O técnico Bruno Lage analisou o empate do Botafogo com o Goiás (1 a 1), nesta segunda-feira (2/10), pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. Além de comentar a quarta partida sem vitória do líder da Série A, o português explicou a decisão de deixar o artilheiro Tiquinho Soares no banco de reservas e se posicionou sobre as vaias da torcida no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro.
Em relação à escolha por Diego Costa no lugar de Tiquinho, Lage lembrou que o camisa 9 vem de uma lesão complicada e que não está ainda no seu melhor nível. Além disso, o português ressaltou que o substituto não foi qualquer jogador.
“A primeira bola de gol do jogo é do Diego, que é quase um pênalti. Mas não substituímos Tiquinho por jogador qualquer. Substituímos pelo Diego Costa. Jogador experiente, que já foi campeão brasileiro e jogou na Premier League. O resultado desta alteração vem em função de tudo. O Tiquinho tem sido um dos jogadores mais importantes da temporada. Tem feito os gols que têm feito para a equipe, mas o próximo jogador recentemente disse que vem de lesão difícil, complicada, em que quase bateu recorde de recuperação para voltar a estar disponível”.
Bruno Lage, técnico do Botafogo
“Na minha opinião nos últimos jogos não foi aquele Tiquinho que a gente via até o momento da lesão. Tendo um jogador como o Diego, tomamos a opção de colocar o Diego na frente. Mas sempre com esta opção de jogar os dois juntos. Nada de retirar mérito de Tiquinho, foi uma questão de opção. Diego está com dois amarelos e não joga o próximo jogo, o Tiquinho com três semanas fora. Temos que ir encontrando as funções a cada momento para conquistar pontos”.
Vaias, gritos de ‘burro’ e aplausos
Na saída do gramado, Bruno Lage foi vaiado e chamado de “burro” por parte dos torcedores do Botafogo. Ao descer para o vestiário, o treinador aplaudiu os alvinegros. Na coletiva, ele explicou que as palmas foram para agradecer o apoio à equipe.
“As palmas foram de apoio. A torcida pode vaiar quem eles entenderem. Eu estou agradecendo o fato deles seguirem apoiando a equipe. Eu não tenho dupla cara, não sou hipócrita, tenho falado da forma como os torcedores apoiam a equipe. E tem o meu agradecimento de terem nos apoiado. A maneira como me queiram tratar é completamente indiferente. Preferia que fossem outra situação, mas também para isso temos que conseguir o resultado. A nossa vida de treinador é muito esta”, analisou Lage, que lembrou a passagem de Luís Castro a serviço do Glorioso.
“O homem que estava aqui sentado antes de mim também chamaram os nomes que chamaram. Por isso, faz parte, faz parte desta profissão. Por isso se não quisesse ter esse impacto, não me sentisse confortável nesta posição, tinha ficado a treinar menino de oito, nove, dez anos. Não tem problema nenhum. O torcedor tem sempre razão em qualquer situação, desde que apoie a equipe. Se apoiar a equipe é mais do que suficiente e devo agradecer. Isto tem sido fantástico”, complementou.
Botafogo na liderança
Apesar da insatisfação dos torcedores com o momento do Botafogo, a vantagem na liderança ainda é confortável. O time chegou a 52 pontos em 25 rodadas, com 69,3% de aproveitamento. De acordo com o Departamento de Matemática da UFMG, a chance de título na Série A é de 69,7%, contra 9,1% do Bragantino (45), 8% do Grêmio (44) e 6,1% do Palmeiras (44). O próximo compromisso do Glorioso é contra o rival Fluminense, às 16h de domingo (8/10), no Maracanã.