0761/2025, relativo ao jogo contra o Grêmio pelo Brasileirão, em 17 de agosto. O atacante Tomas Cuello foi denunciado no Art. 254 (jogo violento grave) após uma falta dura em Riquelme, do time gaúcho. O VAR indicou um “pisão” do atacante, e a pena pode variar de uma a 12 partidas.
Na mesma partida, o zagueiro Junior Alonso foi expulso e enquadrado no Art. 250 (ato desleal ou hostil), que prevê suspensão de um a três jogos. O lance envolveu uma confusão com Dodi, do Grêmio, enquanto o jogo estava paralisado.
O caso de Alonso gerou controvérsia: o árbitro de vídeo (VAR), Caio Max Augusto Vieira, recomendou a anulação de ambos os cartões vermelhos, considerando a mútua agressão como “empurrões leves”. No entanto, o árbitro de campo, Alex Gomes Stefano, manteve a decisão de expulsão mesmo após revisar a imagem.
Caso sejam punidos pela pena mínima (um jogo), ambos os atletas já teriam cumprido a suspensão. O processo do jogo contra o Grêmio também julgará os atletas Douglas Moreira Fagundes e Carlos Vinicius Alves Morais, do time gaúcho, ambos denunciados pelo Art. 250.